segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Betta todo um processo



Betta todo um processo

Apresentação da espécie
Betta splendens, Peixe-de-Briga (Brasil), Combatente ou Peixe Lutador (Portugal), Pez Luchador de Siam (Espanha), Kampffisch (Alemanha), Siamese Fighting Fish (EUA), ou simplesmenteBetta, é um peixe originário da bacia do rio Mekong, na península Malaia (China, Mianmar, Laos, Camboja, Vietnã e Tailândia), sudeste Asiático.
O nome Betta teve origem numa tribo guerreira nativa do Sião, os "Ikan Betta", e o Splendens tem sua origem no latin, splendore.
Em 1849, Cantor foi o primeiro a descrever o peixe cientificamente, como Macropodus pugnax, mas em 1909 o ictiologista americano Tate Regan percebe que já havia espécie com esse nome e a rebatiza com o nome atual, Betta splendens.
Entre os peixes ornamentais de água doce, os Betta splendens são considerados os mais bonitos. Na forma selvagem, são bem diferentes, possuem cauda curta e cores opacas.
Em 1896, ocorre a primeira introdução desse peixe no aquarismo da Alemanha e em 1910, nos EUA. Desde então, cruzamentos sucessivos buscando selecionar certas cores e formas fizeram surgir inúmeras variedades linhagens.
Seu habitat natural é em charcos e plantações de arroz (águas de pouca ou nenhuma correnteza, com baixos níveis de oxigênio) e suaalimentação é basicamente de mosquitos, larvas e vermes, encontrados em abundância nesses locais.
Este peixe tem a particularidade de respirar o ar atmosférico, graças a orgãos chamados de labirintos, que fazem com que o ar passe bem próximo da corrente sangüínea dele, proporcionando a troca de oxigênio com o sangue por meio de difusão.
Durante a época de reprodução os machos defendem seu território formado em redor de um "ninho-bolha", que eles próprios constroem e mantêm. As fêmeas visitam os machos que as cortejam até estas libertarem os ovos. Em seguida e após a fertilização, os machos colocam os ovos no ninho e expulsam as fêmeas do território.
Em geral as fêmeas são pacíficas, e os machos só são agressivos com outros machos da mesma espécie (freqüentemente lutando até a morte). É um peixe muito resistente.

CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA:
Reino: Animalia

Filo: Chordata

Subfilo: Vertebrata
Superclasse: Osteichthyes
Classe: Actinopterygii

Subclasse: Neopterygii
Infraclasse: Teleostei
Superordem: Acanthopterygii
Ordem: Perciformes

Subordem: Anabantoidei
Família: Osphronemidae

Gênero: Betta

Espécie: B. splendens
Nome binomial: Betta splendens

anatomia externa
O formato dos Bettas splendens é estabelecido pelo esqueleto ósseo. A coluna vertebral vai da cabeça (onde está localizado o cérebro do animal) à cauda e é feita por pequenas vértebras.
Ligadas às vértebras estão as costelas, que protegem a maioria dos órgãos vitais.
Placas ósseas, chamadas opérculos, uma de cada lado, recobrem as guelras.

Os machos tem as cores mais intensas, as nadadeiras mais longas e são muito territorialistas. Na fase adulta, possuem um porte maior do que as fêmeas, em geral. O macho é quem fabrica o ninho de bolhas.
Um bom espécime deve ser corpulento, forte, sem ser gordo. Os mais agressivos, ao se ver no espelho ou a outro exemplar macho, normalmente são os melhores reprodutores e pais.

As fêmeas apresentam um ponto branco na região anal, o "oviduto", por onde são expelidos os ovos durante o casamento.

Nadadeiras
É um dos critérios de grande relevância na definição da linhagem e escolha de matrizes para reprodução de um espécime. As nadadeiras se projetam do corpo, em locais determinados, e são sustentadas pelas barbatanas (raios cartilaginosos). Quanto mais ramificados forem estes raios cartilagionosos, maior sustentação e amplitude fornecem às nadadeiras.
Podem ser:
Caudais
• Single Tail (Cauda Simples) [ ST ]
o Plakat [ PK ]
Cauda curta, encontrada em espécimes selvagens. Muito semelhante à cauda de uma Betta fêmea atual.
o Veil Tail (Cauda de Véu) [ VT ]
Mutação. Cauda longa, a mais comum de se ver em lojas de aquários.
o Roud Tail (Cauda Redonda) [ RT ]
 Delta [ D ]
Mutação. A cauda tem a formade um delta, a partir do pedúnculo caudal. A amplitude é medida em graus, podendo variar entre 50 e 70 graus.
 Super Delta [ SD ]
Mutação. É mais larga que a cauda em delta. Varia entre 70 e 120 graus.
 Ultra Delta [ UD ]
Mutação. Mais ampla ainda, variando entre 120 e 170 graus. Não é reconhecida oficialmente (concursos).
 Half Moon [ HM ]
Mutação. Tem o formato de meia lua. Cauda com 180 graus e os seus raios tem o mesmo comprimento.
 Over Half Moon [ oHM ]
Mutação. Tem formato que excede o desenho de uma meia-lua. Cauda com mais de 180 graus.
 Crown Tail [ CT ]
Mutação. Os raios da cauda se projetam além do final da cauda, formando um padrão semelhante ao de uma coroa.

Variações:
 Single Ray (Raio Único)
 Double Ray (Raio Duplo)
 Double Double Ray (Raio Dobro Dobro)
 Triple Ray (Raio Triplo)
• Double Tail (Cauda Dupla) [ DT ]
Mutação. A cauda é naturalmente cortada ao meio, formando dois lobos caudais. O corte deve iniciar imediatamente após o corpo. A nadadeira dorsal de um Double Tail é ampla.
• Triple Tail (Cauda Tripla) [ TT ]
Mutação rara e não fixada. A cauda é naturalmente cortada em três partes, formando três lobos caudais. Os cortes se iniciam imediatamente após o corpo.
• Dorsais
• As nadadeiras dorsais dos Bettas splendens também variam de formatos, podendo assumir as seguintes variações:


Formato do Corpo
• O formato do corpo também tem relevância, podendo assumir as seguintes variações:

________________________________________

manejo básico
O Betta splendens é bastante resistente, pouco exigente e bem fácil de ser criado. Requer pouco espaço (betteiras de 2 litros já bastam), a água não precisa ser aerada ou filtrada.
Lembre-se, em seu habitat natural, vivem em charcos e plantações de arroz (águas de pouca ou nenhuma correnteza, com baixos níveis deoxigênio) e sua alimentação é basicamente de mosquitos, larvas evermes, encontrados em abundância nesses locais.
Quatro preocupações básicas precisam ser seguidas para manter o equilíbrio do aquário e evitar o estresse do peixe:
1. Alimentação bem dosada, variada e balanceada
2. Manter a água limpa, declorificada (sem cloro) e livre de restos de comida/dejetos dos peixes
3. Manter o pH entre 6,8 e 7,4
4. Manter a temperatura da água entre 24 e 30 °C

1. Alimentação bem dosada, variada e balanceada
Alimente seu Betta splendens, preferencialmente 2 a 3 vezes ao dia. Numa quantidade suficiente para que não sobre alimento na água, que seja consumido imediatamente.
• Ração granulada: ofereça 3 a 4 grânulos, no máximo, de cada vez.
• Ração flocada: ofereça uma pitada pequena, bem esfarelada, de cada vez.
Seja exigente na escolha da marca, prefira alimentos capazes de atender as necessidades nutricionais do animal. Isto fará toda a diferença na saúde de seu peixe.
Se você tiver espaço em sua casa/apartamento, tempo e vontade, faça culturas de alimentos vivos. Eles são essenciais na dieta do Betta. Não podendo, compre em lojas de aquários ou de criadores conhecidos. Só não deixe de oferecê-los ao animal.
• Ofereça alimentos vivos 2 ou 3 vezes por semana, se possível variando o alimento, expandindo as opções do cardápio (alguns alimentos vivos, em alguns períodos do ano, são mais difíceis de se conseguir - geralmente no inverno, nas regiões muito frias).
Na mudança de dieta, é provável que o peixe estranhe o novo alimento. Tenha paciência! Esta é uma reação nornal do peixe e pode ser observada também em outros animais. Vá oferecendo insistentemente e retirando o que foi rejeitado do aquário.
Leia o tópico "alimentação equilibrada". Nele discorremos com mais detalhes sobre os alimentos industrializados e vivos.
2. Água limpa, declorificada (sem cloro) e livre de restos de comida/dejetos do peixe
Em geral, precisamos trocar parcialmente a água da betteira a cada 4 ou 5 dias. Procure substituir algo próximo dos 30% da água do aquário (vide: alertas sobre cuidados com o pH e a temperatura da água).
• Passe de 70% da água do aquário para outra vasilha (provisória);
• Em seguida passe o Betta para esta vasilha. Pegue-o com umpuçá (redinha), jamais com a mão;
• Jogue fora o restante da água, limpe bem o aquário, sem produtos químicos (sabão, detergente, etc.);
• Coloque 30% de água:
 limpa, descansada, declorificada (existem vários produtos no mercado para este fim - prefira aqueles que preservam a mucosa do peixe);
 com pH tendendo para 7,0 (neutro); e
 temperatura na faixa entre 24 e 30 °C, o mais próximo possível da temperatura atual da água da betteira;
• Volte o peixe e a água que estavam na vasilha provisória, para a betteira.
Assim você evita o estresse excessivo do peixe, preservando sua resistência à doenças e problemas futuros.
3. Manter o pH entre 6,8 e 7,4
O grau de acidificação ou alcalinidade da água é expressado em valores de pH, o que literalmente significa "poder de hidrogênio".
Esta escala é baseada na inversa concentração de íons de hidrogênio na água, quanto mais íons de hidrogênio, mais ácida é a água e mais baixo o valor do pH, então, quanto menos íons de hidrogênio, mais alcalina será a água e maior será seu valor de pH.
A escala de pH varia entre 0 (extremamente ácida) até 14 (extremamente alcalina), com um pH de 7 sua água será neutra.

Existem muitas opções de kits de medição e produtos para correção de pH, em lojas de aquários, à preços acessíveis. Antes de acrescentar/trocar a água na betteira (aquário), procure equalizar o pH da água descansada e declorificada, tentando levá-la num ponto intermediário entre o pH da água que está no aquário no momento e a neutralidade da água. É preciso evitar grandes alterações de pH e conseqüente estresse do peixe.
Para a correção do pH, siga rigorosamente as instruções do fabricante dos produtos corretivos, tendo como regra básica o exercício da paciência.
Faça a correção do pH de forma lenta, fazendo medições intermediárias, até chegar no ponto considerado ideal. A escala do pH é logarítmica. Um pH de 5,5 é 10 vezes mais ácido do que água com um pH de 6,5. Alterar o pH de forma rápida e abrupta na escala de medição, pode lhe parecer pouco, mas é muito perturbador para os peixes.
4. Manter a temperatura da água entre 24 e 30 °C
O peixe é um animal pecilotérmico, isto é, adquire a temperatura do meio onde vive. Não possui sangue quente como os mamíferos, por isso o mecanismo biológico está condicionado a temperatura ambiente.
Os cuidados com os parâmetros da água, não se restringem a parâmetros químicos. A temperatura é de vital importância para o peixe. Uma variação brusca na temperatura da água pode ser muito prejudicial a vida do animal.
ara o Betta splendens a temperatura mais adequada deve estar entre 24 e 30 ºC. Nesse intervalo de temperatura as suas funçõesfisiológicas são estimuladas (crescimento, alimentação e procriação).
Para sabermos a temperatura do aquário, usamos um termômetro que pode ser interno, feito com mercúrio, ou digital (plástico), que é colado no vidro, na parte externa.
Para manter a temperatura sob controle, precisamos de um termostatoe de um aquecedor. O termostato se encarrega de ligar e desligar o aquecedor, sempre que necessário.
Nas trocas parciais de água, evite colocar a água nova em uma temperatura muito diferente da encontrada no aquário, principalmente no inverno.
alimentação equilibrada
Em seu habitat natural (charcos e plantações de arroz), o Betta splendens se alimenta basicamente de mosquitos, larvas e vermes, encontrados em abundância nesses locais.
Em cativeiro podemos oferecer alimentos industrializados, concentrados, no formato de flocos ou grânules (grãos triturados), alguns petiscos liofilizados (secos) e ainda alimentos vivos, tais como:artêmias, besouros do amendoim (as larvas), blood-worms,branchonetas, daphnias, enquitréias, microfex, microvermes, moinas,paramécios, tubifex; verme de grindall, verme de vinagre, entre outros.
Os alimentos industrializados de boa qualidade, suprem todas as necessidades nutricionais do peixe, ajudam a realçar e definir as cores, estimulam o crescimento, aumentam a resistência às doenças, os mantêm mais ativos e com expectativa de vida maior.
É preciso oferecer alimentos que garantam algum nível de digestibilidade para evitar constipação intestinal (impossibilidade de defecar), que pode levar o peixe ao óbito (sintomas: abdome inchado e perda de apetite).
Os alimentos vivos, hoje em dia, podem ser encontrados nas boas lojas de aquários e também na Internet (compra direta com oscultores). Também constituem um desafio à parte para o hobbysta, apaixonado pelos Bettas splendens, cultivar e manter em paralelo a criação destes alimentos.

Alimentos Vivos:
Artêmia (Artemia sp.)
Também chamada de "camarão-de-salina", é um pequeno crustáceo que vive em lagos ou lagoas cuja água contenha alguma salinidade (água salobra) ou em salinas (com níveis elevados de salinidade), e encontram-se em todos os continentes do planeta.
Os náuplios de Artêmias, recém-eclodidos, são um excelente alimento para os peixes recém-nascidos, também peixes de pequeno e médio porte, com elevado valor nutritivo, e por isso bastante utilizados por criadores de várias espécies de água "doce" e "salgada". São fornecidos vivos e agüentam cerca de 24h com vida dentro do aquário, reduzem o risco de poluição da água e estimulam o lado predador dos peixes, que adoram perseguir e "caçar" os seus alimentos.
Besouro do Amendoim (Palembus demestoides)
As larvas deste besouro são extremamente nutritivas e medem até 12 mm de comprimento, por isto mostram-se como uma excelente opção para alimentação de peixes pequenos.
Foram introduzidos em nosso país por pessoas que os utilizavam com fins terapêuticos, no tratamento de asma principalmente. Poderes afrodisíacos também são atribuídos ao consumo desse pequeno inseto.

Blood-Worms (Chironomus sp.)
Os blood-worms são larvas do mosquitoChironomus sp e um alimento muito usado por aquaristas. Apresentam aproximadamente 62% de proteína bruta em sua composição, sendo um ótimo alimento para a fase de crescimento doBetta. Pela dificuldade de sua criação, os criadores de peixes preferem adquirir essas larvas congeladas ou liofilizadas, o que facilita muito a sua administração.

Branchoneta (Dendrocephalus brasiliensis)
Lê-se "branconeta". Também é chamada de "artêmia de água doce", "camarãozinho" ou "brancneque ". Os náuplios deste microcrustáceo de excelente valor nutricional são fornecidos como alimento vivo para os alevinos e os espécimes adultos, para peixes maiores. Ao mesmo tempo em que nada, a branchoneta vai se alimentando do material em suspensão, filtrando com seus apêndices bactérias, algas, protozoários, metazoários e restos de matéria orgânica.
Podem chegar aos 25 mm, quando adultas e em condições ideais. Seu ciclo de vida é de aproximadamente 50 dias. Após serem servidas aos peixes de água doce, se não forem consumidas imediatamente, sobrevivem para serem consumidas depois.

Daphnia (Daphnia pulex)
Vulgarmente conhecida como "pulga-d'água", seu pequeno tamanho é particularmente adaptado às diminutas bocas da maioria dos peixes de aquário de dimensões tratáveis. Seus hábitos filtradores permitem-nos utilizá-las como veículo para o fornecimento de vitaminas ou aditivos alimentares aos peixes. Sempre estão disponíveis em vários tamanhos, tendo em vista sua rápida reprodução.
As daphnias mudam de "casca" (esqueleto externo) continuamente e logo após esta operação são macias e bastante mais atraentes para os peixes. Esta "casca" é útil para "limpar" o sistema digestivo dos peixes.
As que não são consumidas sobrevivem no aquário, onde se vão alimentando de bactérias, leveduras, matéria orgânica em suspensão, etc., e dessa forma contribuindo para o asseio do aquário. Vão-se também reproduzindo, sendo os recém-nascidos uma boa comida para alevinos eventualmente presentes no aquário.
Enquitréia (Enchytraeus albidus)
Verme branco de tamanho reduzido, com alto valor nutritivo, rico em vitaminas: A, D, e E; além de ser uma substancial fonte de proteínas, sais minerais e hidratos de carbono. Ótima fonte de nutrientes para os peixes.
Sobrevive por várias horas na água dentro do seu aquário.
Para peixes adultos recomenda-se que seja dada apenas três vezes por semana. Aos filhotes sem restrições, mas de preferência não como único alimento.

Microfex ou Microtubifex
São anelídeos parecidos com o Tubifex, são menores, geralmente mais claros e muito apreciados pelos peixes. Aparecem em culturas adubadas com matéria orgânica.


Microverme (Anguilula silusiae)
Excelente alimento para filhotes e adultos, os microvermes são pequenos vermes brancos, de forma cilíndrica, que alcançam no máximo 3 mm de comprimento.
Seu uso prolongado e/ou em demasia pode distender o abdome do peixe, mudando sua anatomia.
Deseja comprar inóculo? [ clique aqui ]
Leia tutorial para cultivo: [ clique aqui ]

Moina (Moina sp.)
Nutricionalmente, são similares às artêmias e daphnias.
São menores que as daphnias (1/4 ou menos), permitindo sua oferta para alevinos bem jovens.
São muito resistentes à falta de oxigênio, prolíferas, e por serem criadas em água doce, ficam vivas e se reproduzindo caso não sejam ingeridas.

Paramécio (Paramecium)
Protozoário ciliado (pelos curtos) que vive na água doce. Tem formato de sola de sapato, corpo translúcido, mede aproximadamente 2/10 de milímetro. Se reproduz rapidamente por bipartição. Se alimenta de bactérias, algas, plantas aquáticas microscópicas e de outros da mesma espécie.
Pode ser utilizado diretamente para alimentar peixes recém-nascidos ou como base de uma cadeia alimentar para o cultivo de outras espécies de alimento vivo, como a Daphnia ou pulga d'água.
Tubifex (Tubifex sp.)
Tubifex vivos, congelados ou desidratados reforçam o programa de alimentação. Estimulam o crescimento do corpo e aumentam a fertilidade do peixe.
O Tubifex vivo é difícil de coletar na natureza ou de se achar nas lojas especializadas. Uma vez obtidos, são difíceis de manter vivos. Por essa razão, a maioria dos criadores preferem usá-los nas variedades congeladas ou desidratadas.
Na natureza eles vivem em condições muito sujas e são difíceis de limpar adequadamente, mesmo nas formas congeladas e desidratadas. Podem ser fontes de doenças parasitárias.
Leia tutorial para coleta e cultivo: [ clique aqui ]

Verme de Grindall (Enchytraeus buchholzi)
Pequeno verme branco de aproximadamente 1 cm na fase adulta. Alimento extremamente rico em proteínas e gorduras.
Suporta climas quentes, muito resistente e fácil de cultivar. São muito prolíficos e os peixes adoram. São ideais para o crescimento dos alevinos de muitas espécies, e também para despertar o apetite de peixes enfermos, debilitados ou que não aceitam alimento seco comercial.

Verme de Vinagre (Turbatrix aceti)
Verme nematódeo diminuto (1 a 2 mm), que se alimenta de bactérias existentes no vinagre em fermentação. Se mantém vivo em água doce (não conseguindo se reproduzir nestas condições), muito mais que os micro-vermes. Ideais para alevinos recém nascidos.
Sua cultura é simples e não demanda maiores cuidados. É recomendável após a colheita, lavá-los em água corrente muito bem, para não desequilibrar o pH do aquário. Principalmente em aquários com pouco volume d'água.
reprodução em cativeiro
Em geral os Bettas splendens já estão prontos para o acasalamentopor volta dos 5 meses de vida.
Se reproduzem facilmente e geram proles numerosas (mais de 300alevinos em cada ninhada - nem todos sobrevivem, mas um número expressivo vinga).
O cortejo e o acasalamento oferecem um espetáculo belíssimo e arrebatador de se assistir.
Comumente o macho é colocado num aquário pequeno (+/- 20 litros) com coluna d'água de aproximadamente 10 cm (vide condições ideais da água em "Manejo Básico"), 10 dias antes da lua cheia, para começar a se sentir dono do território.
Depois de 2 dias, aproximadamente, a fêmea é introduzida no aquário, mas dentro de um vidro transparente, sem fundo, onde é vista, mas não tocada pelo macho.

O macho imediatamente começa o seu ritual de exibição para a fêmea e construir um ninho com bolhas de ar, na superfície d'água.
Este processo dura uns 8 dias, aproximadamente. A fêmea então já se mostra preparada para o acasalamento, seu oviduto está dilatado, com uma ponta branca e apresenta no corpo listas verticais.
Neste momento o macho já está com o ninho totalmente pronto (enorme colchão de bolhas) e é hora de libertar a fêmea (com cuidado para não agitar a água e desmanchar o ninho de bolhas), que deverá ter, a esta altura, um comportamento submisso, se deixando levar para baixo do ninho.
É conveniente providenciar abrigo para a fêmea se proteger, caso o macho se mostre muito violento ou ela ainda não esteja totalmente pronta para o acasalamento. Podem ser: pedras sem arestas, seixos de rio, plantas aquáticas naturais (musgo de java, samanbaia d'água, etc) ou até cotovelos de PVC, como na foto acima.
Os dois ficam algum tempo nas preliminares mas logo acontecerá o primeiro de vários abraços delicados e suaves que o macho dará na fêmea, espremendo-a para liberação dos ovos, fertilizando-os neste instante.

Os ovos, dezenas de cada vez, são expelidos e vão caindo lentamente no fundo do aquário. Geralmente a fêmea fica meio atordoada por alguns instantes e enquanto se recupera, o macho vai coletando em sua boca, ovo por ovo e depois os deposita no colchão de bolhas. Estas rotinas de abraços, posturas, fecundações, coletas, acomodação dos ovos se repetem por várias vêzes.
Concluída a postura, a fêmea é retirada do aquário por que o macho assume a guarda do ninho, se preciso com bastante violência, não permitindo a aproximação da fêmea. No habitat natural ela naturalmente guardaria distância segura do macho, mas confinada no aquário, poderá ser morta.
Pelos próximos 2 (dois) dias, o macho protege e arruma o ninho o tempo todo. Após o nascimento dos alevinos, por mais 2 (dois) dias ele pega os filhotes que caem do ninho e os recoloca no colchão, até que já possam se virar sozinhos. Neste momento quem é retirado do aquário de procriação é o macho, senão os alevinos é que correm perigo de ser devorados pelo pai.
O belíssimo espetáculo de acasalamento foi registrado num vídeo de 1 min e 28 seg, por Jeremy Bolanos (Março/2006), assista (requershockwave-flash). Você vai querer procriar seus Bettas em sua casa também, com certeza.
desenvolvimento dos alevinos
A fase de desenvolvimento dos alevinos em cativeiro é a mais desafiadora de todas. As coisas acontecem muito rapidamente e você precisa estar preparado(a) para atender as necessidades básicas dos alevinos ao tempo certo: equilíbrio constante de temperatura e pH da água, limpeza e renovação da água (vide: Manejo Básico), alimentação com alimentos vivos (vide: Alimentação Equilibrada), betteiras em abundância para os machos e tanques coletivos de crescimento para as fêmeas (jovens).
Não se assuste! É trabalhoso, mas o resultado é absolutamente gratificante.
Recapitulando o que dissemos no tópico Reprodução em Cativeiro, aproximadamente após 48 horas da postura dos ovos, inicia-se a eclosão dos ovos, surgem milhares de alevinos no ninho-bolha, minúsculos (aproximadamente 2,5 mm).
1º dia
Parecem fiapinhos espetados no ninho, na vertical. Neste momento se alimentam das reservas contidas no saco vitelino. Você vai vê-los cair do ninho-bolha e tentar voltar sozinhos, outros cairão no chão do aquário. Estes serão pegos pelo macho, na boca, e colocados novamente no ninho-bolha. Ele continuará fazendo isto por 48 horas aproximadamente, daí o macho deverá ser retirado do aquário (final da tarde) e os alevinos ficarão totalmente dependentes da sua atenção e esforço para mantê-los alimentados e saudáveis.
3º dia
Pela manhã, os alevinos precisam começar a se alimentar. Uma boa opção é verme-do-vinagre, alternando com microvermes a tarde, e a noite, voltando a oferecer verme-do-vinagre. Outras opções:paramécios, rotíferos ou infusórios.
É bom começar a aerar a água levemente para quebrar a tensão superficial da água. O labirinto dos alevinos ainda não está totalmente formado, isto vai acontecer por volta do 8º dia de vida, mas eles sobem à superfície da água, mesmo sem fazer troca de gases.
Você vai observar que os alevinos já assumem o nado horizontal, com movimentos erráticos e rápidos pelo aquário.
Concomitantemente e até o final do processo, inicia-se o processo de trocas parciais de água, pelo menos, 2 vezes por semana.
8º dia
Já é possível oferecer náuplios de artêmias, em pequenas quantidades, duas vezes ao dia. Opções: Moinas, Daphnias.
Esta dieta continua até que (final da oitava semana, aproximadamente) eles possam comer alimentos vivos maiores como:tubifex, artêmias adultas, branchonetas.
Muito lentamente vá aumentando a coluna d'água do aquário.
Este vídeo de 6 min e 44 seg (requer shockwave-flash), produzido por "BentusiTheUnBound" (11/07/2007), lhe dará uma idéia de como as coisas acontecem da eclosão até o 6º dia aproximadamente.
Após a 8ª semana
Neste ponto é aconselhável começar a introduzir alimentação industrializada, triturada na forma de farelo, até que o peixe cresça o suficiente para aceitar o granulo inteiro.
Neste ponto, a coluna d'água já será a máxima possível dentro do aquário de cria. É hora de pensar em transferir os bebês para um ambiente maior. Introduzir um filtro interno ou externo que agite o menos possível a água e tenha proteções para que os peixes não sejam sugados.

Em todo o processo há de se tomar muito cuidado com relação a super-alimentação, que deve ser evitada, limpeza da água, estabilidade do pH e da temperatura.
Na medida em que já seja possível distingüir os machos dentro do seu plantel, já vá separando-os em betteiras ou enjarrando-os, como se costuma dizer (pets de refrigerantes são uma opção barata).

Após a 20ª semana
Já é possível começar a seleção dos melhores espécimes para melhoria genética do seu plantel e começar a distribuir os filhotes no mercado ou entre amigos.
artigos
Os textos aqui publicados não refletem, necessariamente a opinião do site e de seus administradores, e são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores, bem como a divulgação de marcas registradas, fotos ilustrativas, citação de textos e links.
• Aquarismo elementar: Existem alguns princípios básicos da aquariofilia que precisam ser seguidos para garantir a saúde de seus peixes e a beleza dos seus aquários. Aqui vamos abordar os principais e suas aplicações relacionadas aos Bettas splendens.
como comprar bettas splendens
Existem alguns procedimentos básicos e importantíssimos para efetuar compras de Bettas splendens. Seja em estabelecimentos comerciais, ou diretamente com criadores que desenvolvam linhagens especiais.

Comprando numa loja:
1. Observe a higiene e limpeza do estabelecimento comercial. Observe o cuidado com que tratam os animais;
2. Selecione o peixe que se movimenta bastante na betteira e que, de preferência, já esteja nidificando, se for exemplar macho. O peixe deve ter aparência saudável. Evite comprar peixe apático, pois pode estar doente;
3. Peça ao atendente que alimente o peixe. Observe que alimento é oferecido, repare como o peixe reage à oferta de alimento. O peixe deve avançar em direção da comida, com vontade. Se o comportamento for de indiferença, aborte a compra deste exemplar;
4. Se for exemplar macho, peça ao atendente que aproxime a betteira do peixe escolhido à outra betteira contendo outro exemplar da espécie, de preferência outro macho. Observe a reação do peixe. Ele deverá se armar todo, para combater o oponente que se aproxima de seu território, exibindo todo o explendor de suas cores, nadadeiras e opérculo abertos. Se o comportamento for de apatia, aborte a compra deste exemplar;
5. Acompanhe a embalagem do peixe. Cuide para que ele seja embalado para transporte, na mesma água onde estava exposto. Na embalagem observe se existe água suficiente para cobrir duas vezes o corpo do peixe, no mínimo, e ar suficiente para o peixe respirar - betta saudável e bem embalado, agüenta mais de 10 (dez) dias nesta condição, se for extremamente necessário. O saco plástico usado para transporte deve ter as suas pontas presas com fita adesiva, dando-lhe um formato arredondado, para impedir que o peixe fique preso na embalagem e acabe morrento no transporte.
Dicas Úreis:
a. Saiba que este processo de embalagem, transporte, chegada num novo ambiente, adaptação ao novo manejo, estressa demais o peixe e este é o caminho para que doenças se manifestem. Procure minimizar o estresse do peixe;
b. Não se iluda com o tamanho do peixe. Geralmente Betta splendens enormes, expostos em lojas, já são exemplares em fim de carreira, descarte de criatórios. Se você pretende acasalar o peixe, pior ainda, pois sua nadadeira caudal enorme e pesada dificulta os seus movimentos e o acasalamento, cansa o peixe. Escolha peixes jovens, possivelmente menores;
c. Se o estabelecimento comercial oferece aos peixes que estão em exposição para venda, um alimento diferente daquele que você costuma oferecer aos seus peixes, no seu manejo habitual, consiga ou compre um pouco do alimento usado pela loja, para ajudar o peixe em sua adaptação ao novo alimento que você costuma usar;
d. Alguns lojistas mais cuidadosos, aplicam na água de transporte, extrato de Aloe Vera ou Floral de Bach (Rescue) - preparado com água, ao invés de conhaque, para acalmar o peixe. Se este tratamento estiver disponível na loja em que você está adquirindo o peixe, excelente. Faça questão de que seja usado no peixe que você está levando para casa. Se não estiver disponível e se você for prevenido, poderá levar um pedaço defolha de amendoeira de casa, para colocá-lo na embalagem. Esta folha tem propriedades fungicidas/bactericidas e também acalma o peixe.

Comprando de um criador que desenvolve linhagens especiais:
1. Procure previamente referências sobre o criador. Procure saber se ele é idôneo e ético. Se cria peixes com boa genética. Se costuma entregar exatamente o que oferece para compra;
2. Exija do criador a especificação da linhagem do peixe escolhido. Se possível, que forneça informações sobre os ascendentes do peixe. Só assim você evitará grandes surpresas nascidas nas ninhadas;
3. Exija do criador o envio prévio de foto do peixe escolhido, de boa qualidade, onde apareça de uma escala métrica para que você possa ter uma idéia clara do tamanho do peixe. Foto que lhe permita confirmar, no recebimento, se de fato recebeu o que negociou com o criador/vendedor;


1. Negocie antes do despacho da encomenda, a reposição de peixe que não esteja de acordo com o que foi comprado ou que não chegou vivo no destino e quem vai assumir os custos de transporte, nestes casos. Sabendo que obviamente estas exigências irão impactar no preço final do peixe e nem poderia ser diferente.
Dicas Úteis:
a. Comece a sua procura por criadores, consultando a lista de criadores que mantemos neste website. Não nos responsabilizamos legalmente pelas transações comerciais, nem pela qualidade dos peixes negociados. Porém, com os nomes dos criadores mais próximos da sua área geográfica, ou que desenvolvam as linhagens que você procura, ficará mais fácil buscar as referências de idoneidade e ética que recomendamos pesquisar antes da compra;
b. Tenha em mente que algumas linhagens são decorrentes de anos de trabalho genético e pesquisa, e que você estará pegando um "peixe pronto", como se costuma dizer no jargão de criadores. Então é óbvio que o preço do peixe não pode ser comparado ao preço de um peixe Cauda de Véu (Veil Tail), sem linhagem definida, costumeiramente encontrados para venda, em lojas de aquários e pet shops. Então, não cometa a deselegância de fazer este tipo de comparação com o vendedor, nem dizer que o peixe dele é caro. Simplesmente agradeça a atenção e procure outro criador/vendedor para comprar a linhagem que você procura, que tenha qualidade de peixes comparáveis ao criador/vendedor anterior e preços que se encaixam no seu orçamento. Deixe que a lei de oferta e procura cuide da política de preços do criador/vendedor anterior;

c. Quando o peixe encomendado chegar ao destino, antes de abrir a caixa, providencie uma fotografia da mesma, exibindo o estado em que chegou a embalagem. Tomando o cuidado de deixar visível e legível o endereçamento impresso na caixa;
d. Ao abrir a caixa, se você se deparar com peixe morto), não viole o saquinho plástico de transporte. Fotografe o peixe, dentro do saquinho e entre em contato imediatamente com o criador/vendedor, para fazer valer o que foi combinado no momento da compra;
e. Não faça economia porca com o transporte. Escolha meio de transporte rápido, afinal quanto antes sua encomenda chegar, menos estressado ficará o peixe;
f. Peça para o criador/vendedor despachar a encomenda, preferencialmente numa segunda ou terça-feira, no máximo. Isto para não correr o risco da encomenda ficar retida num depósito de transportadora num final de semana inteiro;
g. É boa prática, por parte do criador/vendedor, dar uma reforçada na alimentação do peixe, antes de despachá-lo e 3 (três) dias antes do despacho, deixar de alimentá-lo, para diminuir o volume de excretas na água, no período de transporte. Isto permitirá que a água se mantenha limpa e mais saudável, por mais tempo. Exija que ele proceda com estes cuidados;
h. Peça para o criador/vendedor, embalar o peixe, colocando extrato de Aloe Vera, ou Floral de Bach (Rescue) - preparado com água, ao invés de conhaque, ou usar um pedaço de folha de amendoeira, por que ajudam a acalmar o peixe;
i. Peça para o vendedor/criador, arrumar ou vender um pouco da ração que ele costuma oferecer ao peixe, se não é a mesma que você costuma oferecer aos seus peixes. Isto para ajudar o peixe a se adaptar ao novo alimento usado habitualmente em seu manejo.
j.
componentes e equipamentos
k. Existem alguns princípios básicos da aquariofilia que precisam ser seguidos para garantir a saúde de seus peixes e a beleza dos seus aquários. Aqui vamos abordar os principais e suas aplicações relacionadas aos Bettas splendens.
l.
Sumário: Substrato

Decoração

Plantas

Aquecedor

Termômetro

Iluminação

Filtros e Oxigenadores

m.
n.
Substrato
o. Para Bettas, são absolutamente dispensáveis. Só complicam o manejo, mas se você faz questão de decorar seu aquário saiba que o substrato, além de ser decorativo, também servirá para dar suporte as raízes das plantas aquáticas e para fixação de microorganismos necessários a filtragem biológica, caso façam parte do seu projeto. Prefira cascalhos arredondados e de cor escura (nem pense em usar pedras coloridas artificialmente).
p. Outra opção é o areão de rio com granulometria média entre 3 e 5 mm.
q. O substrato não deve alterar o pH da água, acidificando-a ou alcalinizando-a. A neutralidade se faz necessária.
r.
Decoração
s. Novamente afirmo que são dispensáveis em aquários de Bettas. Mas se você gosta destes elementos, use pedras arredondadas, que não alterem a qualidade da água (pH principalmente). Uma boa opção são os seixos rolados de rios (ou ainda granito ou basalto). As pedras grandes ajudam a manter a temperatura do aquário mais estabilizada.
t. Troncos de madeiras não devem ser usados em aquários de Bettas por que acidificam a água, embora sejam muito apreciados como elemento decorativo.
u. Os enfeites oferecidos em lojas, desde que não possuam arestas onde os peixes possam se ferir e não alterem a qualidade da água, também são opções decorativas.
v. Plantas
w. Naturais ou artificiais oferecem possibilidades interessantes para decoração. Quanto as artificiais a regra básica é a mesma: não deve alterar a qualidade da água e ser macia, não possuir arestas que possam machucar o peixe.
x. As naturais precisam ser bem escolhidas para que sobrevivam em água de pH tendendo para o neutro e com a quantidade e tipo de luz que você dimensionou para o seu projeto. Plante, no máximo, 1/3 da área do solo.
y. As plantas naturais, além de decorativas, contribuem para a efetivação do perfeito equilíbrio biológico do aquário e impedem que a água entre em processo de decomposição.
z. Para aquários sem substratos, saiba que existem plantas que não precisam ser plantadas no solo, podem ficar soltas na água. Cumprem seu importante papel de ajudar na biologia da água e são muito decorativas (Exemplo: Ceratophyllum demersum ou Vesicularia dubyana).
aa.
Aquecedor
bb. É absolutamente imprescindível se você mora numa região onde as temperaturas podem ficar inferiores aos 25 °C e muito recomendável que possa trabalhar consorciado com um termostato, que automatiza sua ação, dando mais equilíbrio à temperatura da água. Para comprar, siga a tabela de dimensionamento de potência de aquecedor, que disponibilizamos mais abaixo.
cc. Vou além, invista um pouco mais e compre um excelente termostato com aquecedor integrado, que trabalhe submerso.
dd. O uso só do aquecedor, sem o controle automático de um termostato, é uma opção mais econômica, porém muito arriscada. O aquecedor ligado initerruptamente poderá, literalmente, cozinhar os peixes.
ee. Este aquecedor deve ficar no fundo do aquário, totalmente submerso e se houver substrato, pode ficar enterrado nele.
ff. Para dimensionar a potência do aquecedor adequado para o seu projeto, siga esta tabela:
Aquecedor - Dimensionamento de Potência
Galões/Litros 5 ºC / 9 ºF 10 ºC / 18 ºF 15 ºC / 27 ºF
05 gal/025 L 025 watts 050 watts 075 watts
10 gal/050 L 050 watts 075 watts 075 watts
20 gal/075 L 050 watts 075 watts 150 watts
25 gal/100 L 075 watts 100 watts 200 watts
40 gal/150 L 100 watts 150 watts 300 watts
50 gal/200 L 150 watts 200 watts 200 watts
65 gal/250 L 200 watts 250 watts 2 x 250 watts
75 gal/300 L 250 watts 300 watts 2 x 300 watts
gg. Instruções:
hh. Subtraia a temperatura média da estufa/local em que o aquário está localizado da temperatura que você deseja manter a água do aquário.
ii. Encontre o tamanho de seu aquário na coluna da esquerda e mova para coluna que mostra o número de graus que o aquário precisa para ser aquecido.
jj. Se a exigência de aquecimento está entre níveis, mova-a para o mais próximo valor superior.
kk. Em tanques maiores, ou onde a temperatura da estufa/local do aquário está significativamente abaixo da temperatura de água desejada, podem ser requeridos dois aquecedores.
ll. Aquecedores devem ser instalados em cantos opostos do aquário para aquece-lo mais uniformemente.
Exemplo:

Temperatura média da estufa = 68 °F
Temperatura desejada da água = 77 °F
---------------------------------------------------------------
Aquecimento exigido = 09 °F

Logo p/ este ambiente:
Tanque = 20 galões
Aquecedor requerido = 50 watts
mm.
Termômetro
nn. É necessário para acompanhamento e controle da temperatura do aquário. Podem ser flutuantes, adesivos ou digitais (mais sofisticados e caros). Existem equipamentos específicos para aquarismo, que trabalham na escala adequada.
oo. Os Bettas vivem em águas que variam entre 24 e 30 °C e mesmo em aquários equipados com sistema automático de controle de temperatura (termostatos), é muito importante a leitura periódica do termômetro a fim de certificar-se quanto ao funcionamento correto dos equipamentos. Caso ocorra uma pane no termostato e ele não mais desligar o aquecedor, a temperatura subirá excessivamente podendo matar os peixes. Já no caso de queima do aquecedor, a temperatura poderá baixar muito, trazendo problemas para os peixes, como algumas possíveis doenças.
pp. Deve-se desligar todos os equipamentos elétricos s
qq. empre que se for realizar qualquer manutenção no aquário. No caso dos equipamentos elétricos de controle de temperatura reforça-se esta recomendação com a orientação de não retirar o aquecedor da água, mesmo desligado, sem antes aguardar cerca de 5 minutos, para que ele resfrie naturalmente em contato com a água do aquário. Nunca ligar estes equipamentos sem que estejam instalados no aquário e em contato com a água, pois podem queimar ou mesmo quebrar o tubo de vidro.
rr.
Iluminação
ss. A iluminação artificial vai realçar a cor do(s) peixe(s), valorizar o efeito decorativo do aquário, contribuir na fotosíntese das plantas naturais, se houverem, e ajudar o(s) peixe(s) a aproveitar(em) melhor os alimentos oferecidos, visto que se alimentam quando há claridade.
tt.
uu. O aquário deve ficar afastado de janelas para não pegar iluminação direta e o calor excessivo do sol. Luz em excesso pode provocar o aparecimento de algas verdes e a falta dela, algas marrons.
vv. Se você optou por decorar o aquário com plantas naturais, vai precisar providenciar iluminação artificial suficiente para manter a saúde da planta.
ww. Geralmente são usadas lâmpadas fluorescentes (lâmpadas frias). Existem lâmpadas especiais para aquários, que certamente são as mais adequadas.
xx. Apesar de dificilmente queimarem, as lâmpadas fluorescentes perdem a eficiência com o passar do tempo e devem ser substituídas anualmente.
yy. Se o seu aquário for muito pequeno ao ponto de não comportar uma lâmpada fluorescente ou lâmpada econômica, use as tradicionais lâmpadas de bulbo, incandescente de menor potência (15 Watts) e a mantenha suficientemente longe da lâmina d'água para não super aquecer a água.
zz. Tanto o excesso, como a deficiência na iluminação são prejudiciais às plantas e aos comportamento dos peixes. O excesso de iluminação pode estressar os peixes e promover o crescimento exagerado de algas, exigindo a realização de limpezas mais freqüentes do aquário. A deficiência, além de deixar de realçar a beleza dos peixes, prejudica o desenvolvimento das plantas. A iluminação deve permanecer acesa durante 8 a 12 horas diárias, variando conforme a claridade natural do ambiente. É muito importante salientar que este período de luz acesa deve ser durante o dia ou até algumas horas do início da noite. A luminária não deve permanecer acesa durante toda a noite porque os peixes necessitam de um período de escuridão para dormir.
aaa. Leia atentamente este artigo do Alex Kawasaki, publicado no website do Agostinho Monteiro. Nele você terá as informações básicas para o
bbb. adequado dimensionamento da iluminação do seu aquário, valorizando seu projeto e o equilíbrio da fauna e flora.
ccc.
Filtros e Oxigenadores
ddd. No manejo de Bettas, se você optou por uma betteira limpa e adota o esquema de regulares TPAs (Trocas Parciais de Água), filtros e oxigenadores são absolutamente dispensáveis.
eee. Agora, se você seguiu o caminho de aquários/betteiras decoradas, com plantas naturais ou artificiais e elementos decorativos (variados), pode ser necessário investir um pouco mais na compra de filtros e oxigenadores.
fff. O aquário, por ser um ambiente fechado e restrito, não proporciona condições de auto renovação da água, como ocorre na natureza. É imprescindível que o aquário esteja equipado com um bom sistema de oxigenação e filtragem para obter uma boa qualidade de água.
ggg. Não podemos contar com as plantas naturais para o fornecimento de oxigênio aos peixes. Mesmo produzindo oxigênio, através da fotossíntese, durante o período de claridade, estas mesmas plantas consomem este gás durante a noite.
hhh. Todos os tipos de filtros instalados em aquários promovem também a oxigenação da água e eliminação de gás carbônico, através da formação de borbulhas ou pela simples movimentação da água.
iii. Basicamente três tipos de filtragem podem ser realizadas no aquário: a filtragem mecânica, a fina e a biológica. A filtragem mecânica capta as partículas em suspensão na água, através de elementos filtrantes como a lã de nylon, enquanto a fina retira impurezas que estejam diluídas na água, quando esta passa por outro elemento filtrante, como o carvão ativado. Já a filtragem biológica consiste na degradação da matéria orgênica acumulada, através de bactérias benéficas que se instalam nos elementos filtrantes ou no substrato de fundo. A ação destas bactérias evita o acúmulo de compostos nitrogenados prejudiciais aos peixes.
jjj. A escolha do tipo de filtro vai variar com o tamanho e tipo de aquário e também com a quantidade e tamanho de peixes que se irá colocar (mais do que um, só recomendamos se for um aquário de Bettasfêmeas). O ideal é que se consiga conciliar os três tipos de filtragem em um ou mais tipos de filtro.
kkk. O filtro de placas de fundo, conhecido como filtro biológico, é um dos mais utilizados. Torna-se mais eficiente quando associado a um bom compressor de ar ou bomba submersa. Este filtro associa a filtragem mecânica à biológica, utilizando o substrato de fundo como elemento filtrante e como fixador de bactérias.
lll.
mmm. Alguns filtros externos conseguem realizar os três tipos de filtragem simultaneamente, com ótimos resultados em termos de qualidade da água. Podem ser usados associados ao filtro biológico ou mesmo como único filtro do aquário.
nnn.
ooo. Os equipamentos de oxigenação e filtragem devem estar constantemente em funcionamento, exceto durante operações de manutenção e limpeza. A eventual falta de energia elétrica não é motivo para pânico. Desde que não haja uma super população no aquário (no caso de aquário comunitário de Bettas fêmeas), este pode permanecer algumas horas sem oxigenação da água. Convém observar o comportamento dos peixes neste período. Caso eles comecem a "boquejar" na superfície à procura de oxigênio, uma troca parcial de água deve ser realizada.
ppp. Como o filtro de placas ou biológico utiliza o próprio substrato de fundo, como elemento filtrante, sua manutenção consiste na sifonagem de fundo, realizada com sifão simples de tubo e mangueira. O objetivo é retirar o excesso de matéria orgânica acumulada entre o substrato.
qqq. Deve-se ter o cuidado de não introduzir o sifão muito próximo das plantas para não danificar suas raízes. A freqüência desta sifonagem e conseqüente troca parcial de água depende das condições particulares de cada aquário, mas podemos citar o intervalo de duas semanas como recomendação geral. Cerca de 20% da água do aquário deve ser trocada a cada sifonagem, adotando-se com a água a ser adicionada os mesmos cuidados de tratamento právio recomendados na montagem, respeitando-se os valores de temperatura e pH da água restante no aquário.
rrr. Para os outros tipos de filtros é necessário a limpeza e/ou troca dos elementos filtrantes na freqüência recomendada pelos fabricantes ou conforme as condições de cada aquário. Estes elementos podem ser lã de nylon ou outra fibra para filtragem mecânica, carvão ativado para filtragem química e também componentes com alta porosidade e/ou grande superfície de contato, responsáveis pela colonização das bactérias encarregadas da filtragem biológica. Um cuidado importante consiste em lavar estes componentes fixadores de bactérias com a água retirada do próprio aquário, durante a sifonagem. A utilização de água com grande diferença de temperatura ou com cloro, pode ocasionar a morte desta população bacteriana.
o aquário
Existem alguns princípios básicos da aquariofilia que precisam ser seguidos para garantir a saúde de seus peixes e a beleza dos seus aquários. Aqui vamos abordar os principais e suas aplicações relacionadas aos Bettas splendens.

Sumário: Formato

Tamanho

Aquários para procriação de Bettas

Aquários para "enjarrar" alevinos de Bettas


Formato
Existe no mercado uma grande variedade de opções de aquários, que vão desde o formato de globo, aos exóticos multi-facetados, passando pelos tradicionais retangulares.
Estes últimos, os retangulares, são os mais indicados pois: possuem maior superfície de água em contato com o ar (mais troca gasosa entre oxigênio e gás carbônico); são mais práticos para instalação de equipamentos (luminárias, filtros, aquecedores, termostatos); propiciam melhor visualização do seu interior, sem distorcer a imagem do(s) peixe(s); facilitam as tarefas de limpeza e manutenção.



Aquários coletivos de Bettas só se aplicam as fêmeas - os machos precisam de aquários individuais, pois são muito territorialistas [1].

O uso de uma tampa de vidro que cubra o aquário, pelo menos boa parte da superfície, é conveniente pois reduz a evaporação de água (diminui a necessidade de reposição), conserva melhor a temperatura da água (economia de energia elétrica com os aquecedores), protege a luminária (curto-circuitos provocados por respingos d'água), protege a água de poeira e outras impurezas que possam cair sobre o aquário e a morte de peixes saltadores (Bettas costumam saltar para fora da água).

Tamanho
Evidentemente sua capacidade de investimento e espaço disponível terão grande peso na compra do equipamento, porém leve em conta que os aquários maiores são de mais fácil manutenção, alcançam mais rapidamente o equilíbrio biológico e o sustentam de forma mais eficaz. Tenha em mente que, em condições ideais, para cada centímetro de peixe adulto, você deverá oferecer 1 litro de água [2]. Esta regra aplicada aos Bettas que possuem 7 cm, em média, qdo. adultos, precisam de 7 litros para viver bem e com saúde.
Para calcular o volume de um aquário retangular, usando todas as medidas em centímetros, multiplique seu comprimento por sua largura e o resultado, pela altura. Por fim, divida o resultado por 1.000, para ter o volume em litros. Exemplo: 50 cm (comprimento) x 30 cm (largura) x 30 cm (altura) = 45.000/1.000 = 45 litros.
Na prática um aquário nunca é cheio até a borda e em casos onde exista elementos decorativos (substrato, pedras, plantas, adornos, etc.), isto deve ser considerado no cálculo do volume de água real. Em média você pode reduzir em 15% o volume, ou seja, seguindo nosso exemplo, nosso aquário de 45 litros teria um volume de água na casa de 38,25 litros (45 litros x 0,85 = 38,25 litros).

Aquarios para procriação de Bettas
Os mais indicados são os de formato retangular, de aproximadamente 20 litros.
Quanto ao material, podem ser de vidro [3], plástico, acrílico e até mesmo uma caixa de isopor. Devem ter tampa, para ajudar a manter a temperatura da água e do ar acima dela.
Remova o fundo de isopor e cole um pedaço de papel cartão preto, na lâmina debaixo do aquário, por fora. O fundo escuro vai ajudar o macho a visualizar os ovos, para apanhá-los e depositá-los no ninho-bolha. Depois cole outra placa de isopor, para ajudar a tamponar a temperatura da água, minimizar a propagação das vibrações do ambiente para a água e proteger a delicada lâmina de vidro da base do aquário, que em geral, para aquários deste tamanho, não passam de 4 mm ou 5 mm.


Aquários para "enjarrar" alevinos de Bettas
Como o número de alevinos por ninhada pode ser elevado, na casa de 200 indivíduos, ou mais, isto pode ser uma grande dificuldade no momento da separação dos filhotes machos. O ideal é que eles fiquem separados uns dos outros, pois são territorialistas e irão se enfrentar para disputar a dominância de um espaço comum. Esta separação é chamada pelos criadores, como "enjarrar" alevinos.
Por uma questão de custos é muito comum criadores se valerem de vidros de palmito, pets de refrigerantes cortados, copos descartáveis; só para citar algumas opções.

Na medida que os alevinos machos forem crescendo, se possível, é conveniente que sejam acomodados em betteiras maiores.
Em nosso criatório, por uma questão de espaço disponível e facilidade de manejo, optamos por betteiras de 3 litros.


Marcio Luiz de Araujo
mlaraujo60@bettabrasil.com.br
Empresário da área de TI, desenvolve soluções para web. Graduado em Administração de Empresas pela PUC Campinas/SP. Aquarista hobbysta, apaixonado pela espécie Betta splendens, desenvolve e mantém o website Betta Brasil, é owner do Grupo de Discussões Betta Brasil.

________________________________________
Nota(s):
• [1] É possível manter aquários coletivos de Bettas splendensmachos, desde que sejam acostumados, desde alevinos, neste manejo. Porém, as caudas dos peixes ficarão danificadas, prejudicando o visual do peixe, muitas vezes de forma definitiva, mas isto não afetará a carga genética do peixe, nem sua capacidade reprodutiva. Muito possivelmente, o macho mais feio do grupo será exatamente o dominante do aquário, pois é o que mais vai se envolver em competições pela dominância do espaço. Particularmente não gosto deste manejo, mas ele é possível.
• [2] Use o bom senso na definição do espaço necessário para o seu peixe, acima de tudo. Não queira que seu peixe tenha qualidade de vida num espaço ínfimo, mas se o seu espaço e o sua possibilidade de investimento não permitem a adoção de um aquário tido como ideal, tente chegar no meio-termo.
• [3] Se você mora em regiões frias ou onde existe grande variação de temperatura ao decorrer do dia, opte por aquários que não sejam de vidro. Que sejam feitos de materiais que façam menos troca de calor com o ambiente. No mínimo, você irá economizar um bocado com o consumo de energia elétrica para que os seus aquecedores consigam manter a temperatura da água mais estável.
Faça você mesmo:
bateria de betteiras

A Betteira:
Minhas betteiras têm 15 cm X 15,3 cm X 9 cm. A água fica com 12 cm de altura e a capacidade fica perto de 1,6 litros por betteira. Os vidros são de 3 mm e aconselha-se a lixar as bordas cortantes dos vidros antes de armar os aquários. São todos colados com borracha de silicone sem antifungo.
As medidas dos vidros por betteira são:
• 1 vidro para o fundo com 15 cm X 9 cm;
• 2 vidros para as laterais de 15 cm X 15 cm;
• 1 vidro para a frente de 15 cm X 8,4 cm;
• 1 vidro para a parte inferior da traseira de 12 cm X 8,4 cm;
• 1 vidro para a parte superior traseira de 2,7 cm X 9 cm.
O posicionamento dos vidros é o seguinte:
• Os vidros laterais, frontal e traseiro inferior são colados por sobre o vidro do fundo;
• O vidro frontal e o traseiro inferior são montados por dentro dos vidros laterais;
• O vidro traseiro superior é montado por fora dos vidros laterais e atrás do vidro inferior, deixando uma fresta de 3 mm entre os vidros.

Montando a betteira:
Cola-se 1 vidro lateral e o vidro da frente entre si e sobre o vidro de fundo.
Cola-se o vidro traseiro inferior.
Cola-se a outra lateral.
Por último o vidro traseiro superior. Note que ele é colocado por trás e como ele mede 2,7 cm fica uma folga de 3 mm por onde a água sai, mas o betta não.
Veja como fica por trás.
Existem pessoas que preferem montar os vidros em volta do vidro do fundo, ao invés de por sobre ele. Não há problema, bastando alterar as medidas de modo que o aquário fique com 9 cm de largura.

A estante:
Eu utilizo cantoneiras próprias para estante que são vendidas sob vários tamanhos. Uso barras de 1 metro e 4 cantoneiras de 20 cm por barra.
As cantoneiras têm o seguinte aspecto:

As barras são assim:

Dê preferência às de alumínio ou niqueladas, para resistir à umidade.
Fixam-se as barras na parede, na vertical, fazendo um pequeno desnível de uma para outra, para que a água tenha caimento para dentro dos filtros e encaixam-se as cantoneiras para servirem de suporte às prateleiras.
As prateleiras são na verdade pequenos aquários de vidro grosso, de 6 mm, onde as betteiras são colocadas e que servem de calha para a saída da água.
O tamanho de cada prateleira vai depender da quantidade de betteiras que você desejar colocar por andar. Como utilizo barras de 1 m, só posso colocar 4 andares de prateleiras. Já vi barras de até 2 m. Isso fica a vontade do freguês. Cada prateleira deverá ser calculada para 10 cm por betteira, por exemplo, se desejo uma prateleira para 10 betteiras, ela deverá ter 1 metro. Isto acontece porque as betteiras devem ter um espaço entre si para que se coloquem os separadores para que os machos não se vejam a todo o momento. O número de barras presas na parede dependerá do tamanho da prateleira. Até um metro podem-se colocar duas ou três. Acima disso três, no mínimo.
As medidas dos vidros para uma prateleira (todos são vidros de 6 mm):
• 1 vidro de fundo de 19 cm X 1 metro (de acordo com o tamanho);
• 2 vidros frontal e traseiro de 3 cm X 1 metro;
• 1 vidro lateral de 17,8 cm X 3 cm;
• 1 vidro lateral de 15 cm X 3cm;
• 1 vidro para base da saída da água de 3 cm X 7cm;
• 1 vidro para as laterais da saída da água de 3 cm X 3 cm, cortado ao meio em diagonal;
• 1 vidro de 1 cm X 3 cm, para fazer a pingadeira.
A quantidade total de vidros dependerá da quantidade de prateleiras.

Como montar a prateleira:
Cole a lateral maior e a traseira sobre o fundo. Logo após o vidro da frente e a lateral menor. Ficando a prateleira assim.

A fenda que se encontra na lateral com o vidro menor servirá para saída da água. Deixa-se a colar endurecer.

Fazendo a saída da água:
Cola-se o vidro de 3 cm X 7 cm por baixo da prateleira/quário (virando de cabeça para baixo), de modo a sobrar 3 cm, como na figura.
Cola-se as duas metades do vidro de 3 cm X 3 cm cortado ao meio em diagonal.
Por último cola-se a pingadeira.
A estante montada com as prateleiras e as betteiras ficaria assim:

Como as betteiras tem 15 cm de comprimento e a prateleira 19 cm, fica um vão atrás das betteiras por onde a água escorre.

A saída de água:

A saída de água será feita com tubos e ipsilons de pvc de 40mm.

A entrada de água:
A entrada de água é feita com tubos de 20 mm de pvc, sendo que eu coloco 1 registro de gaveta (aquele com uma alavanca) em cada prateleira para poder regular a vazão d'água. Pode-se fazer o sistema de água de duas maneiras. Com filtragem, com é o meu, onde faço trocas diárias diretamente do filtro, ou com troca direta, ou seja, a água entra por um lado e é descartada pela saída da água, indo para o esgoto. Depende apenas da sua disponibilidade de água.
Os tubos de pvc de 20 mm são furados, depois de marcados, com uma arame fino quente. O furo não pode ser pequeno demais, senão entope com facilidade. Depois de montado fica assim:

Este é o sistema de entrada e de saída. Agora farei um esquema para filtragem e outro para troca direta.

Troca direta de água:
Basta ligar o sistema a uma caixa d'água que tenha água tratada, ou seja sem cloro e com as especificações necessárias a saúde dos peixes. Veja o esquema:

A entrada de água se faz por meio de uma mangueira de água de ½ polegada, unida ao sistema por um adaptador.
A saída vai direto para um recipiente que é ligado ao esgoto. Não se deve ligá-la diretamente ao esgoto, pois caso algum betta pule, será levado pela corrente de água para o recipiente.
A água não precisa ficar ligada todo o tempo, pode ser ligada e desligada de tempos em tempos, apenas para renovar a água das betteiras.
A sujeira no fundo das betteiras pode ser retirada em grande parte aumentando-se a vazão de entrada da água, que revolve o fundo e retira os detritos.
Mesmo ficando um pouco de sujeira no fundo, devido a troca constante de água, o nível de amônia na água não aumentará muito e não interferirá no desenvolvimento dos peixes. Eu aspiro as betteiras com uma mangueira de ar 1 vez por semana apenas.

Vejamos agora o esquema com filtragem:

A filtragem é feita primeiramente por lã sintética, seguida por pedriscos e por areia grossa. Troco parcialmente a água diariamente, tirando água da parte de entrada do filtro, por sobre a lã de vidro e recoloco a água diretamente da parte onde fica a bomba, que deve ser Sarlo 2000 ou equivalente, como a Aqua 2300, também muito boa.
O preço final fica por volta dos R$ 200,00, que pode ser barateado usando-se garrafas pets de 2 litros em vez de betteiras de vidro, cortadas e com um talho de aproximadamente 3 mm atrás para a água sair, cerca de 3 cm abaixo da borda da garrafa. Isto barateia cerca de R$ 100,00. O filtro pode ser substituído por filtros mecânicos ou por caixas plásticas divididas. Bem, tudo depende da criatividade de cada um. Este sistema pode ser acrescido de Filtros UV na saída da bomba.
Este sistema foi baseado no Sistema usado por Francisco Maraschin, da FM Bettas, de Rezende.
construa sua "artemeira"
A "artemeira", dispositivo para eclosão de cistos de artêmias salinas é muito simples de ser feito e de construção barata.

Você vai precisar dos seguintes materiais:
1. Cola tipo epoxi
2. 2 pets de refrigerantes vazios (de 2,0 ou 2,5 litros - os 2 devem ser iguais)
3. 1 tampa de pet (com vedante)
4. 2 metros de mangueira de silicone, para aquarismo (ø 4 mm).
5. 300 gr de bolinhas de gude (materiais alternativos como pedras, conchas, podem ser usados)

E dos seguintes equipamentos:
1. Tesoura
2. Instrumento ponteagudo para perfurar o pet (diâmetro ligeiramente menor do que o de uma mangueira de silicone - ø 4 mm)

Como fazer, passo-a-passo:
1. Recorte um dos pets, eliminado a parte que lhe serve de base de sustentação. Parecerá um grande funil.


2. Recorte o outro pet, eliminando a parte que afunila a garrafa. Esta parte servirá de base para a "artemeira".


3. Nesta base, faça um furo com um objeto ponteagudo, por onde passará a mangueira de silicone (ø 4 mm).


4. Perfure a tampa do pet com um instrumento ponteagudo, onde fixaremos a mangueira de silicone, bem rente ao vedante. Quanto mais justo, melhor. Assim evita-se vazamentos de água.


5. Passe a mangueira de silicone pela tampa do pet e fixe-a bem rente ao vedante e cole-a com cola tipo epoxi por fora da tampa (espere secar pelo tempo determinado pelo fabricante).






6. Passe a outra extremidade da mangueira pelo furo feito na base. Ao final, há de se cuidar para não "morder" a mangueira, o que provocaria redução no fluxo de ar/água.


7. Coloque bolinhas de gude ou material alternativo para deixar pesada a base da "artemeira", conferindo-lhe mais estabilidade.


8. Encaixe o pet que tem formato de funil, de cabeça para baixo, na base da "artemeira" e cuidadosamente vá puxando a mangueira de silicone para fora, de forma a mantê-la o minimamente curta entre a tampa do pet e o orifício da base da "artemeira", sem esticá-la em demasia ou "mordê-la", garantindo pleno fluxo de ar/água pela mangueira, o tempo todo.


As garrafas pets vão se encaixar de forma bastante justa, mas se quiser reforçar esta junção para evitar acidentes ou entrada de água, poderá passar, opcionalmente um pouco de cola de silicone na emenda das 2 garrafas e/ou fita adesiva.
A boa quantidade de mangueira de silicone, que sobra para fora da "artemeira", lhe dá bastante mobilidade para conectá-la ao difusor de ar, que por sua vez está ligado à bomba aeradora, acima do nível da "artemeira", e também para coletar os náuplios, por gravidade, abaixo do nível da "artemeira".
Se você tiver capacidade de investimento, alguma habilidade com marcenaria ou facilidade para mandar confeccionar, veja abaixo uma versão mais sofisticada e sem dúvida, mais bonita de se ver da "artemeira", que encontrei na estufa renomado do criador de guppies brasileiro, o Sr. Abdalla, de Campinas/SP. Na prática o resultado é o mesmo.

Espero tê-lo(a) ajudado no seu projeto de desenvolvimento de sua própria "artemeira" com idéias e soluções caseiras e baratas.
Sucesso!

Genética:
betta red dragon
Bom, há algum tempinho venho observando a "coqueluche" chamada Red Dragon.
Ao mesmo tempo em que se vê em toda parte uma procura quase que deseperada por estes bettas, tanto por criadores quanto por hobistas, quase não se vê nenhum artigo sobre suas origens genéticas, histórico e sua real definição.
Como curioso de carteirinha, resolvi procurar informações pela internet, em fóruns e através de conversas via e-mail com alguns dos grandes criadores tailandeses.
Bem longe de ter a pretensão de escrever um artigo científico sobre o assunto, fiz um apanhado geral de tudo o que consegui reunir, das opiniões, dos fatos e das minhas interpretações. Acho que isso vai iluminar a cabeça de muita gente, inclusive a minha! rs...

Parte I: Histórico

Em 2003, na Tailândia, nascia o betta que seria chamado "Red Dragon". O responsável pela proeza foi o Criador nativo de nome Mr. Tea.
Naturalmente os bettas não tinham as formas e as cores que vemos hoje.
Ele ainda demorou 1 ano para aperfeiçoá-los, principalmente as formas das nadadeiras para as competições. Em meados de 2004 ele seria então apresentado em um evento chamado de COPA do PRíNCIPE 2004. Nesse evento, ele foi o campeão da categoria Fancy Plakat. Ainda nessa época ele não teria nenhum nome comercial e foi relatado como Fancy. Na revista "FANCY FISH" (capa - foto acima). Naquele mesmo ano, foram descritos suas origens e genética, onde também foi batizado de Red Dragon, nome dado pelo criador PICHET PLAISANGUAN - INTERFISH THAILAND.
No final de 2004, o grupo INTERFISH THAILAND resolveu desenvolver os Red Dragons. Compraram 2 ninhadas do nativo Mr. Tea com cerca de 300 filhotes para seleção e desenvolvimento. Os bettas surgidos dessas seleções foram chamados de Red Dragon V2 (version 2).
Passaram então a ser mais conhecidos em concursos como AQUARAMA 2005, onde foi campeão, e outros internacionais. Daí pra frente todos já sabem, passou a ser comercializado pelo mundo afora.
Seguem abaixo as primeiras fotos de que se tem notícia:


Detalhe da capa e fotos internas da revista FANCY FISH







Detalhes dos V2 e do campeão de 2005.

Parte II - Definição

Pelo que há de consenso atualmente, o betta Red Dragon é um padrão de cor em que uma camada iridescente recobre as escamas como se formassem uma armadura “prateada/branca” sobre o fundo vermelho que recobre todo o corpo. Alguns discutem sobre o fato de os Red Dragons serem apenas mais um padrão de bettas metálico, como no fórum BETTA4ALL (http://www.bettas4all.nl ). Assunto que ainda vai dar muito “pano pra manga”!
Bem, o Red Dragon como é visto hoje é definido com esse prateado/branco que não é verde, azul ou copper. É um branco brilhante (iridescente) como o encontrado nos bettas white platinun, por exemplo.
Além disso, essa “armadura” deverá ser uniforme e cobrir todo o corpo sem, no entanto, se expandir pelas nadadeiras, respeitando como limite os pendúculos das nadadeiras.

É considerada uma falta o fato de a “armadura” não recobrir a cabeça e a barriga do betta e se estender sobre as nadadeiras.
Outro ponto que é amplamente discutido é a existência do que chama-se de Green Dragons e Blue Dragons. Considera-se que essas duas classificações não estejam corretas, devendo portanto, serem tratados como multicolor ou Red Green, Red Blue ou Dark Red.
Porque isso? A justificativa é muito lógica, pois nomenclatura Red Dragon faz referência ao seguinte: Red = “cor de fundo” e DRAGON = “armardura” BRANCA. E assim, indo pela lógica, ao chamar de umbetta de Green/Blue Dragon ele teria que ter a cor de fundo Green/Blue e a armadura (Dragon) Branca, coisa que não se observa hoje, onde o fundo é vermelho e a armadura Green/Blue.
Compartilho assim da mesma opinião da inadequação dessa nomenclatura Green dragon e Blue dragon. Até porque antes do aparecimento dos Red Dragons esses padões Red Green/Blue já existiam e eram classificados como metálicos em exposições e artigos do IBC. O que observo é uma exploração dessa nomenclatura não só no Brasil mas em também em outros países e acRedito que isso se deva ao frisson causado pela "descoberta" dos Red Dragons.
Por outro lado, sou da opinião que seria correta a nomenclatura "Black Dragon", "Orange Dragon" e "Yellow Dragon" , pois nesse caso a cor de fundo é a cor do primeiro nome (Black, Orange, Yellow) e a armadura continuaria branca. Respeitando, desse modo, o preceito da nomenclatura dragon.






* as fotos ilustrativas aqui postadas foram
coletadas no site www.aquabid.com

Parte III - Origem Genética

Já ouvi afirmações do tipo, que para se obter o betta Red Dragon bastaria cruzar vermelho com white opaque ou vermelho com white platinun ou ainda vermelho com copper.
O tem que ser entendido é que genética não se confunde com uma paleta de cores de uma aquarela. É tudo muito mais complexo do que parece. É fácil reproduzirmos peixes de linhagem fixada. Fixar genes e desenvolver novas linhagens é outra história. Um longo trabalho, de anos e anos.
Uma afirmação já confirmada é que ao cruzar um Red Dragon com um copper homozigoto tem-se copper já na primeira geração . Daí a afirmação de que os dragons carregam o gene copper e por isso “seriam enquadrados” no rol dos genes metálicos.
Bem, então vamos ao que interessa...
O Red Dragon original foi "criado"a partir de 3 peixes:
• Super Red PK female
• Red Copper PK
• Betta Mahachai (fotos menores)
Primeiro, o Mahachai selvagem foi cruzado com o PK Red Copper. Foi destacado pelo Mr. Tea a enorme dificuldade de se reproduzir um Mahachai com um Red Copper. Imaginem.
Então a dificuldade seguinte era manter os traços dos Mahachai nos filhotes. Depois disso, um macho dessa primeira reprodução (Mahachai x Red Copper PK) foi cruzado com uma fêmea Super Red PK.
O terceiro passo foi selecionar um macho dessa linha anterior (Mahachai x Red Copper x Super Red ) para reproduzir novamente com a fêmea Super Red.
Naturalmente os filhotes não tinham uma forma tão boa, mas estavam nascidos assim os primeiros Red Dragons. Chamados de V1 (version1).
Daí pra frente o trabalho foi a fixação da cor e melhoramento do porte.
Posteriormente esses genes foram sendo "introduzidos" nos Yellows e Oranges para que se fossem selecionados Yellows Dragons e Orange Dragons como vimos atualmente.
De acordo com o que pesquisei, acRedito piamente que todos os Red Dragons vieram desses V1. Para se ter idéia, duas ninhadas do V2 foram compradas por inteiro, pelo grupo de criadores tailandeses chamado INTERFISH. Essas ninhadas tinham algo em torno de 300 filhotes e foram distribuídos entre eles para que fossem "trabalhados", fixando a "armadura", cor de fundo e também sua forma - vide a foto do topo.


Primeiro CT Red Dragon de que tenho notícia.



Minha fêmea Red Dragon PK
Encerro aqui essa breve pesquisa com os Red Dragons. Espero que tenham gostado e que tenha ajudado a "decifrar" esse enigma chamado Red Dragon.

Roberto de Souza Jr. (Tobé)
beto.sjr@gmail.com
Funcionário público. Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro/UERJ. Apaixonado por aquarismo, em especial por plantados, Discus, camarões red crystal, tetras e bettas. Reprodutor e mantenedor de bettas de linhagem. Desenvolve e mantém o blog http://b-sjr.blogspot.com.
bettas splendens brancos
Em linhas gerais, existem dois grupos de brancos bem distintos: os opacos (WO = White Opaque), e os brilhantes (WP = White Platinum).

White Opaque White Platinum
O que os diferencia é a quantidade de fator opaco (que tem um gene responsável por essa graduação) presente no genótipo do betta. O opaco nada mais é que um "empoeiramento branco acinzentado" sobre qualquer cor. Nos dá a impressão que se jogou talco sobre a cor do betta (inclusive nas das nadadeiras).
Dessa forma podemos ter vermelhos opacos, azuis opacos, amarelos opacos, etc, etc.
Esse gene é co-dominante, o que significa que ele atua de maneira gradual - desde zero, teoricamente, o branco platinum puro, que seria o branco fortemente brilhante, que apresenta um manto (ou camada) metálico por todo o corpo, até 100% de opaco, teoricamente, o branco opaco. Nesse intervalo você verá brancos, os mais diversos.
Voltando aos brancos - mas esse cuidado se aplica a qualquer cor - é se definir o que se deseja, e somente cruzar WP com WP e WO com WO, de tal modo, a não se ter "brancos" com pequenas falhas no manto brilhante, com escamas com pouco brilho, ou o inverso, o manto opaco com algumas escamas brilhantes. Isso não é o desejável.
Mas, qualquer que seja a sua opção, de tempos em tempos, deve-se cruzar o branco com Steel Blue, senão eles começarão a "cambojizar", ou seja, a perder a camada perolada (seja ela brilhante ou não) do corpo, e apresentar uma cor rosada e sem brilho (que é característico dos bettas cambojas - ou cambodia).

White tendendo ao
camboja azulado claro
Outros detalhes:
1. É desejável que as nadadeiras dos White (sejam eles platinum ou Opaque) não sejam transparentes. O melhor é quando elas apresentem "peso" nas nadadeiras, parecendo uma cortina perolada.
2. Alguns brancos apresentam diferentes tons em seus perolados, podendo ser azulado, rosado, esverdeado, acinzentado ou furta-cor (uma mistura de todos eles).
O tom rosado pode ser causado pela "sujeira" avermelhada devido à ingestão de alimentos ricos em carotenóides (que forçam o tom avermelhado). Para os brancos deve-se evitar dar alimentos contendo esses elementos.
De qualquer modo, da mesma forma que não se deve misturar WP com WO, também deve-se evitar misturar "brancos" de diferente coloração do perolado.
O que atrapalha esse trabalho apurado é que os brancos só apresentarão as suas definições de perolado e/ou presença de impurezas sobre as nadadeiras quando forem grandes e mais velhos.
Como começamos a cruzar os bettas, mais ou menos, com 5 meses de idade (alguns ainda nem estão com sua plenitude de tamanho), muitos deles não apresentarão uma definição na cor do perolado, e muito menos ainda, a presença de "sujeiras" (manchas ou estrias) sobre as nadadeiras, coisa que só acontece mais tarde. Aí, já fizemos os cruzamentos e a gente quer se matar quando se constata mais tarde que se fez a escolha errada.
Na verdade, os "brancos" são azuis aços (ou Steel Blue) muito claros, empoeirados. Conforme falei no início, os azuis aços - podem apresentar brilho ou não.
Desse modo, se estiver apurando um WP, escolha um betta Steel Blue que apresente forte iridescência. Se estiver na linha do WO, escolha um Steel Blue sem iridescência. Mas, em quaisquer dos casos, os Steel Blue não deverão apresentar qualquer traço de vermelho.

Steel Blue c/ forte iridescência Steel Blue s/ iridescência

Vitor Calil Chevitarese
vccchevitarese@yahoo.com.br
Engenheiro de Telecomunicações, graduado pela UFF - Universidade Federal Fluminense (1973), aposentado desde 2001 pela Telemar (atual Oi). Prepara e ministra cursos sobre vários ramos das telecomunicações para empresas e faculdades (RI, NGN, dimensionamento de sistemas, programação lógica de sistemas etc.). Aquarista hobbysta desde 1963, apaixonado pelo betta e sua genética, com ênfase na disseminação da idéia de preservar, manter e aprimorar as linhagens existentes.
criação seletiva - como desenvolver suas próprias linhagens?
Com criação seletiva, os hobbystas tentam fixar certas características em suas linhagens. Mas, como iniciar sua própria linhagem? Com este artigo eu tentarei responder esta questão baseado em meu conhecimento e experiência pessoal.
Nota adicional: Nos exemplos 1, 2 e 3 você encontrará vários códigos que eu uso em minhas reproduções. Eu os utilizo para catalogar meus cruzamentos, isto torna mais fácil checar a carga genética dos peixes de minha criação. O código de reprodução é composto de: (I) BT (Betta Territory) e (II) a data do cruzamento (dia/mês/ano). Uma explicação mais detalhada destes cruzamentos pode ser vista em meu site pessoal, selecionando-se "Spawn-log" no menu.
Todos podem comprar peixes de qualidade, mas nem todos podem criar peixes de qualidade! O processo de reprodução de um casal comprado e o desenvolvimento da primeira geração de filhotes é freqüentemente fácil mas então o criador empaca na dificuldade da questão da escolha de seus futuros reprodutores. Onde começar de seu aquário de crescimento cheio de filhotes? Normalmente os criadores começam da premissa de serem aptos a manter ou melhorar a qualidade da linhagem que eles adquiriram inicialmente. Melhorar uma linhagem normalmente também significa fazer um outcrossing (Cruzamento de peixes de parentesco distante ou sem parentesco) com peixes de outras linhagens para trazer características desejáveis as quais deseja fixar nas próximas gerações. Neste momento as pessoas realmente estão criando as suas próprias linhagens. Mas como fazê-lo com sucesso? A resposta para esta questão não é fácil e existem múltiplos caminhos para alcançar esta meta. Cada criador tenta encontrar o(s) método(s) que ele/ela acha melhor. Criar nossa própria linhagem é na verdade nada mais que um quebra-cabeça em que nós experimentamos combinar as peças corretamente e com isso alcançar nossos objetivos.
Baseado em minhas próprias experiências, eu vou listar uns poucos pontos importantes que podem ajudar a você no processo de desenvolvimento de sua própria linhagem de bettas:
• Foco:

Quando você começar a trabalhar em sua própria linhagem é importante manter em mente que o termo "linhagem" não é o equivalente ao resultado de um cruzamento, mas de um complexo programa de reprodução em que animais aparentados próximos (pai X filha, mãe X filho, irmão X irmã, primo X prima, etc.) são entrecruzados (imbreeding) para se fixar certas características desejáveis. Isto implica que você necessita de vários tanques ou aquários e de múltiplas betteiras para manter uma linhagem saudável. Com a ampla variedade de cores e de forma de nadadeiras que encontramos no cenário atual dos bettas, manter o foco nem sempre é uma coisa fácil de fazer. Criadores iniciantes freqüentemente superestimam o tempo que possuem para reproduzir e manter uma linhagem de bettas de qualidade. Em seu entusiasmo, eles facilmente compram várias cores e variedade de formas de nadadeiras para iniciar. Quando descobrem que não tem o espaço e o tempo necessário para desenvolver seus filhotes é geralmente muito tarde. Devido o iniciante ficar sobrecarregado pela quantidade de trabalho, ele/ela não está apto a dar aos peixes a atenção necessária. Isto influencia negativamente no crescimento e na saúde do peixe. Peixes doentes e resultados desapontadores resultam no fato de muitos criadores iniciantes com bom potencial, desistem do hobby. Na longa estrada que temos pela frente, é melhor manter o foco de trabalho. Com respeito a cor, uma boa solução é manter seu criatório com apenas uma quantidade limitada de peixes, trabalhando variedades de cores que possam ser combinadas facilmente. Alguns exemplos são vermelhos, laranjas e amarelos e as cores iridescentes (turquesa, azul aço e azul real) em combinação com as características preto melano, black lace e/ou a característica metálica. Em respeito às formas de nadadeiras várias variedades podem ser combinadas. Alguns exemplos são as características half-moon, double-tail e crown-tail que podem ser combinadas tanto em peixes de nadadeiras longas (long fin) quanto de nadadeiras curtas (plakats).
• Seleção rigorosa:

O tamanho de uma única reprodução pode resultar de uns poucos filhotes a algumas centenas deles. Entre estes jovens usualmente você encontrará apenas alguns poucos peixes mostrando as características que você deseja para sua linhagem. A seleção dos filhotes definitivamente não é uma coisa fácil. Algumas linhagens mostrarão sua qualidade já em peixes jovens e outras demorarão mais tempo para serem desenvolvidas. Mantenha em mente que o outcrossing também pode influenciar o modo que a linhagem se desenvolve. Trabalhando com suas linhagens você treinará o olho focando não só as qualidades positivas, mas também as negativas. Exemplos de características desejáveis fáceis de focar nos filhotes de pouca idade são as dorsais de base larga (Figura 1), assim como características indesejáveis como rosetail extremo (Figura 2), ou defeitos na coluna vertebral. Selecionar no máximo de 4 a 8 peixes por cruzamento, baseando-se nas características que os peixes mostram, forçará você a somente manter os melhores peixes para trabalho posterior. Nas linhagens mais entrecruzadas (imbreeding), onde as características desejáveis foram mais fixadas, a seleção será mais e mais difícil. Quando isso ocorrer, você notará que sua linhagem melhorou e que suas metas deverão ser ajustadas novamente para um padrão mais alto. Seleção rigorosa não somente aumenta a probabilidade de que certas características desejáveis sejam fixadas em sua linhagem, mas também significa menos trabalho em manter todas aquelas betteiras com peixes que você não usará em seu futuro programa de criação.

Figura 1
Figura 2

• Trabalhe com seus peixes:

Como mencionei antes, é muito fácil comprar novos peixes, mas o criador tem uma satisfação maior trabalhando com os peixes desenvolvidos por ele. Trabalhar com seus próprios peixes também tem a grande vantagem de permitir que você conheça o potencial genético de sua linhagem. A genética por trás do peixe recém comprado na maioria das vezes é um mistério. Pode ser muito difícil receber informação sobre os ancestrais de certos peixes ou linhagem devido ao fato que muita das vezes o próprio criador não sabe, a comunicação com o criador é difícil ou o criador não mantém um registro detalhado de suas linhagens. Algumas características são facilmente mostradas no fenótipo do peixe, mas ele pode carregar várias outras características que não são visíveis no fenótipo. Algumas vezes pode levar várias gerações para que características escondidas em uma linhagem apareçam.


Exemplo 1 [ Cique na imagem para ampliar ]

Este exemplo mostra como eu iniciei minha linhagem de HMPK Metálico. Em 2004 eu comprei um par de bettas copper de nadadeiras longas (Siamimbellis, Tailândia), que me deu um belo macho HM copper de nadadeiras longas na geração F1 (BT240404). O macho HM copper foi também cruzado com uma fêmea metálica azul, de nadadeiras longas (Magicbetta, Bélgica) que era de uma ninhada F1 de um par HM turquesa (Bluebetta, Tailândia). Primeiro, uma fêmea azul metálica desta ninhada (BT040904) foi cruzada com o macho HM copper (BT240404) que me deu um macho PK transicional platinum pastel (BT220105A). Segundo, uma irmã platinum (BT040904) foi cruzada com um macho HMPK azul marmorizado (Ploybettas, Tailândia) que deu-me uma fêmea de dorsal larga azul (BT200205). Em maio de 2005 eu cruzei então o PK transicional platinum pastel (BT220105A) e a fêmea metálica azul (BT210505), e meus primeiros HMPKs de qualidade nasceram (BT210505)! (Desta ninhada 11 peixes ganharam prêmios na IV Exposição do EHBBC em Duisburg, Alemanha).
• Crie múltiplas opções:

Para alcançar uma meta, seja na forma das nadadeiras ou na cor, você muita das vezes necessita de alguns anos de trabalho. Você notará que nem todos os cruzamentos que fizer lhe darão os resultados esperados. Certamente o melhor caminho para melhorar sua linhagem é comprar peixes novos, mas você verá que nem sempre isso é necessário. Com somente uns poucos peixes é possível criar múltiplas opções que habilitarão você a melhorar suas linhagens em menos de um ano sem a necessidade de comprar novos peixes. O exemplo 1 acima e o 2 abaixo, e também o 3 mais a frente, mostrarão peixes que foram criados em minha estufa usando o estoque disponível e criando múltiplas opções em apenas de um ano de trabalho.


Exemplo 2 [ Cique na imagem para ampliar ]

Este exemplo mostra como eu iniciei minha linhagem de HMPK Vermelho. Em 2007 eu obtive um macho HM (Siamimbellis, Tailândia) que eu cruzei com uma fêmea vermelha de PK tradicional (criado por Daniella Vereeken, Bélgica). A ninhada F1 (BT060507) mostrou uma cor vermelha muito boa, com a forma das nadadeiras variando entre VT e Delta. Selecionei meus futuros reprodutores, várias vezes, até a idade de dois meses e meio. Na geração F2 (BTXX0707) apareceram uns poucos machos PKs com nadadeiras anais extremamente longas, mas com boa forma de caudal e dorsal. Um destes machos F2 foi cruzado com uma de suas irmãs para obter a geração F3 (BT030408). O mesmo macho F2 foi também cruzado com uma fêmea PK resultante do cruzamento de um par de HMPK vermelho (Satornbetta, Tailândia) para criar a minha linhagem (BT100208).
• Use os peixes que você tem disponíveis:

Nem sempre é possível comprar o peixe que você gostaria para alcançar suas metas. Tenha em mente que existem outros caminhos para alcançá-las. É perfeitamente possível chegar a um bom resultado trabalhando com peixes que mostrem apenas algumas características desejadas. Algumas vezes nós temos que andar alguns passos atrás para retomar o caminho certo. Isto faz com que se gaste um pouco mais de tempo, mas a satisfação também será maior quando finalmente se consegue o resultado desejado.


Exemplo 3 [ Cique na imagem para ampliar ]

Exemplo 3: O Exemplo 1 mostrou como eu comecei a trabalhar minha linhagem de HMPK metálica de fundo escuro. Em 2007 eu quis experimentar um pouco os "dragons" para melhorar a iridescência metálica em minha linhagem. Eu teria preferido experimentar com um HMPK dragon de base escura, mas não fui capaz de comprar tal peixe e tive que olhar para outras opções. Na Exposição em Hannover, Alemanha, eu comprei uma fêmea de PK Tradicional (Dong, Tailândia) que foi cruzada com um macho HMPK silver copper (Banleangbettas, Tailândia). O macho HMPK silver copper (Banleangbettas, Tailândia) foi também cruzado com uma fêmea HMPK azul royal (BT290906B) de minha linhagem. A ninhada BT170307 foi homogênea bicolor copper/red com uma leve camada iridescente. A forma de suas nadadeiras variava de PK transicional até HMPK simétrico. Decidi cruzar uma jovem fêmea desta ninhada com dois de seus irmãos, um mais transicional (F2, BT050807) e um mais simétrico (F2, BT171007A). Embora eu tivesse a expectativa maior pelo cruzamento BT171007A, eu me surpreendi em ver que o cruzamento BT050807 me deu peixes muito mais balanceados com a forma das nadadeiras muito mais promissoras. A ninhada BT171007A era boa, mas nada especial, e inafortunadamente apresentou vários rosetails extremos que foram descartados (indicado pelo "X" vermelho). O irmão mais simétrico foi cruzado com uma meia irmã azul de BT010407 que resultou em (BT271107) uma ninhada com uma impressionante iridescência pelo corpo e promissoras nadadeiras. Neste exemplo eu quero ilustrar que possível alcançar suas metas trabalhando com os peixes que você tiver disponíveis, criando várias opções.
• Não reproduza seus peixes muito jovens:

Os primeiros peixes com a abertura de 180 graus foram criados por Guy Delaval. A equipe CHENMASWIL (Laurent Chenot, Rajiv Massilamoni e Jeff Wilson) mais tarde aperfeiçoou estes peixes até o que conhecemos como half-moon. No seu programa de cruzamentos eles procuraram por peixes com vitalidade bastante para carregar suas nadadeiras e manter o equilíbrio durante toda a sua vida. Estes procedimentos de seleção foram um pouco esquecidos nos half-moons devido a sua difusão pelo mundo. Muitos criadores quiseram obter rápidos resultados e começaram a cruzar peixes muito jovens dando menos atenção aos procedimentos de seleção. Isto resultou no fato de que muitas das vezes os peixes só conseguem manter suas qualidades até os 3-4 meses, e após isto não conseguem mais ficar aptos a carregar suas nadadeiras, perdendo vitalidade depois dos 6 meses. Neste estágio é quase impossível cruzar o peixe novamente. Bettas estão maduros para procriar após os 2-3 meses de idade, mas isto significa que eles devem ser postos a cruzar em tão tenra idade? Nossos peixes crescem durante toda a sua vida e estão razoavelmente desenvolvidos aos 5-6 meses de idade. Certas características importantes, tanto positivas quanto negativas, não são visíveis em peixes jovens, mas aparecem quando os peixes alcançam a maturidade. Alguns exemplos são: vitalidade, aparência geral, formas e nadadeiras balanceadas, curvatura nas nadadeiras, suscetibilidade e resistência a doenças, influência rosetail, etc. Assim sendo, é importante ter em mente que quando cruzamos peixes jovens, existe o risco de que certas características ocultas indesejáveis apareçam fixadas em nossa linhagem. Outra questão importante que surge com uma reprodução em peixes mais jovens é o fato de que o pico destes peixes será também em uma idade mais jovem. Isto reduz a possibilidade de usar o peixe novamente em cruzamentos F3 ou F4.
• Não planeje muito longe, observe:

Cruzar peixes aparentados (imbreeding) é muito usado para fixar certas características em uma linhagem. Alguns exemplos destes cruzamentos são irmão x irmã, pai x filha, mãe x filho, primo x prima, etc. É importante salientar que não existe um programa fixo que sempre assegure o sucesso. Muitos criadores têm uma expectativa em mente quando iniciam o desenvolvimento de suas linhagens. Durante o processo a maioria deles experimenta que certas coisas nem sempre dão como planejadas e necessitam tomar outra rota para atingir seu objetivo. Aqui a observação é muito importante, pois em cada geração você deverá selecionar apenas aqueles peixes que mostrem as características que você deseja implementar em sua linhagem.
• Confie na base genética:

Tenha em mente que um peixe de exposição nem sempre é um bom procriador, e um procriador nem sempre é um bom peixe de exposição. O fenótipo nem sempre diz muita coisa sobre o genótipo. Um peixe bonito ao olhar pode ser um bom reprodutor, mas os melhores resultados são de peixes fenotipicamente menos belos, mas com características importantes fixadas através de várias gerações. Temos que manter em mente que o fenótipo não é determinado apenas pela genética, mas também por fatores ambientais como qualidade da água, temperatura, alimentação e mais. Assim sendo é sempre bom ao adquirir um peixe perguntar ao criador pela base genética do mesmo, o que infelizmente nem sempre é possível. Neste caso a única maneira de descobrir isto é trabalhar com o peixe.

Figura 3
Figura 4


Baseado em sua aparência desbalanceada e linha dorsal torta, este HMPK azul royal (Figura 3) não seria uma boa escolha para ser usado como reprodutor pela maioria dos criadores. Eu comprei este macho na primeira exposição Bettas4all em 2006 em Amsterdam, na Holanda. Embora do outro lado do mundo, eu acompanhei com grande interesse o desenvolvimento desta linhagem por Denis Tan. Fiquei muito feliz quando soube que ele colocaria alguns de seus peixes em nossa exposição. Inafortunadamente, a maioria dos peixes não ficou bem devido ao transporte e este foi o único macho que sobrou da linhagem que eu queria cruzar com a minha. Decidi apostar na base genética do garoto e cruzei-o com uma fêmea HMPK azul Royal de minha linhagem. O resultado foi uma das melhores fêmeas que eu já consegui produzir (Figura 4). Esta fêmea HMPK azul Royal foi usada como reprodutora no exemplo 3.
Todos nós queremos alcançar nossas metas o mais rápido possível, mas normalmente isto necessita de várias gerações. Várias gerações significam vários anos de trabalho e muita paciência, o que nem sempre é fácil, mas definitivamente vale a pena. Eu acredito que este artigo encorajará criadores a trabalhar com seus peixes para descobrir o que está escondido em sua genética. Quando fizerem isto, não tenham medo de cruzar diferentes tipos de cores e nadadeiras. Finalmente, terminarei com um dos pontos mais importantes na criação de bettas.
Curta o seu hobby!

diferenças entre betta mask,
dragon e snake face
O Betta Mask é um betta que possui escamas coloridas (normalmente da mesma cor do corpo) sobre a cara (MÁSCARA). Quando essa camada de escama colorida cobre completamente toda cabeça do Betta, estamos diante de um Betta Full Mask (MÁSCARA COMPLETA). Dependendo da cor do Betta, ele pode ser um Green Mask, Blue Mask, Copper Mask, etc.

Um Betta Dragon legítimo é um Betta que possui escamas brancas sobre o corpo e possui máscara, sendo que as nadadeiras normalmente possuem cor diferente, geralmente vermelhas, amarelas, laranjas ou negras.

Talvez a definição mais difícil seja a do Betta Snake Face, já que há duas definições para Bettas Snake Face; uma das definições relaciona-se a forma da cabeça do Betta, a outra definição relaciona-se com a cor do Betta.
Aqueles que levam em conta a cor do Betta, consideram Bettas Snake Face aqueles que possuem corpo e nadadeiras escuros (negros) com uma camada extensa de escamas bem iridescentes sobre o corpo (normalmente na cor azul real, azul aço, ou verde); sendo esses Betta portadores de MÁSCARA.
Aqueles que levam em conta a foma da cabeça, consideram Bettas Snake Face aqueles que possuem a porção superior da cabeça (testa) do Betta ligeiramente mais concava do que o normal, dando a aparência de o Betta possuir o focinho ligeiramente mais pronunciado.
Trata-se de uma característica difícil de ser percebida sem que se tenha como comparar as duas variantes de Betta, sendo, por isso, normalmente adotada a característica de cor para definir um Betta Snake FACE.

Tal característica de cor está relacionada ao Snake Face pelo fato de que os Bettas que originariamente possuiam essa característica morfológica terem surgido em linhagens com tal característica de cor. Isso não quer dizer que somente existam Bettas Snake Face (morfologicamente falando) com essa característica de cor, nem que todos os Bettas com a "característica de cor" Snake Face possuam a morfologia da cabeça alterada. Como disse, o nome Snake Face irá depender de em que você se baseia para denominá-lo como tal.
Acredito que um Betta Snake Face ideal seja aquele com morfologia e cor que assim o defina.
Algo interessante a se observar é que o Betta Black Dragon da foto mais acima, apresenta traço da característica morfológica de Betta Snake Face, enquanto o Betta Snake Face Green, assim é chamado apenas pela sua característica de cor.
genes e aparência
O que os criadores de betta podem aprender sobre os peixes olhando para ele
Podemos dizer muito sobre esse belo plakat macho olhando para ele. Podem ser tiradas conclusões sobre sua genética a partir de seu corpo atarracado.

Os criadores de bettas têm acesso a uma enorme quantidade de informações sobre genética no que diz respeito à cor e forma das nadadeiras. Nós podemos predizer com alguma confiança uma boa quantidade de características. As nadadeiras serão amarelas ou vermelhas? O corpo será preto, marrom, branco, vermelho ou amarelo? O corpo terá iridescência azul, verde, azul aço, branca brilhante ou amarelo brilhante? A iridescência se limitará ao corpo e base das nadadeiras ou se espalhará por sobre todo o peixe? Os criadores de bettas poderão encontrar facilmente estas informações se gastarem um pouco de tempo e estudo.
Colocar estes conhecimentos em prática, no entanto, é outra coisa. Um criador iniciante compra um par de bettas e quer predizer como qual será o fenótipo dos filhotes. A menos que tenha comprado o casal de um criador idôneo, que poderá dizer sobre a genética dos pais e avós, ele provavelmente não poderá prever com muita certeza qual será a aparência dos filhotes.
Os criadores menos experientes fazem isto o tempo todo. No entanto, com um pouco de conhecimento de genética, pode fazer um pouco de álgebra mental inspecionando a aparência do peixe. A aparência dirá a você o que pode saber e, o mais importante, o que não pode saber sobre a composição genética do animal. Esta álgebra mental é um jogo sobre o genótipo do peixe. Jogando com sucesso, refletindo bastante, o criador ao olhar o peixe não verá apenas o peixe, mas todo o resultado do cruzamento deste com outros peixes.

Desvendando Aparências
Antes de jogarmos este jogo, devemos mencionar que ele envolve algum conhecimento sobre fundamentos de genética. Animais têm duas cópias de cada gene, uma vinda do pai e outra da mãe. Estas cópias são chamadas alelos. O alelo que você recebe da mãe pode ser o mesmo que recebe do pai ou pode ser diferente. Assim sendo, se nós chamamos um alelo de dt e outro de +, então nós podemos ter as seguintes combinações: dt/dt, dt/+, +/dt e +/+, dependendo de você ter recebido dt de ambos os pais, de apenas um dos pais, ou de nenhum dos pais, respectivamente.
Vemos então porque a aparência pode ser duvidosa. Algumas características físicas só poderão ser vistas se tivermos duas cópias iguais de um alelo. Por exemplo, dt é o símbolo de double tail, uma característica onde a nadadeira caudal é duplicada e a nadadeira dorsal parece como uma imagem espelhada da nadadeira anal. Um peixe com duas cópias deste gene será um double tail, mas um peixe com apenas uma cópia será um single tail (cauda única).
Um geneticista denominará o alelo single tail (+) de dominante e o alelo dt como recessivo. Assim, ao observar um peixe com uma cauda dupla, você saberá que a composição genética do peixe será dt/dt. No entanto, se o peixe tiver apenas uma cauda, nós não poderemos saber se ele é +/+ ou +/dt. Alelos recessivos são mascarados. A aparência não pode nos dizer muito sobre eles.

Vamos Jogar
A foto que inicia este artigo mostra um magnífico plakat macho fotografado por Fabienne Maillard. O que podemos dizer sobre o peixe? Uma coisa é imediata. A nadadeira caudal é única, então o peixe tanto pode ser +/+ ou +/dt. Esta parte da equação está montada. O que mais? Bem, o peixe é um plakat; isto é, tem nas nadadeiras curtas e o corpo forte. Nadadeiras curtas em bettas são também controladas por um único gene. O alelo para nadadeiras curtas é denominado + e o de nadadeiras longas é lf (Nota do tradutor: o símbolo + é usado para designar características encontradas nos bettas selvagens e é usado para qualquer característica do betta). O alelo para nadadeiras curtas é recessivo, então sabemos com certeza que o gene de nadadeiras curtas deste animal é +/+. Não vamos parar aqui.
"Existe alguma incerteza se existe um ou dois genes non-red em bettas."
Podemos continuar este jogo por muitas outras características. Por exemplo, o peixe tem as nadadeiras amarelas. O amarelo é causado por um alelo chamado non-red ou nr. O alelo nr é recessivo para o alelo alternativo +, que causa o aparecimento de vermelho onde o amarelo estiver distribuído. Novamente, nós temos certeza do genótipo para este gene devido à condição recessiva. O animal da figura énr/nr. (Devo confessar que existe uma incerteza se existem um ou dois genes non-red em bettas. A questão pode ser facilmente resolvida, mas os estudos sobre os cruzamentos deste tipo ainda não foram publicados).
O corpo do peixe nos permite outras conclusões. Existe um padrão de iridescência azul e ele é de um metálico intenso sobre o corpo. Dois genes causam estes dois efeitos. Primeiro, vejamos a cor azul. A cor azul é controlada por um gene chamado blue, com um alelo + e um alelo chamado Bl. Este gene é diferente de todos aqueles que vimos até agora. É herdado de uma maneira que os geneticistas chamam de co-dominância. Se o peixe é +/+, você verá uma iridescência verde. Se o peixe é Bl/Bl, você verá uma iridescência azul aço. Se o peixe for+/Bl, você verá uma iridescência azul denominada royal (real), que é um azul mais escuro e encorpado (Nota do Tradutor: Alguns autores usam a terminologia Bl/Bl para verde turquesa, Bl/bl para azul royal ebl/bl para azul aço. Eu particularmente acho mais interessante usar a do artigo, por ser mais científica). Como vemos um peixe azul, sabemos que o nosso peixe é +/Bl.

Outras Características
Outra característica aparente no corpo é a iridescência intensa. Este efeito é controlado por um gene que foi descrito por mim na edição de novembro de 2008 da revista FAMA (Freshwater And Marine Aquarium Magazine) denominado ryi. Este gene, também chamado de metálico, é dominante. Se um peixe for ryi/ryi, ele mostrará somente a iridescência normal dada pelo gene blue. Se ele for +/ryi ou +/+, ele mostrará um iridescência metálica pesada. Assim sendo, a aparência de nosso peixe em estudo nos mostra que ele pode ser +/ryi ou +/+para o gene metálico, mas não sabemos qual. (Novamente, um ponto de incerteza. O peixe da foto é chamado no mercado de dragon, e eu presumo aqui que esta característica é controlada por um alelo do gene ryi. Um teste específico sobre este assunto é necessário).
Isto é tudo? Não, várias outras conclusões são possíveis. Olhando com atenção você notará que a iridescência azul do nosso peixe é um tanto mais clara que a dos bettas azuis royais. Isto acontece porque o azul está se sobrepondo sobre um fundo claro e não sobre fundo escuro. Isto indica que o corpo é claro e não escuro. A cor escura do corpo é controlada por outro gene chamado cambodia. Cambodia, designado como c, é recessivo. Somente um peixe que seja c/c terá o corpo claro. Assim sendo, com certeza nosso peixe é c/c.
Uma conclusão final sobre nosso peixe é a cerca da distribuição da iridescência metálica. É grande sobre o corpo e ausente nas nadadeiras. Este espalhamento da iridescência no corpo e nadadeiras é controlado por outro gene, chamado spread iridescence, ou si. Este gene é dominante, se existir duas cópias do alelo spread iridescence, haverá iridescência nas nadadeiras. Uma vez que o efeito é mínimo em nosso peixe, nós podemos concluir que ele é +/si ou +/+.

Definindo as Possibilidades
Nós consideramos os efeitos de sete diferentes genes na aparência de bettas. Em quatro casos nós temos certeza da composição genética pela aparência do peixe. Especificamente, nós sabemos que ele possui os alelos controlando corpo claro em vez de escuro, nadadeiras curtas em vez de longas, amarelo em vez de vermelho e azul em vez de verde ou azul aço. Mas em outros três genes não podemos ser precisos. Ele pode ou não ter um alelo oculto de cauda dupla e de espalhamento da iridescência ou ter um ou dois alelos de iridescência metálica.
Este tipo de ginástica mental é automático para criadores experientes. Nós continuaremos com o exercício porque sabemos que se nós tomarmos o peixe da figura e o cruzarmos com outro peixe, poderemos saber aproximadamente como predizer o fenótipo da ninhada. Eu sei, por exemplo, que consigo ao cruzar o peixe da figura e conseguir, em uma única geração, peixes de nadadeiras longas, amarelos com iridescência verde ou plakats com a mesma iridescência, mas com um azul pronunciado no corpo e nadadeiras vermelhas.
Similarmente, um criador imediatamente saberá que ele poderá ou não conseguir filhotes de cauda dupla. Isto é importante saber no nosso jogo do genótipo/fenótipo. Eu estou certo que fazer este tipo de analise encoraja o criador casual a aprender bastante para continuar a jogar. Um bom local para iniciar este jogo é o International Betta Congress (ibcbettas.org) e começar a ler os numerosos artigos sobre genética de bettas disponíveis.
reconhecendo o dálmata laranja
Desde que surgiu o primeiro, foi muito visto em lojas de animais por volta do final de 2004, o conhecido betta laranja tem feito uma tempestade no hobby. Mas o que exatamente ele é?
Por volta do final de 2004, o grande criador Sarawut Angkunanuwat, mais conhecido como Siamimbellis comunicou uma nova cor de betta, dentro do HM Show Betta Market. Essa era uma outra forma de um peixe laranja sólido com um vermelho distinguível, laranja escuro, ou padrão cor de damasco reconhecivel nas nadadeiras. Ele chamou esses peixes de “Dalmatians Oranges”, e eu fui capaz de adquirir um pouco dele por volta do tempo em que o primeiro foi comunicado.
Sarawut mandou dois espetaculares machos e, de brinde, 2 fêmeas da mesma ninhada. Enquanto os machos eram inteiramente manchados, nenhuma das fêmeas mostravam o padrão dálmata.
Eu cruzei os machos dentro da minha linhagem vermelha e a primeira geração rendeu 100% vermelhos e cambodias vermelhos, nenhum deles mostravam alguma característica do padrão. Suponho que algum padrão do peixe poderia ter sido mostrado, mas estava coberto ou misturado ao vermelho normal, efetivamente fazendo o padrão invisível. Infelizmente, eu não fui capaz de perseguir a próxima geração com alevinos deste lote, pois perdi todos durante uma poderosa tempestade de inverno em 2004.
As fêmeas eu consegui salvar, e cruzei-as com meu laranja sólido da linhagem do Ralph Tran. Dessa geração, aproximadamente 30% teve nadadeiras vermelhas reconhecidas com semanas de idade; outros 20% desenvolveu vermelho reconhecivel quando mais velhos.
A linhagem original Orange Dalmatian HM foi algo mais acidental. Em 2003, Sarawut primeiro noticiou um estranho padrão nos VTs (Veil Tails) no mercado local; impressionado, ele perguntou aos criadores locais como tentar desenvolver essa linhagem. Através de cruzamentos de VTs escolhidos e sólidos HMs laranjas, eles realizaram exatamente isso, apresentando o peixe para Sarawut em média 18 meses depois. Sarawut cruzou esses HMs na suas famosas linhagens estabilizadas e pouco depois foi ativamente produzindo espécimes de reconhecidos bettas orange já vistos.
O salto óbvio é que a camada conhecida é de alguma forma próxima ao mármore. Porém existe bastante e significativas diferenças entre o mármore e o chamado padrão dálmata, que deixam um criador curioso se genes completamentes são responsáveis por cada uma delas. A mais notável diferença é a classificação da iridescência. Mármores comportam-se com uma dominância parcial, que significa que quando você cruza um peixe mármore com um sólido você sempre terá alguns mármores, alguns sólidos e alguns BF. Raramente você vai ter todos mármores, mesmo quando cruzar mármore x mármore. Mas Dálmatas produzem como um gene dominante, sobrepondo tudo e afetando quase todos os membros da ninhada com um laranja escuro ou manchas vermelhas nas nadadeiras. Isso apenas parece afetar os peixes não-vermelhos-amarelo, laranja e azul/amarelo ou azul/laranja bicolores – e não iridescentes ou vermelhos. Eu suponho (mas eu isso ainda não foi testado) que cruzando uma Orange Dalmatian com um peixe iridescente vai produzir uma geração com manchas afetando áreas amarelas na F2.
Outra grande diferença é a estabilidade do padrão. Mármores tem sempre sido notados pela mudança de padrão ao longo do tempo, as vezes transformando completamente diferentes cores de peixes. Isso tem sido uma característica mármore desde que o padrão foi introduzido por Walt Maurus, através do criador Orville Guelley. No dálmata laranja, ao contrario, as manchas e os pontos nas nadadeiras quase nunca. Se alguma vez, mudarem, deixam resíduos estáveis por toda a vida do betta.
Tem sido largamente declarado que desde vermelho ou amarelo são basicamente o mesmo gene (amarelo é uma forma mutante de vermelho), vendo ambos vermelho e amarelo no mesmo peixe é impossível. Da mesma forma, NR1 (amarelo) e NR2 (laranja) [NR = Non-Red = Não-vermelho], são diferentes formas de não-vermelhos, não são supostamente capazes de existirem juntas. Mas, a aparição desse novo peixe manchado tem jogado essas teorias completamente pela janela! Não apenas nós temos visto amarelos com manchas laranjas, como temos visto laranjas com manchas vermelhas e amarelos com manchas vermelhas. Qualquer combinação, uma das regras básicas parece ser que as manchas devem ser mais escuras que a base. Não laranjas com manchas amarelas ou vermelhos com manchas laranjas nada disso – ainda.
Mas pode existir outra resposta...
Quando discutimos o dálmata laranja um dia com o grande criador campeão do IBC, Dan Young, ele levantou um ponto interessante, a existência de amarelos manchados de preto que ele, por acaso, obteve na sua criação muitos anos atrás. Em 1999, Young teve um macho puro melano da linhagem do Bonnie MvKinley, que estava sob séria avaliação para BOSM em uma exposição do IBC. Ultimamente o peixe não estava classificado devido a falta da típica falha de irisdescencia, mas na volta pra casa Young dividiu um táxi com um geneticista do IBC chamado Dr. Gene Lucas, que tinha comprado uma boa fêmea amarela do Jim Williams na mesma exposição. Young perguntou a Lucas se ele saberia qual o melhor método para limpar a iridescência na sua linhagem de melanos e a idéia de cruzar melanos com amarelos foi suferida. Lucas cedeu sua nova fêmea para o projeto, e Young cruzou-a com o seu macho melano.
Desde que a fêmea amarela não carregava o gene melano, e o melano macho não carregava não-vermelho, a primeira geração foi, esperadamente, todos muticores. As nadadeiras dessa geração foram decepcionantes. Então Young finalizou descartando muitos deles e não levando realmente essa linha adiante. Um dos hobbystas que recebeu peixes dessa ninhada executou uma F2, mas estava tendo problemas com o desenvolvimento deles. Ele devolveu-os para Young, que abandonou essa ninhada. Mais do que isso, também descartou por serem multicolores, mas um melano macho foi notado em um grupo pequeno e ele foi separado para aumentar o seu progresso.
Ele estava desenvolvendo um bom peixe quando chegou o dia em que Young noticiou manchas amarelas, como uma salamandra tigre, na sua nadadeiras caudal. Ele imediatamente trouxe o peixe para Gene, que batizou-o de Amarelo manchado de Melano (preto). Quando ele cruzou o macho com suas irmãs da mesma ninhada, foi revelado que todos os melanos mostraram a distinguível mancha amarela nas nadadeiras, alguns deles foram totalmente impressionantes. Lucas escreveu um artigo sobre a YSM, para a revista FAMA e o betta ficou famoso do dia para a noite. Outros estavam tentando o cruzamento Melano X Amarelo e obtendo resultados similares.
Também é interessante notar que Sarawut tem ofertado a linha dos Melanos manchados de amarelo, alguns deles tem manchas laranjas, em lugar de amarelo. Isso pode conduzir a uma das curiosas dicas sobre uma relação para o Dálmata Laranja. Pode ser notado que Sarawut negou que as duas estão próximas e declarou que sua YSM [YSM = Melano c/ Manchas Amarelas] linhagem teve um resultado do cruzamento melano com NR (laranja ou amarelo) [NR = Non-Red = Não-vermelho].
Mas o desenvolvimento independente dos peixes YSM [YSM = Melano c/ Manchas Amarelas] e Dálmatas não significa que eles não são próximos geneticamente. Claramente o padrão veio, de alguma forma, junto com a mutação não-vermelha. No artigo escrito pelo Dr. Lucas, para a recista FAMA, ele declara que estava inseguro sobre o que causou a anomalia. Existe alguma conjectura que pode ter sido resultado de um gene dividido, mas a taxa de irisdescência anula essa teoria. Quando eu fiz essa pergunta ao Dr. Leo Buss, ele respondeu dessa forma: “Seria interessante ver essas nadadeiras no miscroscopio. Eu não tenho dificuldades, biologicamente falando, com a ocorrência de machas vermelhas em peixes não-vermelhos. Os problemas para mim são: Qual o fenótipo no nivel da célula? Qual a iridescência padrão? Ambos são questões prontamente respondidas – Embora precisem de uma grande quantidade de trabalho.
Embora impressionante e inegavelmente bonito, outra dificuldade aparece quando criadores e donos tentam expor esses Dalmatians. O padrão manchado é considerado uma falta pelos padrões do IBC para sólidos e peixes bicolores. Ao mesmo tempo, o padrão não é sempre consistente o suficiente para conseguir ir bem na Classe Padronizada, também. Tem sido algum sucesso nas amostras sobre as variações da forma e nadadeiras.
Um desses dias alguém vai ver no níivel celular dos Dálmatas e será capaz de nos falar como isso aconteceu. Até lá, espero que outros continuem cruzando e desenvolvendo esse tipo. Eu apenas recomendaria ter cuidado com isso. Ter certeza para manter as linhagens Dálmatas separadas das não-dálmatas, ou você pode terminar arruinando seus sólidos não-vermelhos com manchas devastadoras.

Manejo de Bettas:

a maneira tailandesa
Os métodos comumente usados por grandes criadores orientais foram retirados do que nós estamos acostumados a ver nos EUA. Todavia, pode-se argumentar que os melhoresbettas do mundo são produzidos lá. Devido à origem dos bettas ter ocorrido na Ásia (ainda são encontrados na forma selvagem na Tailândia, Cambodia e áreas vizinhas), os criadores não precisam adaptar muito para reproduzí-los e levá-los à maturidade. Muitos criadores derramam os alevinos dos recipientes em que eles nasceram para reservatórios rasos e os esquecem até eles ficarem grandes demais para o recipiente. As condições ideais para fazer os bettascrescerem são providenciar o clima ideal e comida, iniciando com daphnia, larva de mosquito e outros pequenos invertebrados. Os alevinos nadam, crescem e se alimentam de acordo com a comida oferecida.
A maioria dos criadores entrevistados para a confecção deste artigo usaram recipientes para desova que absolutamente chocariam os "puristas" na América que afirmam que bettas só conseguem desovar com sucesso em tanques espessamente plantados de 10 galões, com uma coluna d'água de até 5 polegadas. Os recipientes são normalmente apenas pequenas tigelas e não necessariamente limpos. Alguma coisa que possa segurar água é suficiente. Atison Phumchoosri, de Bankok, usa tigelas de aproximadamente 12 polegadas de diâmetro e aproximadamente 3 polegadas e meia de profundidade. "Eu coloco o casal reprodutor dentro do recipiente com minhas mãos, evitando água de garrafas, porque eu quero a água da desova sem detritos das antigas garrafas." Ele tampa a tigela com um pedaço de papelão e então a natureza toma seu curso. Ele relata que desovas geralmente ocorrem em poucas horas.
Wasan Sattayapun (também de Bangkok) usa uma tigela de cerâmica como um recipiente para reprodução e declara que ajuda a manter a temperatura constante para os alevinos. Ele mantém o casal junto por 4 dias, incomodando-os apenas para checar os ovos. Se nenhum ovo é encontrado até o 4º dia, ele considera a desova perdida e retira ambos os peixes para recipientes separados.
Dessa maneira, o casal é nitidamente deixado sozinho para fazer o trabalho, sem distrações, e eles obviamente, trabalham muito. Um criador vai checar, periodicamente, o progresso e assim que fica evidente que a desova ocorreu (geralmente através da observação dos ovos no ninho), a fêmea é removida e o macho é deixado para "cuidar do ninho". Ele tem permissão para cumprir suas obrigações até os filhotes estarem nadando livres, então o pai é removido com a mão e os filhotes são alimentados imediatamente.
O casal reprodutor é escolhido por causa da sua saúde e vitalidade ebettas que possuem saúde questionável são rejeitados. Uma das primeiras coisas que os criadores asiáticos observam para selecionar o casal é o ninho de bolhas no aquário de macho e as cores brilhantes da fêmea. Eles são alimentados muito bem, prevendo a desova, com alimentos ricos e de alta-qualidade. Então, eles ficam em ótimo estado e capazes de enfrentar os rigores da corte e também de sobreviver ao período de jejum.
A primeira comida para os alevinos varia de pessoa para pessoa, mas muitos deles compartilham uma opinião comum - a grande maioria usa gema de ovo bem cozido amassada dentro d'água e alimentam com poucas gotas de cada vez ou esfarelam diretamente dentro do tanque duas vezes ao dia. Os alevinos crescem rapidamente com essa dieta rica em proteínas e até o menor filhote pode engolir as minúsculas partículas da gema de ovo que foi dissolvida na água.
Criadores também afirmam usar artêmia recém-eclodida (baby brine shimp), infusórios e rotíferos. Quando os alevinos são colocados em reservatórios externos para finalizar o crescimento, alguns criadores interrompem a alimentação para todos, forçando-os a sobreviver por conta própria, para terem um melhor preparo físico. Os alevinos mais fortes perseguem os mais fracos e eles eventualmente morrem.
Deve ser reconhecido que nas áreas em que os criadores trabalham, os fatores externos como temperatura e qualidade da água são raramente considerados. Criadores americanos certamente podem e criam os seus alevinos em tanques externos de uma maneira semelhantemente eficaz, mas devido aos nossos (dos americanos) climas mais frios isso não pode ser feito o ano inteiro. Diferenças de temperamento e intensidadade de cor tem sido noticiadas entre bettascriados externamente e outros criados em aquários.
Especiais agradecimentos a Atison Phumchoosri e Wasan Sattayapun por terem ajudado a escrever esse artigo e pelas fotos que eles gentilmente providenciaram.
a seleção dos melhores alevinos de bettas splendens - uma discussão*
Resumo:
Alguns criadores de peixes ornamentais têm o hábito de selecionar os maiores alevinos que se destacam na desova acreditando que eles serão – no futuro - os melhores exemplares daquele lote. Muitas vezes os criadores descartam os demais e investem nestes peixes selecionados prioritariamente. Este artigo demonstra – através de experimentações e à luz de conceitos científicos - que este procedimento pode não estar correto, pois, muitas vezes, os menores filhotes podem se transformar nos melhores peixes se receberem tratamentos adequados. Neste artigo há também o depoimento de especialistas, cientistas e criadores, que colocam aqui a sua opinião sobre o polêmico assunto.
Alguns criadores, de Betta splendens, a exemplo de criadores de outros animais, adotam o procedimento de selecionar os maiores alevinos, ou seja, aqueles que se destacam no cardume, logo nos primeiros dias de vida, e investirem nesses peixes para posteriormente se tornarem os “top de plantel”, deixando o restante para segundo plano, ou até mesmo descartando-os.
Esses criadores acreditam que os alevinos que se desenvolvem primeiro serão os melhores daquela desova e conseqüentemente, apresentam, melhor material genético e, portanto, serão os animais preparados para serem as futuras matrizes. Não podemos descartar esta possibilidade, porém, a minha experiência em piscicultura ornamental mostra que excelentes peixes podem ser encontrados também no lote dos que tiveram um desenvolvimento mais lento. Para fundamentar meu ponto de vista teço os comentários abaixo:

- Figura 1 -

1. Meu Manejo de Alevinos
Meus peixes são criados em meu laboratório utilizando aquários ou caixas plásticas e, dependendo da quantidade de alevinos, com dez dias de nascidos divido a ninhada em outros recipientes. Quando estão com um mês de idade faço a primeira seleção, pois já é possível observar uma acentuada diferença de tamanho, sendo que vários alevinos se sobressaem, enquanto outros permanecem bem pequenos, dando-nos a impressão que não irão crescer. Assim, retiro os maiores alevinos e levo para os tanques de crescimento. Poucos dias depois os alevinos que ficaram passam a se desenvolver mais rapidamente e novas diferenças de tamanho começam a ficar visíveis. Aos quarenta e cinco dias faço a segunda seleção e retiro, novamente, os maiores alevinos levando-os, também, para o tanque de crescimento, ficando no aquário inicial, mais uma vez, os menores filhotes que passam a se desenvolver mais rapidamente do que os lotes anteriores, em função, principalmente, da maior quantidade de água disponível, maiores níveis de oxigênio dissolvido, melhor oferta de alimentos, menor estresse por espaço físico, etc, etc. Com sessenta dias de nascidos, então é feita uma nova avaliação e o processo é repetido a cada quinze dias até que todos os alevinos sejam levados para os tanques de crescimento.

- Figura 2 -
Quando os filhotes machos, já acondicionados nos tanques, começam a brigar estes são retirados e acondicionados em recipientes individuais. É possível observar que de todos os lotes saem peixes bons e peixes ruins. Todos os lotes possuem peixes grandes e pequenos, peixes com grande dorsal e pequena dorsal, peixes com muita cor e peixes com pouca cor. Já vivenciei alguns casos que aqueles últimos peixinhos, bem pequeninos, que não damos a devida importância, e são deixados de lado, começam a desenvolver, tardiamente, características de peixes “top de linha” e que até poderão ser selecionados para matrizes.

- Figura 3 -
Alguns criadores sugerem que os peixes sejam selecionados, logo no início, pelas características morfológicas que desejam, por exemplo: abertura caudal, abertura peduncular, coloração, etc. Cabe ressaltar, entretanto, que, dependendo da espécie e ou da linhagem, muitas destas características só irão se manifestar quando os animais já se encontrarem com alguns meses de idade; por exemplo, na minha linhagem super red, quase todas as fêmeas só colocam as suas cores definitivas após quatro ou cinco meses de idade. Até esta idade elas são cambojadas.
A título de informação, vale citar que o fator luz exerce significativa influência neste quesito, sendo que peixes criados sobre exposição de luz têm tendência a mostrarem suas cores mais rapidamente do que aqueles que não são criados com aquela exposição.
Vale considerar, também que a completa abertura caudal, em algumas linhagens, só poderá ser totalmente observada quando o peixe já possuir vários meses de idade. Na linhagem de white opaque que desenvolvo, por exemplo, a maioria dos peixes só mostra sua total abertura caudal após os cinco meses de idade, principalmente as fêmeas.

2. Porque alguns alevinos crescem mais do que os outros, sendo que em alguns casos os maiores chegam a comer os menores?
Temos que considerar que uma postura de uma fêmea do peixe betta produz, em média, de cem a quinhentos ovos, sendo que já foram observados casos excepcionais que este numero ultrapassou a casa dos mil ovos.
A partir do momento que o ovócito é expelido pela fêmea e fecundado pelo macho inicia-se, imediatamente, o processo de desenvolvimento daquele organismo. A corrida pela vida começa mesmo antes do ovócito chegar ao fundo do aquário, pois ele já está fecundado. Uma postura de uma fêmea pode levar horas para ser concluída e, assim, os ovos que foram fecundados primeiro conseqüentemente serão os primeiros a eclodirem e gerarem alevinos.
Os alevinos dos primeiros lotes comerão primeiro e consequentemente crescerão primeiro. Desta forma podemos, hipoteticamente, considerar que estas diferenças entre os nascimentos podem significar a diferença entre sobreviver ou servir de alimento; ser um exemplar bom ou ser um exemplar ruim.
Outro aspecto biológico a considerar é o fato dos ovos do peixe betta, quando examinados à luz da lupa eletroscópica, não apresentarem exatamente o mesmo tamanho.

- Figura 4 -
Esta diferença pode nos indicar que suas reservas vitelínicas não possuem o mesmo volume e que os peixinhos ao nascerem não terão exatamente o mesmo tamanho (Vide Figura 3). A diferença de tamanho é muito significativa na corrida pela vida. Peixes maiores tem bocas maiores e se tornam aptos primeiro a se alimentarem de um náuplio de artemia ou um microverme e assim, hipoteticamente, poderíamos considerar, que ter a boca um pouquinho maior pode significar a diferença entre viver ou servir de alimento; em ser um exemplar bem sucedido ou em ser um exemplar medíocre.

- Figura 5 -
Como vimos nos dois últimos parágrafos os alevinos que nasceram primeiro ou com maior reserva vitelínica podem apresentar melhor chance de sobrevivência, mas seriam estes os exemplares com o melhor material genético para evidenciar os fenótipos que apreciamos?
Convém lembrar que a maioria das características que apreciamos nos peixes ornamentais não necessariamente serão as mais favoráveis na natureza.

3 . Então como devemos selecionar os exemplares para serem as nossas matrizes?
Seleções rigorosas baseadas em uma única característica biológica como precocidade de desenvolvimento ou tamanho podem até resultar em peixes excepcionais, no entanto, não garantem outras características fenotípicas que queremos. Obter animais com melhor pedúnculo, dorsal, maior número de raios na cauda, etc, exigem que sejam escolhidos animais possuidores de genótipos favoráveis que tanto podem estar transcritos no DNA desses primeiros e maiores alevinos quanto na cadeia genética daqueles menores, que não se desenvolveram primeiro por questões bióticas ou abióticas desfavoráveis, ou seja, por interação inadequada com os irmãos maiores ou com o ambiente.

4. A título de curiosidade vale comentar porque uma fêmea do peixe betta produz tantos ovos.
Durante o desenvolvimento evolucionário dos organismos animais, algumas espécies sofreram, no decorrer do tempo geológico, adaptações evolutivas que as levaram a gerar muitos ovos ou muitos filhotes, enquanto outras evoluíram para gera poucos ovos ou poucos filhotes.
Segundo o postulado darwiniano, aquelas espécies que geravam poucos ovos ou filhotes desenvolveram paralelamente rituais de cuidados parentais mais aperfeiçoados com o objetivo de preservar um maior percentual de sua prole. Em contrapartida, aqueles animais que tendiam a gerar muitos descendentes não desenvolveram cuidados parentais tão aperfeiçoados preservando apenas um pequeno número de sua prole e, desta forma, por seleção natural, somente os mais fortes sobreviveriam.
Neste segundo caso, a maioria dos filhotes gerados serviria de alimento aos demais peixes do cardume, sendo até mesmo uma importante fonte de proteína ou fator de preservação daquela população ou da espécie. Acredito particularmente que o peixe betta esteja enquadrado nesta segunda hipótese.

5. Então de onde veio este procedimento de selecionar os primeiros animais que se destacam no lote.
O procedimento de separar os maiores animais de um lote de filhotes, para posteriormente servirem de matrizes, costuma ser utilizado quando o interesse principal é produzir animais cuja característica requisitada é o peso, tamanho, etc, no entanto, atualmente as empresas que trabalham com produção de animais, em escala comercial, utilizam processos de avaliação genética (baseados em marcadores moleculares) para selecionar as suas matrizes, ficando, desta forma, aquele processo de seleção “no olho” ultrapassado mas ainda utilizado por muitos produtores que não tem conhecimentos e acesso à tecnologia moderna.

6. Então qual seria a melhor forma de selecionarmos e avaliarmos nossos alevinos?
Sabemos que os principais fatores para obtenção de peixes de boa qualidade estão diretamente relacionados à água e a alimentação.
A água deve ser de excelente qualidade, isto é com ausência total do terrível trio de compostos nitrogenados: nitrito, nitrato e amônia; temperatura e parâmetros físico-químicos compatíveis com a espécie de peixes em criação.
Acredito que a qualidade da água seja ainda mais importante do que alimentação porque peixes com um mínimo de alimentação, porém com água de boa qualidade podem crescer, no entanto, quando a água está ruim, mesmo com boa alimentação os peixes atrofiam.
Sugiro a separação máxima dos alevinos, ou seja, já a partir do décimo dia de nascidos pode-se dividi-los em vários grupos; a regra é: quanto maior a litragem por indivíduo melhor será o desenvolvimento.
Quando os alevinos estiverem separados em pequenos lotes teremos um crescimento mais ou menos uniforme e poderemos remanejar um indivíduo que se destacou no seu lote, para um lote de maiores e vice versa.
Desta forma, tanto no aquário, ou em tanques poderemos avaliar progressivamente todos os peixes, selecionando os indivíduos que possuem as características fenotípicas que desejamos, sem descartar aqueles que inicialmente demoraram mais para se desenvolverem.
A TÍTULO DE EXPERIMENTAÇÃO SUGIRO QUE OS COLEGAS RETIREM OS MENORES ALEVINOS DE SUAS DESOVAS E ACONCIDIONE-OS EM RECIPIENTES, DENTRO DOS PRÓPRIOS AQUÁRIOS DE CRESCIMENTO, CONFORME FIGURA ABAIXO. TENHO CERTEZA QUE VOCES TERÃO UMA SURPRESA COM O DESENVOLVIMENTO DESSES ALEVINOS.

- Figura 6 -
Considerações:
Coloquei neste artigo as observações que venho fazendo na criação do peixe betta e que tem me propiciado, como resultado, exemplares excepcionais, com tamanho acima do padrão de mercado, no entanto, nada impede que outros criadores tenham outros pontos de vista, estejam fazendo de outra forma e estejam obtendo sucesso, por isso coloco este assunto em discussão e gostaria de ouvir a opinião de outros criadores, pois só assim poderemos evoluir na criação deste fantástico peixe.

Wilson Vianna
wovianna@oi.com.br
Graduado em Ciências Biológicas pela UNISUAM/RJ, graduado em Administração de Empresas pela UNISUAM/RJ, Pós - Grad. em Biologia Marinha pela UNISUAM /RJ, Possui trabalhos científicos publicados através do CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, titular da Piscicultura Vianna (Magé/RJ), relações públicas e articulista da revista Mania de Bicho (RJ). Gestor do Centro de Estudos de Aquariofilia - CEA, membro da equipe de pesquisa Científica "Aquisuam” .
* Artigo publicado originalmente na revista Mania de Bicho

- COMENTÁRIOS -
A seleção dos filhotes que crescem mais rápido em uma ninhada de peixes tem por base, a meu ver, em uma interpretação errada do conceito darwiniano de “seleção dos mais aptos” que é interpretada como “seleção dos mais fortes” que é o uso comum aplicado pelas pessoas com pouco conhecimento de genética.
Como estou no mesmo caso, durante muito tempo apliquei este tipo de seleção, porém, com a experiência, um pouco de leitura – de autores habilitados – e um tanto de “meditação”, tenho visto que as coisas não são assim tão simples.
Embora não seja completamente errado que os indivíduos que crescem mais rápido possuem algumas vantagens em relação aos irmãos de uma mesma ninhada, também é certo que determinadas características necessárias à perpetuação da espécie só serão postas a prova em estágios posteriores, como delimitação de território, cuidados parentais, taxa de fecundação, etc, em que nem sempre aqueles indivíduos mais possantes e vistosos serão os mais bem sucedidos.
Quem em sua criação, nunca deparou com um imponente macho de disco, por exemplo, que a primeira vista seria escolhido como reprodutor, mas que por uma “falha genética” é agressivo demais com qualquer fêmea, inibindo a desova, ou que não mostra interesse em fecundar uma desova? Bem, num campeonato em uma exposição ele pode se destacar, mas como reprodutor ele será descartado.
Por exemplo, em minha ultima ninhada de Fundulopanchax gardineri nigerianum, os dois machos maiores, com belíssimo colorido foram preteridos por mim em função de um terceiro motivo: após o 4º mês, apresentaram desvio na coluna, próximo ao pedúnculo caudal e logo após apareceram outros desvios na coluna, enquanto que um terceiro apresentou aspecto totalmente dentro dos padrões de formato de corpo, nadadeiras e coloração.
Quando criamos animal em cativeiro, especialmente quando a finalidade é ornamental, mesmo não estando totalmente livres dos fatores que determinam a seleção natural, certas leis da seleção artificial não são levadas em conta, por nós por desconhecimento, o que às vezes prejudica e atrasa muito o objetivo que queremos alcançar. Um estudo mais cuidadoso da herdabilidade que é a porcentagem de um determinado gene ou conjunto de gene (porque alguns deles são transmitidos em blocos, o que às vezes complica um pouco as coisas) de serem transmitidos aos seus descendentes, ajudaria muito para esclarecer certas questões que por vezes desafiam os criadores.
Isto demanda algum tempo com leitura de trabalhos de genética (de autores habilitados), paciência na observação das ninhadas sem uma preocupação exagerada em selecionar rapidamente os filhotes que se destacam primeiro, como você já vem fazendo, e o acompanhamento da eficiência na transmissão dos caracteres mais desejados através da comparação entre vários indivíduos no ato reprodutivo, para se estabelecer uma metodologia adequada para a fixação de uma linhagem dentro dos padrões desejados.

Reinado Santana
Médico veterinário, consultor técnico da Cia dos Aquários, responsável pelo setor de Aquariofilia da loja “NO AR” consultor do Centro de Estudos de Aquariofilia.
________________________________________
Concordo com você que o processo de seleção de matrizes pode ser mais elaborado do que apenas a escolha dos animais por tamanho ou precocidade. Estes valores são oriundos da pecuária de corte. Uma seleção drástica como esta usando apenas uma característica fenotípica é muito restritiva e, a meu ver, perigosa para o plantel.
Para mim a seleção deve ser feita em concordância com as características desejadas pelo criador. Se apenas peixes grandes o satisfizer, ótimo! Agora a piscicultura ornamental pede, como em outras criações de animais domésticos, a seleção de múltiplas variáveis desejáveis no plantel.
Acredito que uma seleção baseada em pelo menos três fatores fenotípicos e dois fatores qualitativos da criação seja mais eficaz. Por exemplo, creio que uma escolha básica pode ser feita usando o tripé: tamanho, cor e morfologia, onde o criador deve colocar um valor prioritário individual em cada item de acordo com seu objetivo com o plantel. Acrescentaria mais dois fatores qualitativos de manejo: taxa de fecundidade e fertilidade.
Outros fatores esquecidos, como você mesmo citou, são os de interação biótica e abiótica do plantel. Este tema é tão essencial que merecia um artigo exclusivo.
Para finalizar senti a falta de uma sugestão no seu texto de parâmetros de seleção específica para o Betta, de acordo com a sua experiência. São tantos fatores a serem analisados que o criador pode se perder na seleção e ao invés de errar por selecionar com rigor excessivo, deixa de ter seleção. Ficaria muito bom se você colocasse em pauta também a seleção para objetivos comerciais e outra para objetivos de melhoria da espécie.

Luiz Guilherme Ferreira Filho
Médico / Fio Cruz, criador de Bettas, mantenedor do Centro de Estudos de Aquariofilia.
________________________________________
O conjunto “tamanho, forma e fenótipo desejado (cores e/ou distribuição das mesmas)” continuará sempre valendo.
Geralmente utilizamos linhas de sangue distintas de uma mesma linhagem onde, em cada uma delas (ou mesmo, em mais de uma) se dá ênfase a cada um desses parâmetros separadamente, salvaguardando-se, sempre, aqueles que tenham os demais fatores girando em torno daquilo que se deseja alcançar.
Porém, mesmo naquelas linhas de sangue em que se está enfatizando o tamanho, aqueles alevinos que se desenvolvem mais rapidamente, não necessariamente serão aqueles que se estabilizarão nos maiores portes e/ou terão a capacidade genética de transmitir esse fator aos descendentes.
Quanto à essa última observação, será sempre impossível ao criador mediano ter a garantia de se estar lançando mão de exemplares (seja ele um macho ou uma fêmea) nas outras linhas de sangue (as com ênfases na forma e/ou cor) que irá reforçar um aumento no tamanho dos bettas de seu plantel, futuramente.
Claro está para mim que, caso se tenha dois peixes que se encontrem em mesmas condições de qualidade – tamanho, forma e cor -, porém, um deles com um desenvolvimento mais rápido que o outro, é mais lógico que se utilize aquele com um desenvolvimento mais precoce, pois esse fato pode, realmente, apontar para um diferencial genético entre ambos, nesse quesito.
Uma outra coisa é que determinadas linhagens (White platinum, White opaque, vermelhos e amarelos) só permitem que se consiga escolher os melhores exemplares (no quesito cor) a partir dos 8 meses.
Isso porque esses padrões de cor enganam, e aquelas “sujeiras” que surgem no fenótipo, demoram a aparecer nos bettas novos – mesmo nos de grande porte –, e só se mostram em bettas mais velhos. Mesmo assim, em muitas das fêmeas (me refiro aos brancos ou amarelos), por serem menores – na grande maioria das vezes -, passam toda uma vida sem apresentar essas infiltrações de cores estranhas ao padrão.
Dessa forma, é prudente se aproveitar, ao máximo, todos os exemplares de uma ninhada, de tal forma a se ter – até, para fins estatísticos – uma maior amostragem de como essa “sujeira” está se comportando dentro de seu plantel.
Realmente, as questões de estresse com irmãos maiores e/ou de ambiente com alta concentração de indivíduos por unidade de área (e não de volume) – supondo-se, é claro, boas as demais condições de contorno (iluminação, temperatura, alimentação e parâmetros físico-químico da água) – afetam extremamente o desenvolvimento de toda a ninhada, e, em especial, os “retardatários”.
Esse ponto é, sem sombra de dúvidas para mim, o fator primordial que deverá ser equacionado por quem deseje ter bettas com saúde – independente de se ter (ou não) qualidade genética. Diria mais: isso vale para qualquer meio aquático onde se tenham peixes. A relação indivíduo x espaço vital mínimo e exclusivo em seu entorno é de suma importância, principalmente, ao betta que é tremendamente territorialista!

Vitor Calil Chevitarese
Estudioso e conceituado criador do peixe Betta, consultor e mantenedor do Centro de Estudos de Aquariofilia - CEA.
________________________________________
Como o Wilson disse bem no seu artigo, se pudéssemos manter até uma idade elevada toda uma ninhada apareceriam peixes de todos os tipos: grandes, pequenos, com dorsal boa, ruim, HMs, superdeltas, sólidos em cor, lavados, apáticos, valentes, covardes e por aí vai. Ao selecionarmos os bettas apenas pelo tamanho, caímos no erro de acreditarmos que o tamanho é a única razão de criarmos bettas ou que todos os bettas que crescem mais rápido serão os que apresentarão as melhores formas e cores.
Por experiência notei que quando selecionamos os maiores peixes de uma ninhada e os separamos, eles tendem a se tornar sexualmente maduros mais cedo que os irmãos que ficam em cardume. Também ocorre um crescimento das nadadeiras e das características que o tornam apto a se reproduzir. A ação dos hormônios sexuais, alavancados pela falsa delimitação de território, reduz a velocidade do crescimento em detrimento da velocidade de aptidão para a reprodução.
Os filhotes machos que demoram mais a sair do cardume tendem a crescer o corpo e muitas vezes ficamos pasmos quando aquela fêmea “linda” na verdade transforma-se em um macho enorme, que apenas demorou a desenvolver suas características sexuais.
Esta demora em mostrar essas características tem várias causas. Uma delas é o estresse causado pelos filhotes maiores (que em sua maioria são machos) sobre os menores. Como foi dito acima, ao retirarmos os maiores peixes, outros ocupam os seus lugares. Caso fizéssemos isso até o fim da ninhada, depois de um tempo sempre haveria peixes maiores, dominando os menores. Creio que alguns peixes demoram a apresentar suas características sexuais como defesa do ataque dos machos dominantes. Ao manter a aparência neutra por mais tempo, tendem a sofrer menos ataques desses machos na defesa do território. Conforme se diminuem os peixes, o estresse de estar sempre encontrando os machos dominantes diminui e o peixe se alimenta melhor e cresce mais. Assim sendo, a lógica de poucos peixes – peixes maiores é correta.
Infelizmente existem hoje muitos criadores de bettas que põem seus peixes para reproduzir muito cedo, aos três, quatro meses, buscando repostas rápidas e comerciais. Nos casos dos plakats o problema não é tão sério, mas nos casos dos HMs long fin é seríssimo. A grande maioria dos HMs do mercado aos seis, sete meses já não estão aptos para reprodução devido ao enorme peso das nadadeiras. Ficam deitados no fundo da beteira sem forças para nadar. Os HMs originais, foram desenvolvidos por uma equipe de criadores que só selecionavam peixes a partir dos seis meses, buscando peixes que pudessem se manter saudáveis e reprodutivos até uma idade elevada. Com a expansão dos HMs pelo mundo, o comércio falou mais alto.
Atualmente vemos um crescimento muito grande do interesse dos plakats em relação aos HMs Long Fin. Parte disso é a característica dos PKs se manterem ativos sexualmente por mais tempo e mostrarem-se ativos todo o tempo. As nadadeiras menores tornam isto mais fácil, sendo assim porque não escolher os bettas long fin por suas qualidades natatórias e de saúde em vez de escolhermos os que crescem as nadadeiras mais rápido.
Finalmente creio que são procedimentos saudáveis na criação do Betta splendens:
• Separar os filhotes por tamanho semanalmente;
• Evitar superpopulação dos filhotes;
• Fazer o máximo possível de TPAs, de preferência 100 % todo dia
• Não colocar alimento em um só local, mas espalhá-lo por todo o aquário para evitar que os maiores atrapalhem os menores a comer;
• Selecionar os reprodutores, principalmente os machos, após os seis meses de vida e em algumas linhagens após isto. Se nessa idade o macho não consegue mais se reproduzir e nadar com desenvoltura, deve ser descartado para reprodução e mantido apenas para exposições;
• E por último, ler este artigo do Wilson que é porreta!!!!!!
dicas sobre como cuidar
do seu betta

Sumário: 1. Apresentação

2. Exigências

3. Alimentação

4. Dicas importantes



1. Apresentação
O peixe Betta (Betta splendens) ou Peixe de Briga é uma ótima opção para as crianças e aquaristas iniciantes, isto por serem muito atrativos, resitentes e de fácil manejo.
São de hábito solitário, sendo muito agressivo com os machos da mesma espécie. São originários da Ásia (Tailândia), onde originalmente habitavam as regiões de arrozais em águas estagnadas e sem oxigenação. Por isso desenvolveu um órgão auxiliar chamado labirinto que o permite utilizar o oxigênio do ar, daí sua facilidade em se adaptar em pequenos aquários com pouca água. Fazem parte também desta família (Labirintídeos) o Tricogaster, Colisa e Peixe Paraíso entre outros.
Hoje existe uma infinidade de cores e subclasses que se originaram do Betta selvagem, os mais comuns são o Crown Tail e o Half Moon que apresentam suas características e belezas particulares.

Betta Crown Tail
Betta Half Moon

2. Exigências
• Duram em média 3 anos, podendo chegar até 5 anos, quando atingem em torno de 8 a 9 cm;
• pH ideal: 7,0;
• temperatura: 27 °C

3. Alimentação
Use uma ração granulada de boa qualidade, Tetra Min® granules ou Tetra BettaMin® flakes por exemplo.
Esta ração é macia, balanceada e atende muito bem as exigências nutricionais de seu Betta (46% de proteína).
Pode ser fornecida em poucas quantidades de duas a três vezes ao dia, não devendo haver sobras que poluem a água e geram amônia podendo ser fatal para seu peixe.
Pode ser fornecido ainda alimento vivo ou desidratado como variação do cardápio como Tetra BloodWorms®, artêmias, e outros tipos de larvas que complementam a alimentação como fonte de proteína.

Tetra BettaMin
Tetra BloodWorms

4. Dicas importantes
• Na hora de comprar seu Betta prefira aqueles mais ativos, coloridos e que estejam construindo ninhos (bolhas na superfície), isto é um sinal de saúde do peixe.
• Faça a troca parcial de metade da água semanalmente, retirando sempre a água do fundo que é de menor qualidade e menos oxigênio. Lave o cascalho do fundo retirando os resíduos que estivem no fundo da beteira.
• Antes de soltar seu Betta coloque o saquinho dentro do aquário e espere por 15 a 20 minutos para soltá-lo, isso evitará um possível choque térmico. Vá colocando aos poucos um pouco da nova água no saquinho para que seu peixes não sofra com uma mudança rápida do pH.
• Use sempre em condicionador na água do aquário, Tetra Aquasafe® por exemplo. Ele ajuda a proteger a mucosa do peixe e retira cloro, cloramina e metais pesados que são tóxicos para estes seres vivos.
• Evite usar água mineral, ela geralmente possui pH muito baixo e muito pesada em metais tóxicos. A melhor água é a da torneira condicionada com Tetra Aquasafe®.
• Em cada troca de água adicione à água Seachem Stress Guard®, ele é um antiséptico que previne eventuais doenças, neutraliza a amônia e age como cicatrizante no caso de ferimentos na mucosa.
• Nunca use bactericida ou antibiótico como preventivo, isto pode causar uma resitência e tornar o tratamento mais difícil quando realmente for necessário.
A “Seachem®” lançou no mercado brasileiro um condicionador especialmente formulado para o seu peixe Betta – Beta basics® 60 ml.
As principais características desse produto são:
• Ideal para beteiras e pequenos aquários, trata até 60 litros: um frasco condiciona em média 60 beteiras de um litro (dura mais de um ano!).
• Neutraliza amônia tóxica, cloro e cloramina.
• Oferece vários nutrientes para as plantas.
• Tampona o pH em 7.0.
• Melhora a coloração e saúde do peixe.
folhas "mágicas" da amendoeira
As folhas "mágicas" da Amendoeira (Terminalia catappa L.) são usadas como tônico e coadjuvante no tratamento de peixes ornamentais. Notadamente por criadores de Bettas splendens.
Estudos indicam que estão presentes em suas folhas elementos com propriedades bactericidas, fungicidas e parasiticidas. Estimulam a reprodução dos peixes, intensificam suas cores e os acalmam.

Identificando a árvore:
A Amendoeira (Terminalia catappa L.; Combretaceae) é uma árvore de grandes dimensões que pode atingir 35 m de altura. É típica de regiões tropicais.
Também é chamada popularmente de: Amendoeira-da-Praia, Chapéu de Sol, Sete-Copas, Amêndoa, Amêndoa de Java, Amêndoa de Malabar, Amêndoa de Cingapura, Amêndoa de Mar, Amêndoa Selvagem, Amendoeira Brava, Amendoeira Tropical, Amendoeira-da-Índia, Amendoeira-do-Pará, Anoz, Árvore-de-Anoz, Castanhola, Figueira-da-Índia, Guarda-Chuva, Guarda-Sol, Noz-da-Praia, Pé-de-Cuca, Terminália, Tropical Almond, Almendro, Badamier, Myrobalan, Kwang de Huu, Kobateishi.
Tem a copa bastante larga, fornecendo bastante sombra. É cultivada como árvore ornamental. É muito comum no Brasil, embora não seja uma planta nativa, ocorre a partir da região Sudeste, pois necessita de calor para se desenvolver. A semente é muito dura, envolve a amêndoa alongada. Desenvolve-se perfeitamente nos terrenos salgados, arenosos e resiste ao efeito dos ventos, sendo uma das plantas mais recomendas para as praias. A sua madeira é vermelha, sólida e resistente à água, tendo sido utilizada para fazer canoas na antiga Polinésia.
A árvore é conhecida por produzir um veneno em suas folhas para se defender contra parasitas e insetos. Quando as folhas secas caem na água, uma tintura marrom é liberada. A tintura está cheia de ácidos orgânicos, como húmicos e taninos que abaixam o pH da água, absorvem substâncias químicas prejudiciais e ajudam a acalmar e criar um ambiente tranqüilo para o peixe.
Peixes que vivem ao redor da água onde as árvores de Amendoeira são achadas, são muito mais vibrantes, bonitos e saudáveis.
Classificação científica:
• Reino: Plantae
• Divisão: Magnoliophyta
• Classe: Magnoliopsida
• Ordem: Myrtales
• Família: Combretaceae
• Gênero: Terminalia
• Espécie: T. catappa
• Nome binomial: Terminalia catappa L.
Sinônimos botânicos: Catappa domestica Rumph.,Terminalia badamia sensu Tul., Terminalia rubrigemnis Tul.

Folha verde
Folha verde
Folha verde

Folha Verde
Frutos
Frutos

Floração
Folhas secas
Árvore

Árvore
Árvore
Árvore

Coletando e preparando as folhas para uso:
Devem ser colhidas ainda na árvore, verdes e tenras, bem lavadas e secas à sombra. São usadas secas (bem secas).
Não colete folhas no chão, pois podem conter contaminantes indesejáveis.
Altas temperaturas podem diminuir ou até anular o efeito de alguns compostos importantes contidos nas folhas (por exemplo Tanino - fungicida/bactericida), oxidando ou até volatizando os mesmos. Portanto não desidrate as folhas ao sol ou em micro-ondas, como sugerem alguns textos que circulam na web.

Coleta da folha
Lavagem da folha
Folha lavada

Secagem à sombra
Folha pronta para uso

Como usar as folhas "mágicas":
Para tratamento direto em betteiras, coloque uma pequena fração, pedaço compatível com a quantidade de água existente na betteira, aproximadamente 1 cm2/litro.
Se você vai usar a folha com outro tipo de peixe, saiba que a proporção adequada de diluição é de 1 folha grande/56 litros (o mesmo que 15 galões). A folha grande mede, aproximadamente 25 cm de comprimento, por 15 cm de largura.
A água ficará com a coloração de chá (marrom claro) e acabará se acidificando (pH por polta de 6,8). Depois de 5 dias imersas na água, devem ser retiradas e jogadas fora.
• Efeitos esperados no processo terapêutico:
o Recuperação do vigor físico;
o Aumento da capacidade imunológica;
o Tranqüilizante;
o Intensificação das cores.
• Efeitos esperados no processo reprodutivo:
o Estímulo à reprodução;
o Diminuição/ausência de ovos fungados (ovos brancos);
o Redução de baixas de alevinos nos primeiros dias de vida.
Se você entender que o tratamento foi satisfatório, faça uma TPA (Troca Parcial de Água) de 30% e retome o ritmo normal de seu manejo.
Caso você entenda que o tratamento não foi totalmente satisfatório, estenda o tratamento por até 15 dias. Sempre promovendo as TPAs e trocando a folha a cada 5 dias.
As folhas "mágicas" da Amendoeira, assim como todo e qualquer produto fitoterápico, precisam ser usadas com cuidado, apenas até alcançar o efeito desejado. A exposição constante aos princípios ativos das folhas podem, a longo prazo, passar a causar problemas de saúde aos peixes. O remédio pode passar a fazer o papel de veneno.
permanganato de potássio
Quando começei a criar peixes, há 58 anos atrás, não havia computador e nem internet para se consultar alguma coisa. E nessa época os remédios e preventivos eram o Permanganato de Potássio, Azul de Metileno, Verde Malaquita, Sulfato de Cobre, Água Oxigenada e Tetrex de 500 mg. Eles é que davam respaldo para os nossos problemas de doenças, pois não havia literatura alguma a respeito.
O Permanganato de Potássio é um álcali cáustico (KMnO4), que oxida a matéria orgânica, não sendo assim um remédio, mas um agente oxidante e desinfetante de amplo espectro. Age com excelentes resultados para desinfetar plantas, troncos, pedras e peixes adquiridos de fora. Um simples banho de 10 minutos. O Permanganato de Potássio quando usado nas dosagens corretas é muito menos tóxico do que outros tipos de tratamento como antibióticos que interferem na biologia da água. Ele é considerado o complemento perfeito para tratamentos à base de sal como forma de atuar em doenças de peixes de um modo geral .
O Permanganato de Potássio dissolvido na água forma o íon permanganato (MNO4-) e o dióxido de manganês (MnO2). Essa reação liberta dois átomos de oxigênio que reagem agressivamente com outras moléculas orgânicas, alterando suas estruturas e propriedades. Esses íons de permanganato matam parasitas oxidando suas barreiras de células. Já o dióxido de manganês, forma complexos de proteína que atacam o sistema respiratório dos parasitas, matando-os.
Apesar do grande avanço tecnológico eu continuo me valendo do Permanganato de Potássio em uma quantidade tal que a água fique rosada. Essa é a dosagem indicada pela experiencia e pela prática, para não interferir nas brânquias dos peixes. Eu tenho usado nos seguintes casos:
o Infecções por bactérias, que é uma das maiores incidências em qualquer peixe;
o Infecções por fungos e diversas outras, tais como:Saprolegnia, Costia, Chilodinella, Ichtio, Trichodina,Gyradactylus, Dactylogyrus, Argulus, Lernea,Columnaris, Aeromonas, Pseudomonas.
Sugiro uma troca de 50% da água antes de usar o Permanganato de Potássio para que o resultado final seja eficaz. Nos casos especificos de Argulus, Lernea, Costia e Chilodinella, somente teremos bons resultados com banhos de imersão de 10 a 25 ppm (parte por milhão) durante 60 minutos.
O Permanganato de Potássio também é muito indicado no tratamento de Columnaris, Aeromonas e a infecções por fungos. Contra Icthio a dosagem é de 1 ppm (1 mg/l), sendo que esse tratamento é menos tóxico para os peixes do que o tradicional Sulfato de Cobre.

Temos que tomar certos cuidados no uso do Permanganato de Potássio, pois o mesmo é prejudicial por ingestão, absorção pela pele e também por inalação. Se possível usar luvas no seu manuseio. Ele mancha a pele, deixando-a marrom por até 12 horas. Alertamos que o uso do Permanganato de Potássio não deve ser utilizado quando o pH estiver muito alto (acima de 8.0).
No caso de uso de uma dosagem acima do indicado, em que os peixes passam a se movimentar de forma anormal, podemos neutralizar os seus efeitos aplicando 15 gotas de Água Oxigenada diretamente no aquário.
É oportuno dizer que, em muitas dessas doenças citadas, o Permanganato de Potássio atua como um agente auxiliar na cura, pela redução do material orgânico, principal órgão disseminador da proliferação de bactérias e também como um agente para evitar infecções secundarias por parasitas. Hoje temos outras variantes mais modernas de tratamentos, mas que talvez não sejam tão profícuos. Só fazendo a experiência para comprovar!
procriando bettas splendens
Uma das primeiras dificuldades que criadores de Bettas splendens se deparam, é com a reprodução de seus peixes em cativeiro. Não por que esta espécie seja difícil de procriar nestas condições, exista algum segredo, mas sim pela desinformação e despreparo.
O criador não precisa se preocupar em ensinar o peixe a se reproduzir, isto é instintivo e natural. Ele precisa se preocupar em criar as condições ideais para que isto aconteça. Se acercar de cuidados e infra-estrutura.
A primeira providência e talvez a mais crítica de todas é começar a cultivar micro-organismos vivos, que servirão de alimentos para os alevinos, logo após o nascimento. Sem eles, não devem se atrever a começar o acasalamento, sob pena de ver a ninhada morrer, um peixe após o outro, diante de seus olhos, completamente impotentes.
Hoje você encontra na web tutoriais passo-a-passo e inóculos para cultivar micro-organismos como: vermes-do-vinagre, microvermes,vermes-de-grindall, infusórios, entre vários outros. Também encontra tutoriais para eclodir cistos de artêmias salinas, essenciais para os alevinos. Todos micro-organismos de fácil manejo, que não ocupam muito espaço e acabam se tornando uma fonte de prazer, da mesma forma que o aquarismo gera.

A segunda providência é conseguir uma caixa plástica pequena, com tampa, com aproximadamente: 30 cm (C) x 20 cm (L) x 10 cm (A) ou um aquário de aproximadamente 20 litros (com tampa). Este será o ambiente para procriação e desenvolvimento dos alevinos até 90 dias de vida, aproximadamente.
Esta caixa (ou aquário) deve ficar instalada num ambiente tranqüilo, onde não haja grande movimentação de pessoas e/ou animais domésticos que possam assustar os peixes e por a perder o acasalamento ou até mesmo a ninhada. Ao menor sinal de perigo, os pais comerão os ovos ou os filhotes e abandonarão o processo (acasalamento ou cuidados com o ninho).
Coloque nesta caixa (ou aquário), uma coluna de água variando entre 5 e 10 cm de altura, nunca mais do que isto. Se os ovos cairem ao fundo, numa profundidade de água maior, podem inviabilizar o desenvolvimento dos alevinos. Esta água deve ser isenta de cloro e metais pesados, pH variando entre 6,8 e 7,4 (ideal em torno de 7,0) e temperatura variando entre 24 e 30 °C (ideal em torno de 27 °C). Providencie um apoio para o ninho-bolha (não obrigatório), que pode ser um pedaço de folha de amendoeira, um pedaço de plástico ou até mesmo um copinho de café descartável, cortado ao meio. Ele pode ser aderido à borda da caixa (ou aquário), com uma fita adesiva (fita crepe, por exemplo). Minha preferência pessoal pela folha de amendoeira é em função de sua propriedade fungicida/bactericida natural (isto vai deixar a água com cor de chá em poucas horas, não se preocupe com isto). Se você escolher um caminho diferente, adicione fungicida industrializado na água, na dosagem recomendada pelo fabricante. Isto fará com que mais ovos vinguem, que não sejam atacados por fungos. Também adicione a ponta de uma colher de chá de sal-grosso, para cada litro de água.
Providencie abrigos para a fêmea se esconder do macho, caso ele resolva ficar violento demais e sem paciência de esperar a fêmea estar totalmente pronta para o acasalamento. Pode ser: plantas naturais (musgo de java, samambaia d'água, etc - compatíveis com o pH da sua água), seixos (pedras de fundo de rio, arredondadas - sem arestas cortantes) ou tubos de PVC (espalhe 2 ou 3 "cotovelos" pelo fundo). É raro, mas estes abrigos podem servir até ao macho em alguns casos, onde a fêmea possui temperamento indócil. Isto vai reduzir os riscos de perder matrizes por conta acasalamentos tempestuosos.
Você vai precisar de um cilindro transparente e incolor para conter a fêmea durante 4 dias aproximadamente, dentro desta caixa (ou aquário), longe do alcance do macho, mas em seu campo visual a todo momento, para que possa acontecer a corte e para que ele fique estimulado a construir o ninho-bolha. Você pode usar um pet de água mineral transparente e incolor, cortando seu fundo e parte afunilada da boca, produzindo uma peça cilíndrica. Quando chegar o momento adequado, você vai poder levantar levemente este pet, liberando a fêmea para o acasalamento, sem mexer demais com a água, para não desmanchar o ninho-bolha.

Pronto! Agora você criou a infra-estrutura e o ambiente adequado para que o acasalamento ocorra e a ninhada vinge.
Vamos para a fase do acasalamento dos bettas... Selecione exemplar macho e fêmea saudáveis, de preferência com linhagens definidas e estabilizadas, para obter filhotes compatíveis com a sua linha de trabalho genético. Mas se você é um principiante e quer apenas aprender este manejo, concentre-se apenas em escolher os peixes que mais lhe agradam esteticamente, que estejam em pleno vigor físico e bem alimentados. Aqui vai uma dica importante: escolha uma fêmea ligeiramente menor que o macho, para facilitar a cópula do casal.
Se você é uma pessoa ocupada, dispõe de pouco tempo, programe a soltura do casal na caixa de cria e desenvolvimento de alevinos (ou aquário), para dias onde você possa acompanhar, fotografar, se deleitar com este espetáculo da natureza. A procriação deste peixe é magnífica, um show.
Coloque o macho na caixa de cria e desenvolvimento de alevinos (ou aquário), para que se sinta o dono do território. Ele deve ficar sozinho neste espaço por 2 dias aproximandamente. Decorrido este tempo, introduza a fêmea, contida num cilindro transparente e incolor, afastado das bordas da caixa (ou aquário), de forma a permitir que o macho circule o cilindro, se exibindo para a fêmea, fazer a corte.
Este período de exposição deve durar aproximadamente 4 dias. Ao mesmo tempo que o macho corteja a fêmea, ele deve contruir o ninho-bolha, para receber os ovos da postura da fêmea. Por outro lado, a fêmea recebendo estímulos, começa a produzir ovos. Ao final do quarto dia de "namoro", levante o cilindro suavemente para não desmanchar o ninho-bolha.
No outro dia, pela manhã, existe uma enorme possibilidade do casal já haver se entendido e dão início ao acasalamento propriamente dito.

O macho leva a fêmea para baixo do ninho-bolha e o acasalamento se inicia. Geralmente a fêmea neste momento está totalmente submissa ao macho e procura nadar com a cabeça mais baixa. Ambos procuram se colocar lado a lado, em sentidos opostos e vão se "empurrando", como se medissem forças. Num determinado momento a fêmea se afasta um pouco e nada em direção ao macho, dando um giro no corpo, ficando a nada de barriga para cima. Ao passar ao lado do macho e dobra seu corpo, envolvendo a fêmea e lhe dá um apertão (suave), ao mesmo tempo que fecunda os ovos. Ambos dão uma pequena relachada e caem desmaiados ao fundo aquário. Enquanto a fêmea vai ao fundo, vai liberando os ovos. O macho, tão logo recupera o controle de seu corpo, passa a recolher os ovos com a boca e vai depositando no ninho-bolha (vide vídeo ilustrativo). Este processo pode durar horas, inúmeros abraços ocorrerão, até que os ovos da fêmea se esgotem. Naturalmente ela se afasta, foge do macho e neste momento você deve retirá-la da caixa plástica (ou aquário), sem agitar a água, sem correrias. Geralmente ela fica tão esgotada que fica prostrada e permite ser capturada, sem muito esforço para fugir.

O macho assume o controle da ninhada sozinho. Ele vai melhorando e reparando o ninho-bolha, de acordo com a necessidade.

No máximo 48 horas após, os alevinos nascem e ficam "espetados" no ninho. Quando caem ao fundo (na vertical), por que são pesados, estão com o sacos vitelinos ainda cheios, o macho os recolhe na boca e os repõe no ninho-bolha. Tarefa inglória, nascem aproximadamente 300 filhotes. Ele fica a todo momento recolhendo os alevinos e os recolocando no ninho-bolha.

Os filhotes, nesta fase da vida, se alimentam do saco vitelino, que aos poucos vai se exaurindo e quando isto acontece eles começam a conseguir nadar na horizontal. Passadas outras 48 horas, desde a eclosão dos ovos, a maioria dos alevinos já nada na horizontal e o macho está nitidamente exausto. Ao final do dia é chegada a hora de retirar o macho da caixa plástica (ou aquário). Pegue-o com uma rede de tramas largas, para não capturar alevinos acidentalmente ou com sua própria mão, com muito cuidado.
No outro dia, pela manhã, os alevinos passaram a ser sua responsabilidade e precisam começar a comer. Comer aqueles micro-organismos que você previamente começo a cultivar, se preparando para o nascimento deles.
Coloque uma pedra porosa bem fraquinha nesta caixa de desenvolvimento de alevinos (ou aquário), tome o cuidado para mantê-la sempre tampada para manter o ar bem úmido acima da lâmina d'água. Pode retirar o suporte para o ninho, as proteções oferecidas para a fêmea. Se você usou plantas naturais como abrigo, pode deixá-las na caixa (ou aquário).
Comece a alimentar seus alevinos, sempre em pequenas doses, o maior número de vezes possível, durante o período de insolação. Se possível de hora em hora. Se houver sobras, remova com o auxílio de uma pipeta ou sifão, com muito cuidado para não sugar alevinos.
Varie a dieta dos alevinos, ofereça basicamente alimentos vivos e pós bem finos. Depois dos 30 dias, já é possível começar a introduzir na dieta rações
Os próximos 40 a 50 dias de vida dos alevinos são bem críticos. A maioria da ninhada vai demorar este tempo para ter o labirinto formado. Labirinto é por onde os bettas respiram, fora da água. Então evite ficar abrindo a caixa para não discipar o calor do ar que está acima da lâmina d'água, cuidado com os parâmetros da água (pH e temperatura) e mantenha esta água saudável evitando sobras de comida, por exemplo.

Marcio Luiz de Araujo
mlaraujo60@bettabrasil.com.br
Empresário da área de TI, desenvolve soluções para web. Graduado em Administração de Empresas pela PUC Campinas/SP. Aquarista hobbysta, apaixonado pela espécie Betta splendens, desenvolve e mantém o website Betta Brasil, é owner do Grupo de Discussões Betta Brasil.
uma discussão sobre a alimentação do betta splendens
A alimentação do peixe betta tem sido objeto de grande discussão entre os criadores. Todos reconhecem que é um dos fatores mais importantes, que deve ser observado, quando se deseja produzir animais de qualidade.
Originalmente o peixe betta se alimenta, na maioria das vezes de presas vivas, e assim pode ser considerado no grupo dos carnívoros, possuindo, portanto, o trato digestivo curto significando que possui uma digestão rápida.
É importante que saibamos que a nutrição ocorre no momento em que o bolo alimentar está sendo oferecido à mucosa intestinal. Os nutrientes são levados ao sangue através de pequeníssimos filamentos chamados microvilosidades. O produto resultante da digestão (lipídios, proteínas, carboidratos, etc.) passa através de um fino epitélio e alcança o sangue. Por esses micro-canais os nutrientes são levados aos tecidos do corpo, nos quais se difundem para o líquido intersticial que banha as células.
Estudos recentes revelaram que a maioria dos peixes ornamentais não consegue metabolizar mais do que 36% de proteínas, assim uma alimentação com altos valores protéicos exigirá, também, a geração de um grande valor de energia, bem como uma grande produção de enzimas digestória.
Como vimos, o betta tem um período de digestão muito pequeno, assim, se ele for alimentado excessivamente, o excesso que o animal não metaboliza será excretado, quase que in natura, levando, inclusive, parte das enzimas digestórias produzidas no processo. Este produto em contato com a água estará originando os famosos "compostos nitrogenados" (nitrito -> nitrato -> e amônia) prejudiciais à saúde dos bettas e inibidores do seu crescimento.
A título de curiosidade, vale relatar que estudos realizados, em laboratório (laboratório de Biologia Unisuam 2006), evidenciaram anomalias morfológicas no trato gastro-intestinal de várias espécies de peixes ornamentais - inclusive do betta - alimentados com ração granulada, produzida, originalmente, para outras espécies de peixes (carpas, truta, tilápia etc).
Convém ressaltar, também, que o betta é um caçador nato. Se observarmos o alevino de betta se alimentando de um náuplio de artêmia salina; verifica-se que ele persegue o náuplio, prepara o ataque, encolhendo o corpo e recolhendo a cauda e dispara o bote. Com o passar do tempo o betta de cativeiro perde esta característica de caçador porque os alimentos que oferecemos, geralmente na forma inanimada, não necessitam serem caçados. Mesmo assim muitos bettas ainda preservam o procedimento característico da espécie de dar o bote no alimento.

Então como seria a melhor maneira de alimentarmos nossos bettas?
No meu entendimento não existe uma regra única. Cada criador tem a sua maneira de alimentar os seus peixes e acha que é a melhor. Alguns guardam seus menus como segredos "debaixo de sete chaves".
Como citamos no início, o betta originalmente se alimenta de presas vivas, por isso - biologicamente - entendo que a melhor forma de alimentarmos este animal seria com alimentos que se aproximassem o máximo daqueles que ele encontraria na natureza, assim, o alimento vivo deve fazer parte imprescindível da sua dieta.
Alimentos gordurosos devem ser evitados, pois, geralmente, levam os bettas a um estado de obesidade podendo inclusive levá-lo à letargia. A obesidade no macho dificulta o acasalamento e nas fêmeas diminui e até inibi a procriação.

Então que tipo de alimento devemos oferecer aos nossos bettas?
Como não conhecemos as necessidades nutricionais do peixe betta, pois elas são específicas para cada espécie, para cada linhagem e até para cada indivíduo e como não conhecemos também os valores nutricionais dos alimentos que utilizamos, sugere-se, então, que o arraçoamento seja bastante diversificado, pois, assim teremos mais chance de acertar.
A seguir relaciono vários tipos de alimentos que poderão ser utilizados diariamente, ressaltando que neste item não se deve economizar sendo importante comprar rações ou utilizar produtos de ótima qualidade.
• Rações industrializadas: No mercado pet existe uma gama de rações específicas para os bettas. Compre as melhores, diversifique as marcas e ministre-as alternadamente.
• Alimentos vivos: artêmia salina adulta viva, larvas de mosquitos (vivas ou congeladas), tubifex (de preferência o liofilizado), minhocas vermelhas da Califórnia (cortadas em pequenos pedaços ou seus filhotes vivos com até 1,5 cm de comprimento), daphnia, blood worms, enquitréias e microvermes.
• Rações caseiras: raspas de camarão (raspados sem casca), patês caseiros (de fígado de boi, coração de boi, etc.)

E a maioria dos criadores como estão alimentando os seus bettas?
Para melhor ilustrar este artigo consultei vários criadores, todos muito conceituados pela performance de seus peixes e a seguir descrevo o padrão de alimentação utilizado por eles, concluindo que é possível atingir bons resultados utilizando caminhos distintos:
• Paulo Freitas
o Alevinos: Alimento três vezes ao dia, revezando com microvermes e náuplios de artêmia salina. Em caso de falha na produção de náuplios utilizo gema de ovo cozida pulverizada, diluída em água e gotejada sobre os alevinos.
o Juvenis: Aão alimentados duas vezes ao dia. A partir de vinte dias começo a ministrar artêmia salina congelada e vermes de grindal, gradativamente. Uso ração pulverizada a partir dos trinta dias, com o acréscimo de patês, daphnias, enquitréias, raspas de coração de boi congelado.
o Adultos: São alimentados uma ou duas vezes por dia, da seguinte forma: ração seca, patê, artêmia congelada ou blood worm e logo após coloco daphnias. As daphnias permanecem vivas por bastante tempo e os peixes as comem durante todo o dia. Quando consigo larvas de mosquito, dou preferência a elas.
• Agostinho Monteiro:
o Alevinos: São alimentados três vezes ao dia na época de calor e na época de frio apenas duas vezes ao dia.
o Juvenis: São alimentados quatro vezes ao dia na época de calor e na época de frio apenas três vezes ao dia.
o Adultos: São alimentados três vezes ao dia na época de calor e na época de frio apenas três vezes ao dia. Alimentos utilizados: náuplios de artêmia salina, microvermes, gema de ovo desidratada ou cozida, artêmia salina congelada, blood worm passado no liquidificador, patê de Gordon e ração balanceada.
• Francisco Marraschin:
o Alevinos: Alimento uma ou duas vezes por dia, uma dieta de náuplios de artêmia e microvermes, geralmente náuplios de manhã e microvermes à tarde. Coloco uma grande quantidade porque assim os alevinos comem o dia inteiro.
o Juvenis: alimentação idêntica a dos alevinos sendo que a partir de um mês complemento com ração esfarelada de boa qualidade. Ministro os náuplios até três ou quatro meses.
o Adultos: Alimento no máximo duas vezes ao dia. Ministro ração granulada , artêmia congelada e blood worms esporadicamente. A base da alimentação é a ração granulada.
• Vitor Chevitarese:
o Alevinos: alimento duas vezes ao dia.
o Juvenis: alimento duas vezes ao dia.
o Adultos: alimento duas vezes ao dia, com um dia de jejum por semana.
• João Maurício:
o Alevinos: Nos três primeiros dias de vida alimento com infusórios e depois náuplios de artêmia salina duas vezes ao dia. Havia suprimido os infusórios como alimentação inicial dos alevinos e agora estou voltando com eles e verifiquei que os alevinos têm mais facilidade em comer a artêmia salina e o resultado está sendo melhor.
o Juvenis: Além do náuplio de artêmia vou adicionando ração em pó bem fina até que possa suprimir os náuplios totalmente. Posteriormente introduzo blood worms, patês e ração granulada.
o Adultos: Alimento duas vezes ao dia alternando ração, patê e blood worms. Na ração acrescento um complexo vitamínico chamado Aminomix.
• Marcos Canavieira - criatório comercial, produção de 8.000 a 10.000 unidades/mês:
o Alevinos: Alimento com náuplios de artêmia salina três vezes ao dia.
o Juvenis: Forneço daphnias e larvas de mosquito à vontade. Os peixes comem o dia inteiro. Posteriormente vou substituindo pela ração granulada, de acordo com a aceitação até tirar totalmente o alimento vivo.
o Adultos: alimento três vezes por semana com ração granulada.
• Idésio Almeida - criatório comercial 2.000/3000 unidades/mês:
o Alevinos: Nos três primeiros dias de vida deixo os alevinos na bacia onde nasceram e não dou nenhum alimento. A partir do quarto dia alimento com infusórios. No décimo dia coloco os peixes no tanque com infusórios e apenas dez centímetros de lâmina d'água e no décimo segundo dia coloco daphnias, que se reproduzem no tanque junto com os alevinos. Quando os alevinos comerem todas as daphnias passo-os para outro tanque previamente adubado onde eles continuarão crescendo e comendo daphnias e vou aumentando gradativamente o volume d'água. Aos vinte e cinco dias acrescento ração em pó bem fina até eles irem para os vidros individuais.
o Juvenis: Quando vão para o vidro individual ofereço ração granulada uma vez por dia.
o Adultos: Ministro ração granulada - somente - a cada dois dias.
• Wilson Vianna:
o Alevinos: Os vinte primeiros dias alimento três vezes ao dia, revezando náuplios de artêmia salina e microvermes. Com 20 dias os alevinos vão para o tanque, previamente adubado e com grande população de daphnias. Os peixes comem daphnias direto até irem para os vidros.
o Juvenis: alimento duas vezes ao dia revezando: daphnias, ração granulada e larvas de mosquitos.
o Adultos: alimento duas vezes ao dia revezando: daphnias, ração granulada e larvas de mosquitos.
Embora a literatura especializada sugira que os alevinos sejam alimentados entre cinco a sete vezes ao dia, os juvenis quatro a cinco vezes por dia e os adultos três vezes ao dia, como vimos, cada um dos criadores citados apresentou uma metodologia distinta para alimentar os seus peixes. Esses conhecimentos foram adquiridos através da observação detalhada, experimentações e muitas tentativas, realizadas no decorrer de muitos anos.
Por oportuno, convém ressaltar, também, que além da alimentação apropriada, parâmetros como a qualidade da água, a quantidade e a qualidade de luz, são importantíssimos para a obtenção de animais de boa qualidade. Esses parâmetros serão objeto de discussão no nosso próximo artigo.
Mercado de Peixes Ornamentais:

mantenedores do cea fazem contatos com produtores e empresários do ramo de peixes ornamentais
Com o objetivo de estabelecer parcerias, bem como reforçar vínculos de amizade os mantenedores: Vitor Chevitarese, Paulo Freitas, Wilson Vianna e Rodrigo Dutra visitaram alguns produtores e algumas empresas do ramo de comercialização e produção de peixes ornamentais, no Rio de Janeiro.
O programa iniciou-se na "Terra dos Peixes Ornamentais", empresa que se dedica à distribuição de peixes ornamentais. Fomos recebidos pelo seu titular, Denílson Moreira, que fez questão de mostrar as suas novas instalações - mais de mil aquários - que, em época de alta temporada, chegam a acondicionar mais de 150 espécies distintas. A empresa trabalha com peixes nacionais, criados em cativeiro, peixes oriundos de Manaus, coletados no alto rio negro, e peixes importados principalmente da Ásia.
A segunda visita foi à empresa "Aquário Imperial", que, atualmente, é o maior atacadista de produtos de aquariofilia, do estado do Rio de janeiro. Fomos recebidos por um dos seus titulares - Edinho Chaibem - que interagiu bastante com o Paulo Freitas e com o Vitor, sobre criação de bettas e relembrou, com emoção, o tempo em que criava aquele animal, tendo sido um dos maiores produtores do RJ. Na ocasião, foi comentado sobre a invenção do sistema chamado "vira-caçamba", criado pelo Edinho e Wilson, na década de 1990 e publicado na revista Aquarismo, tendo tido muita divulgação no Brasil e até no exterior. O sistema consistia em colocar várias caçambas, dentro de um grande tanque; sendo que cada caçamba continha um casal de bettas e assim, à medida que os alevinos iam nascendo, o casal era retirado e a caçamba era virada, dentro do tanque, previamente adubado. Na oportunidade Edinho mostrou as instalações da empresa para o Vitor e o Rodrigo que ainda não a conheciam.
A terceira Visita foi à loja "Smart Fish", onde fica situado o "Espaço prof. Gastão Botelho", local onde são realizados os eventos do CEA. Fomos recebidos pelos seus titulares Fernando Mesquita (filho) e Fernando Mesquita (pai), que também são mantenedores do CEA. Na ocasião, Rodrigo, que ainda não conhecia aquele estabelecimento, observou a beleza das suas instalações, a grande diversidade de peixes nacionais e importados e de equipamentos de última geração, sendo, sem dúvida, a maior e mais bem montada loja do estado do Rio de janeiro.
Por volta das 13h00 chegamos à piscicultura "Tropical Life", onde fomos recebidos pelo piscicultor Charles Lacerda. O Titular da piscicultura, antes de mostrar suas instalações, fez questão de oferecer-nos um farto almoço em sua residência, nas proximidades da piscicultura. Após um bate papo descontraído, durante o almoço, evidentemente falando de peixes ornamentais, voltamos à piscicultura onde conhecemos sua estufa, contendo mais de duzentos aquários de criação, e os tanques externos, num total de sessenta unidades. Naquele local são criadas mais de cinqüenta espécies distintas, desde poecilideos, como guppy, molinésia e platy; caracídeos como: tetra imperador e néon negro; ciclídeos como: Apistograma cacatuoide, acará bandeira e acará disco; algumas espécies de killifishes comoNothobranchius guentheri, Nothobranchius rachovii e Nothobranchius foerschi, entre outros.
A nossa quinta visita foi a "Piscicultura Correa", onde fomos recebidos pelo Paulinho Correa, filho do saudoso Paulo Correa, falecido no ano retrasado. Paulinho nos falou das suas dificuldades iniciais em tocar as duas pisciculturas e que teve que implementar estratégias de redução de metas de trabalho, bem como reduzir as espécies criadas - mais de 150 mantidas pelo seu pai - para manter o criatório em funcionamento. Observamos que a criação vai de vento em popa e o piscicultor, a exemplo do seu pai, tem muitas idéias para inovação e vai estar trabalhando em parceria com o pessoal do CEA.
A sexta visita foi a "Piscicultura Vianna" onde são criados bettas, da variedade half moon e plakat, guppies, tetra imperador, acará bandeira albina e negra e corydoras albinas.
Todas as pisciculturas visitadas, e outras já selecionadas serão objetos de artigos, que serão editados pelo CEA, que vai mostrar detalhadamente a produção e a manutenção das espécies criadas. As pisciculturas acordaram com o CEA em abrir suas portas e permitir a visitação e passar informações para os aquariofilistas cadastrados. A nossa primeira visita a criatórios está agendada para o dia 24 de maio de 2009 e os interessados poderão encaminhar e-mail paracentroaqua@yahoo.com.br.
. uma visão crítica sobre a situação atual dos peixes ornamentais no brasil
Os registros históricos, relativos à iniciação do hobby de criação de peixes ornamentais, no Brasil, datam do final da década de 1920, onde consta, como pioneiro o cidadão chamado Sigeiti Takase, que veio do seu país de origem, o Japão, se estabeleceu numa chácara no Bairro do Alto da Boa Vista no Rio de Janeiro e começou a negociar peixinhos de aquários. Takase trazia peixes de Manaus e Belém, onde já havia diversos exportadores, pois, no exterior, esta prática já era bastante difundida.
Antes da chegada de Takase, os aquariofilistas se limitavam a coletar peixinhos em riachos e lagos e acondicioná-los em vidros, em latas e em outros recipientes. A paixão pelos peixes ornamentais, o conhecimento de um maior número de espécies, bem como a divulgação deste hobby teve a sua iniciação a partir das reuniões que o citado cidadão realizava em sua casa nos finais de semana.
A primeira loja de peixes ornamentais, do Brasil, só foi criada no ano de 1930 e o seu fundador, também foi um estrangeiro, um alemão chamado Frank Hans Griem. Este senhor começou, também, vendendo peixinhos em sua residência e posteriormente abriu uma loja. O citado estabelecimento chamava-se Aquário Rio e ficava situado, na Rua da Alfândega, no centro da cidade do Rio de Janeiro.
Na década de 1950 começaram a aparecer pequenos focos de vendedores de peixes ornamentais; a sua maioria eram aquariofilistas que aprenderam a procriar algumas espécies e passavam a vender os descendentes.
Na década de 1960 começaram a aparecer os primeiros criatórios comerciais cujos proprietários eram brasileiros. Eles ficavam localizados em áreas da periferia do Rio de Janeiro e São Paulo e foram inicializados a partir dos conhecimentos obtidos dos criadores estrangeiros radicados no Brasil.
Na década de 1970, em Minas Gerais, iniciou-se a criação de peixes ornamentais e um fenômeno de crescimento progressivo de produtores, a partir da iniciativa de um engenheiro, chamado Paulo Brás. Este cidadão implementou uma grande piscicultura em sua fazenda onde criava várias espécies. Mais de quinhentos tanques cavados no chão faziam parte do seu criatório.
A explosão de criadores de peixes ornamentais, tanto em Minas Gerais, Rio de janeiro e São Paulo ocorreu a partir dos criadores de origem estrangeira, que em face do crescimento progressivo da procura pelos peixes para aquário, se viram obrigados a admitirem empregados. Esses empregados aprendiam a criar peixes e em função da facilidade de água, terra e clima propício, se tornavam independentes e, inicialmente, constituíam criatórios familiares aumentando, desta forma, a oferta de peixes ornamentais no mercado.
No nordeste, o estabelecimento da piscicultura ornamental, ocorreu no início da década de 1980, também originado pelo pioneirismo de criadores de origem estrangeira, fato que gerou, posteriormente um grande número de produtores, inicialmente de origem humilde e mais tarde grandes pisciculturas.
Na década de 1990, mais precisamente nos anos de 1994 a 1998, ocorreu a grande invasão de peixes ornamentais importados, por conta da valorização do real frente ao dólar. No início do plano real um dólar chegou a valer oitenta e seis centavos de real, fato que facilitou a importação em massa de peixes ornamentais principalmente da Ásia. Muitas espécies, até então, consideradas de difícil acesso aos aquariofilistas, chegavam aos lotes às lojas e podiam ser adquiridas por preços bastante viáveis.
Este acontecimento deu um grande impulso à diversidade de espécies criadas pelos produtores nacionais e, conseqüentemente, acarretou uma baixa considerável no preço daquelas espécies, pois, produtores de menor renda passaram, também, a ter acesso àqueles peixes e, conseqüentemente, a criá-los aumentando, assim a oferta no mercado interno. Temos conhecimento de casos de produtores que adquiriram peixes importados por mais de R$ 60,00 e, criando-os em abundância, em menos de seis meses, já estavam oferecendo seus descendentes ao mercado por centavos de real.
Até a década de 1990 era um excelente negócio investir na produção de peixes ornamentais, pois a procura era maior do que a oferta, e a maioria dos lojistas iam diretamente as pisciculturas buscar os peixes que precisavam e assim, ao produtor, bastava ficar esperando, pois sabia que venderia toda a sua produção na sua porta.
A partir da década de 1990 o numero de produtores passou a aumentar agressivamente, em função, principalmente, da falta de alternativa de emprego; ao mesmo tempo o número de distribuidores/atacadistas (são pessoas que se dedicam a comprar a produção dos criadores para distribuí-las nas lojas) também aumentou acentuadamente. Este implemento na produção aumentou a oferta fazendo o preço cair. Freqüentemente escuto reclamações de produtores que fazem uma comparação do preço dos peixes ornamentais, citando que na década passada a maioria das espécies eram mais valorizadas do que hoje. Eles comentam que todos os produtos e serviços aumentaram de preço, exceto os peixes ornamentais. A título de informação, vale citar, por exemplo, que um casal de guppies no ano de 1990 saía do produtor por um preço entre R$ 1,00 a R$ 1,50 e até hoje permanece com este mesmo valor; um betta macho era comercializado pelo criador por um valor entre R$ 1,50 a R$ 2,00 e até hoje permanece com o mesmo preço; um acará disco juvenil, da variedade azul turquesa, valia na década de 80, no criador, um valor entre R$ 15,00 a R$ 20,00 e atualmente vale no criador em média R$ 12,00, um ciclideo da espécie Melanochromis auratus saía do criador por um valor entre R$ 5,00 e R$ 6,00 e hoje vale em média R$ 1,00. Alguns criadores, para fugir da concorrência e para não ficarem com seus estoques encalhados, ainda praticam preços menores. Convém ressaltar que os únicos peixes que tiveram seus preços atualizados são aqueles de origem estrangeira que ainda não são criados no nosso país.
Relativamente ao envio de peixes para o mercado externo, o Brasil continua se destacando apenas na exportação de peixes coletados na natureza, onde os exemplos mais conhecidos são os peixes oriundos da bacia do alto Rio Negro, destacando-se, entre eles, o néon cardinal que é exportado aos milhões para vários países. O centro nervoso da exportação de peixes ornamentais, extraídos do alto rio negro é o município de Barcelos, situado a 450 km da cidade de Manaus. Naquela região aproximadamente dez mil pessoas, a maioria ribeirinhos de baixa renda, sobrevivem do comércio de peixes ornamentais. O Órgão responsável por manter, de maneira sustentável, a atividade de extração de peixes ornamentais naquela região, é o Projeto Piabas e o seu titular é o Dr. Ning Labbish Chao. No ano passado, conversei detalhadamente com aquele phd - via e-mail - sendo informado da sua preocupação com o aumento do número de ribeirinhos que cada vez mais, por falta de outras alternativas, procuram a atividade de extração de peixes ornamentais, como meio de subsistência. Dr. Chao comentou que vários países da Europa e principalmente os Estados Unidos estão intensificando a criação do néon cardinal e ele teme que, no futuro, aconteça o mesmo que ocorreu com os acarás bandeiras, que a maioria dos paises passaram a produzir, fazendo com que a exportação daquela espécie se reduzisse consideravelmente. Dr. Chao criou um lema "compre um peixe e salve uma árvore", porque, no seu entendimento, o colapso na importação dos cardinais poderá acarretar um sério problema social e a alternativa mais viável para os ribeirinhos será cortar árvore para produzir carvão.
Quanto ao plantel de peixes nacionais é importante ressaltar, que ainda hoje, em pleno século XXI, os produtores brasileiros não conseguem melhorar geneticamente seus peixes, sendo obrigado a comprarem matrizes do exterior, para renovação de sangue em seus plantéis e assim eles as procriam até que esgote a sua viabilidade genética. Em contrapartida, os criadores estrangeiros, principalmente os asiáticos, continuam a levar nossas espécies nativas e desenvolverem variedades exóticas que depois de modificadas retornam por preços muito mais altos, podemos citar, como exemplo, o acará disco da espécie Symphysodon aequifasciatus Pellegrin, que são exportados por valores que variam entre R$ 30,00 e R$ 50,00 e quando voltam, modificados, chegam a custar cerca de R$ 1.500,00 nas exportadoras de peixes ornamentais.
O segmento de peixes ornamentais - como um todo - é desorganizado, não existem regras, todo mundo cria o que quer, vende onde quer e pelo preço que quer; produtores que não conseguem vender seus peixes em seus estados de origem atravessam barreiras e ilegalmente vão oferecer seus produtos - na porta de lojas - em outros estados, atrapalhando os produtores daquela região. Criadores inescrupulosos tratam seus peixes a base de hormônios e anabolizantes, alguns para melhorar a performance dos peixes outros para transformarem fêmea em machos e assim aumentarem sua lucratividade.
Para piorar este cenário a maioria dos lojistas exige dos vendedores preços baixos "na mercadoria" não se importando com a qualidade dos peixes oferecidos.
Os produtores e a maioria do pessoal relacionado com o hobby tem o hábito de criticarem o IBAMA porque aquele Órgão controla a importação das espécies exóticas, mas poucos tiveram o cuidado de estudar a legislação e entender que o objetivo da lei é proteger nossas mananciais e nosso plantel de peixes nativos, de organismos patogênicos exóticos que já começam a serem registrados em nosso plantel, como é o caso do parasito Camallanus cotti, oriundo da Ásia que afeta a maioria dos peixes ornamentais de nossos criatórios.

E então a situação do peixe ornamental está melhorando ou piorando?
Para melhor ilustrar este questionamento conversei com diversas pessoas envolvidas e reproduzo a seguir o resumo de alguns depoimentos sobre a situação atual:
• Criador Marcos Canavieira, da piscicultura Peixe Vivo - Para ele a situação ficou mais difícil; "tem muita gente criando peixes sem qualidade e vendendo por qualquer preço. Teve um atacadista que sugeriu que eu criasse peixes de baixa qualidade, porque o meu peixe era bom demais para o mercado nacional e ele comprava somente para por no aquário dele, mas, pelo preço, não dava para ele vender para as lojas".
• Denílson Moreira, da distribuidora "Terra dos peixes Ornamentais" - para ele a concorrência aumentou muito; "é preciso se especializar oferecendo mais variedades. Está difícil atender as exigências dos órgãos reguladores, mas ainda vale a pena investir neste negócio".
• Criador Marcos Leandro, da Piscicultura Cascavel, no Paraná a maior e mais bem sucedida do Brasil - Para ele o caminho do sucesso é produzindo peixes de qualidade, procurando sair dos peixes comuns que todo mundo cria; investir muito na aquisição de matrizes, fornecer treinamento aos empregados e contratar pessoal especializado.
• Criador Idésio de Almeida, da Piscicultura Recanto do Betta - Para ele a concorrência está cada vez mais forte: "não dá mais para ficar esperando o comprador vir à Piscicultura; temos que levar o peixe até a loja se não a gente não vende".
• Carlão, titular da piscicultura Carlão Peixes Ornamentais- Para ele o que estraga o segmento é a falta de união e a concorrência desleal entre os vendedores; "As exigências dos órgãos reguladores também trazem algumas dificuldades. Este negócio tem altas e baixas, porém se eu fosse começar de novo escolheria outro ramo".
• Fernando Mesquita, titular da loja Smart Fish - Para ele ainda é um bom negócio investir neste segmento. "Apesar da concorrência ainda há espaço para quem trabalhar direito, oferecendo produtos e serviços de qualidade. Acredito que a melhora na economia do país, irá, conseqüentemente, melhorar a renda dos habitantes influenciando diretamente neste mercado uma vez que aquariofilia é um hobby e as pessoas são fiéis aos seus hobbies".
• Gastão Botelho, renomado aquariofilista do século passado - para ele a aquariofilia evoluiu muito em termos de tecnologia; equipamentos, materiais, medicamentos, etc, "tudo isso facilita a vida do aquariofilista, no entanto, a gente sente que a paixão pelo hobby não é mais como antigamente, pois o interesse é muito mais comercial".
Em face do exposto nos depoimentos acima podemos concluir que a concorrência neste setor tornou mais difícil, produzir, distribuir como atacadista ou comercializar diretamente com os consumidos, no entanto, vai haver sempre lugar para aqueles que se especializarem e apresentarem animais de qualidade e com bom preço.


Micro-organismos (Alimentos Vivos):
criação de tubifex
Coleta:
É possível, se o lugar apropriado é localizado, coletar tubifex vivo seguindo-se algumas instruções bastante simples.
Em geral, esta operação requer dois dias para ter êxito. Depois de identificado o lugar onde há tubifex, é colocado nas proximidades um pedaço de polietileno ou plástico de bom tamanho (um metro, por exemplo). Sobre o plástico se colocam várias folhas de papel (jornais).
Com uma pá ou instrumento apropriado se retira várias porções de lodo onde se esconde o tubifex e se coloca sobre os jornais que formam "bolos" de 30/40 cm de comprimento e 20 cm de altura cada um.
Se nós temos certeza que esses “bolos” de lodo recebem sol forte, possivelmente o processo de coleta conclui possivelmente no mesmo dia, algumas horas depois. À medida que o calor e a evaporação avançam, as lombrigas pequenas vão se deslocando para o fundo [do bolo de lodo, chegando até as folhas de jornal] à procura do ar fresco e a umidade indispensável para a vida delas. Depois de 6/8 horas eles terão chegado às folhas de jornais e terão formado "bolas" de lombrigas que ficam emaranhadas, umas nas outras, para manter a umidade com seus próprios corpos. Eles ficarão deste modo durante o tempo inteiro que permanecerem dentro do "bolo" e morrerão desidratadas se não as retirarmos.
É o momento de revolver o lodo e separar as “bolas" de tubifex que foram formadas. Se as manuseamos envoltas em papel úmido, logo as limpamos enxaguando-as várias vezes em água corrente e procedemos deixa-las debaixo de um gotejamento de 48/72 horas para limpa-las [melhor] antes de fornecê-las aos peixes.
O lodo restante será colocado no lugar de qual foi tirado já que haverá uma grande quantidade de ovos de tubifex que nascerão e eles nos permitirão novas coletas no futuro.

Criação:
Não se pode criar tubifex se não dispusermos dos seguintes elementos:
a. Água que circule permanentemente por meio de gotejamento rápido;
b. Um tambor de pelo menos 60 litros, cortado longitudinalmente em duas metades (meia cana);
c. Um lugar à sombra.

A metade do tambor cortado é colocada sobre um cavalete ou qualquer outro elemento que o separe alguns centímetros do chão.
Pintamos com uma mão de tinta epoxi. É dividido longitudinalmente em três setores usando-se ladrilhos ou placas de fibrocimento da altura do tambor conforme indicado na figura. Os ladrilhos ou placas [de fibrocimento] não devem se apoiar no fundo do tanque, deixando aproximadamente uns 3 cm de espaçamento.
O setor do centro será usado de forma que a água circule enquanto ambas as laterais serão os espaços onde os tubifex serão cultivados. O ponto de escape das águas será alto alguns centímetros do fundo, de modo que a água sempre permaneça dentro do meio do tambor. Neste espaço [o central] serão colocados aproximadamente 8 cm. de terra de jardim que cobrirão todo este setor, e sobre ela os 2 cm de areia. Em ambas as laterais se colocarão 20 cm de terra de jardim.
Deste modo uma imitação de um canal é formada, com sua corrente de água central e suas margens. A corrente de água central manterá úmido todo o cultivo, já que como mencionamos antes, as placas de fibrocimento estão afastadas alguns centímetros do fundo, permitindo que a água aja por capilaridade.
Para iniciar o cultivo se colocam vários montes de tubifex nas laterais de terra e se procede fechar o ponto de escapamento de água de forma que o cultivo inteiro seja inundado durante uns poucos minutos.
É então destampado [para que o excesso de água flua] e [é, também,] esparramado na terra das laterais, uma camada de farinha de cereais (aveia, cevada, etc) ou preparado nutritivo para bebês (Neston, Farinha Láctea etc). Cobre-se ligeiramente com terra esta camada de cereais, deixando que a água entre por gotejamento permanente, formando uma corrente de água muito suave no centro.
Também é possível alimentar o cultivo com fatias muito finas de batata (de 2 ou 3 mm), além do cereal já comentado, que deverá ser reposto a cada 3 ou 4 dias.
Os tubifex se reproduzirão depressa embora você não possa perceber a não ser pelo movimento que produzem na superfície de terra quando eles formam seus tubos através dos quais expelem seus detritos para a superfície.
Para coletá-los devemos proceder conforme mostramos acima (no item Coleta de Tubifex).
Toda a lama que sobrar da coleta e da lavagem do tubifex deverá ser devolvida à cultura já que esta [lama] conterá uma infinidade de ovos destas pequenas lombrigas.
É importante manter a cultivo em lugar fresco e coberto com um tecido fino para evitar a entrada de moscas ou mosquitos.

Tubifex liofilizado:
Ocasionalmente é possível achar no comércio oferta de tubifex liofilizado. Este produto é apresentado em cubos pequenos de 7/8 mm de lado e com um aspecto de cortiça.
Embora nem todos os peixes aceitem (aqueles que só comem alimento vivo custam a aceitar ou nunca aceitam), em geral é bem aceito. Basta cortar cada cubo em vários pedaços e aderí-los ao vidro na parte interna do aquário por meio de uma pressão forte com os dedos. Os peixes irão desprendendo os tubifex à medida que eles são hidratados.
Em alguns países é fornecido congelado. Da mesma forma que no [caso] anterior, tem a vantagem de não transmitir enfermidades devido ao processo pelo qual são submetidos para a sua comercialização.

Roberto Pertracini
By El Acuarista

Vitor Calil Chevitarese (Tradução)
vccchevitarese@yahoo.com.br
Engenheiro de Telecomunicações, graduado pela UFF - Universidade Federal Fluminense (1973), aposentado desde 2001 pela Telemar (atual Oi). Prepara e ministra cursos sobre vários ramos das telecomunicações para empresas e faculdades (RI, NGN, dimensionamento de sistemas, programação lógica de sistemas etc.). Aquarista hobbysta desde 1963, apaixonado pelo betta e sua genética, com ênfase na disseminação da idéia de preservar, manter e aprimorar as linhagens existentes.
cultivando vermes-do-vinagre
Turbatrix aceti ou Anguillula aceti: Vermes-do-vinagre, também conhecidos como enguias-do-vinagre, são nematóides aquáticos diminutos (1 a 2 mm).

Eles aparecem naturalmente em barris de vinagre não pasteurizados, alimentando-se de bactérias existentes no processo de fermentação, e são excelentes para alimentar alevinos de quase todas espécies de peixes de aquário. Principalmente para alevinos minúsculos como de:Bettas splendens, Colisas, KilliFishs, etc.
Cultura de vermes-do-vinagre, observadas sob microscópio digital.
Os vermes-do-vinagre são mais compridos que a artêmias recém-eclodidas (náuplios), mas têm um diâmetro menor - os peixes conseguem comê-los antes de conseguirem comer náuplios de artêmias. No aquário os vermes irão deslocar-se com qualquer corrente, mas se não existir corrente, irão subir à superficie (uma grande vantagem sobre os microvermes que se concentram no fundo, onde acabam morrendo em poucas horas).
Como todo verme branco, são constituídos de maior quantidade de lipídios (gordura), que tem função energética e para que nutricionalmente funcionem bem, devem ser associados a alimentos vivos mais protéicos como: daphnias, moinas, alonas; e depois que os alevinos crescerem mais, até com náuplios de artêmias salinas (estes mais ricos em proteína, mas pobre em lipídios).
Os lipídios fornecem energia ao corpo, enquanto que as proteínas fornecem aminoácidos importantes ao crescimento.
Também podem ser utilizados para estimular a eclosão de peixes como os Killifishs, quando colocados na água, junto aos ovos prestes a nascer. Ou mesmo em caixas com alevinos de bettas para estimular o instinto de caça, que não resistem à frenética movimentação deles.
A principal vantagem do verme-do-vinagre em relação a outros usuais micro-organismos oferecidos para alevinos atualmente (ex.:microvermes e náuplios de artêmias salinas), é a sua capacidade de se manter vivo fora do meio de cultura (vinagre de maça), por muito mais tempo, dentro do aquário. Isto se não for devorado de imediato. Apenas não se multiplica. Graças a isto, não suja/contamina a água, caso você erre a mão na quantidade oferecida, evitando as complicadas e necessárias sifonagens e TPAs, para limpeza de fundo e água, tão comuns e nada raras, quando se oferece microvermes e náuplios de artêmias salinas, em quantidade exagerada.
Para cultivar dispensam cuidados resistindo por muito tempo caso se esqueça da cultura, não precisando abrir para troca de ar nem repor alimentos com freqüência.

Para cultivar você vai precisar:

1. 1 inóculo de cultura.
2. 750 ml de vinagre de maça (normalmente uso da marca/fábrica Castelo).
3. 1 maça vermelha mediana (fruta fresca).
4. 250 ml de água descansada, isenta de cloro e metais pesados.
5. 1 vidro transparente de boca larga de aproximadamente 1,3 litros, com tampa.
6. 1 pedaço de meia-de-nylon feminina, para tampar a boca do vidro (evitar predadores).
7. 1 pedaço de elástico de costura, para fixar esta meia na boca do vidro.
8. 1 puçá de nylon 180 ou 200 fios.

Iniciando a cultura:
1. Misture no vidro o vinagre de maça (750 ml) e a água (250 ml).
2. Corte a maça vermelha mediana em fatias e coloque-as no meio de cultura que você acabou de preparar.
3. Abra o saquinho plástico que contém o inóculo da cultura, dobre o plástico de forma a deixar uma gola suficiente para permitir que o saquinho fique boiando no meio de cultura.
4. Coloque o saquinho do inóculo boiando no meio de cultura por 30 minutos. Tempo mais do que suficiente para equalizar a temperatura do inóculo, com a temperatura do meio de cultura.


5. Feita a equalização da temperatura dos líquidos, vamos iniciar a equalização do pH. A cada 30 minutos adicione um pouco do líquido do meio de cultura no saquinho plástico que contém o inóculo, até dobrar o seu volume.
6. Feche a boca do vidro com o pedaço de meia-de-nylon feminina, com a ajuda de um pedaço de elástico de costura.
7. Identifique a data de início da cultura, para seu controle e acompanhamento.
8. Deixe a tampa do vidro repousando sobre a boca, sem rosqueá-lo.
9. Coloque o vidro em local seco, recebendo pouca luz (indireta) ou nenhuma, e que fique numa faixa de temperatura entre 22 e 30 °C (faixa ideal).

O "pulo-do-gato" (segredo) está na equalização da temperatura e pH. Não tenha pressa, seja paciente e serás recompensado(a).
Em 15 (quinze) dias você terá uma colônia de vermes-do-vinagre exuberante. Coloque o vidro contra a luz e verás uma nuvem de vermes agitando-se no meio de cultura, notadamente mais próximos da superfície. Nem será preciso usar uma lupa para observá-los.
Caso se deixe a população crescer bastante, aos poucos os vermes começam a subir pelas bordas do recipiente (e as vezes também ocorrerão paramécios e rotíferos), acima do nível do meio liquido, em meio a uma colônia de leveduras que geralmente cresce em cima da cultura.
A colônia dura meses. Quando boa parte da maça se desmanchar, adicione outros pedaços em substituição. Se for preciso repor o meio de cultura, mantenha a proporção de 2/3 de vinagre de maça e 1/3 de água.

Como coletar e oferecer aos alevinos:
1. Passe o puçá de nylon 180/200 fios no meio de cultura, próximo a superfície, onde existirão milhões de vermes esperando ansiosamente por serem coletados.


2. Deixe escorrer o líquido todo. Apenas os vermes maiores serão capturados pelo puçá de nylon 180/200 fios.
3. Lave os vermes em água corrente, bem suavemente (com a chamada "água mole"), por aproximadamente 40 segundos.


4. Vire o puçá do avesso e chacoalhe-o em um pote com água limpa, descansada e isenta de cloro, para desprender os vermes nesta água.

Em nosso caso, como usamos um puçá de aro fixo, viramos o mesmo, deixando seu fundo para cima (o elemento filtrante) e jogamos água limpa, descansada e isenta de cloro, de forma a derrubar os vermes no pote.


5. Com a ajuda de uma seringa ou conta-gotas, sugue porções de água com vermes e pulverize em vários pontos do aquário de cria.



Replicando sua cultura:
É conveniente e seguro replicar sua cultura em 2 ou 3 potes, no mínimo. Assim, se lago der errado, você terá outra(s) cultura(s) para se socorrer, sem que seus alevinos sejam prejudicados.
Outro motivo é se você tem um plantel grande e precisa fazer muitas coletas diárias. É preciso dar um tempo para a cultura se recompor, após as coletas.
Tendo várias culturas, opte por coletar alternativamente em potes diferentes, a cada coleta. Assim você garantirá que todas as culturas se mantenham abundantes, por muuuuuuito tempo.
Se você perceber declínio em sua cultura, prepare imediatamente um novo meio de cultura e replique a colônia, para garantir que não haja interrupção na alimentação dos alevinos.
Para replicar a cultura, siga o procedimento descrito no tópico "Iniciando a cultura", se valendo de inóculo de qualquer uma de suas outras culturas.
Sucesso!

Marcio Luiz de Araujo
mlaraujo60@bettabrasil.com.br
Empresário da área de TI, desenvolve soluções para web. Graduado em Administração de Empresas pela PUC Campinas/SP. Aquarista hobbysta, apaixonado pela espécie Betta splendens, desenvolve e mantém o website Betta Brasil, é owner do Grupo de Discussões Betta Brasil.

________________________________________
cultura de infusórios
Alimentar diminutos alevinos de Bettas splendens em ambiente confinado (aquários) não é tarefa fácil. Esta é a grande dificuldade e também o "pulo-do-gato", para se obter sucesso e fazer vingar boa parte da ninhada.
Logo após ter consumido o saco vitelino, o alevino precisa encontrar fonte de alimentação farta e compatível com seu tamanho a disposição no aquário. Uma das opções, são os infusórios. Eles são micro organismos microscópicos formados a partir de decomposição de vegetais.
Eis a receita de cultivo...

Você vai precisar de:
1. 1 pote de vidro de boca larga, de preferência;
2. água descansada e sem cloro suficiente para colocar neste vidro;
3. 1 folha de alface (murcha) - opções chicória ou almeirão;
4. leite em pó (uma pitada pequena);
5. meia de nylon feminina para tampar o vidro (pedaço de meia velha);
6. elástico de costura para prender a meia à boca do vidro.

Como fazer:
1. Pegue uma folha limpa de alface e deixe murchar à sombra por 24hs;
2. Coloque esta folha murcha na água descansada e sem cloro que vc separou num vidro (de preferência de boca larga, para facilitar a coleta);
3. Coloque um pequena pitada e leite em pó (servirá de alimento para os micro organismos);
4. Feche este pote com a meia de nylon feminina, para evitar moscas e pernilongos.
Faça vários vidros, com diferença de uns 3 dias entre um começo de cultura e outro, para que não falte alimento para os alevinos, se o volume de filhotes for muito grande.

Coleta e Oferta:
Dentro de 1 ou 2 dias (+/-) a água ficará bem turva - sinal de que está repleta de micro organismos para você fornecer aos peixes. Eles vivem a custa de matéria orgânica, que é ingerida constantemente, pois sua multiplicação é realizada muito rapidamente, e em questão de horas sua população cresce muito. A cada 24 horas pode-se realizar colheitas, com milhares de seres.
Reponha a água que vc tirou e se necessário inclua outra(s) folha(s) murcha(s) e outra pequena pitada de leite em pó, se a anterior já estiver bem decomposta. Renove a cultura no máximo 15 dias depois, pq começa a cheirar muito mal.
Você pode coletar o infusório com uma seringa ou um conta-gotas para colocar no aquário dos alevinos. Pequenas quantidades em vários pontos do aquário, várias vezes ao dia.

Marcio Luiz de Araujo
mlaraujo60@bettabrasil.com.br
Empresário da área de TI, desenvolve soluções para web. Graduado em Administração de Empresas pela PUC Campinas/SP. Aquarista hobbysta, apaixonado pela espécie Betta splendens, desenvolve e mantém o website Betta Brasil, é owner do Grupo de Discussões Betta Brasil.
CULTURA DE VERMES DE GRINDAL
Elena C. "Gaua” - http://www.drpez.com/drcol164.htm
Tradução livre por Paulinho Freitas
O verme de Grindal (Enchytraeus buchholzi) é um pequeno verme branco, de
aproximadamente 1 cm de comprimento quando adulto, que se utiliza na
alimentação de peixes e alevinos. O nome de "grindal" parece ser proveniente do
nome da Senhora Grindal, uma sueca que foi a primeira a cultivá-lo como alimento
em aquariofilia.
O grande interesse por estes vermes se
deve a facilidade de cultivo, serem muito
prolíferos e a voracidade com que são
devorados pelos peixes. Outra coisa a se
ter em conta é que são ótimos para
alevinos de muitas espécies e despertam
o apetite em peixes enfermos,
debilitados ou que não estejam
aceitando alimento comercial seco.
Os peixes se sentem atraídos pelo
alimento vivo, por seu movimento, por
seu sabor, mudando seu comportamento
de forma surpreendente quando lhes
oferecemos este tipo de alimento, suas
cores se ressaltam, os movimentos são mais rápidos, se desperta o instinto de
caça. Até os menores peixes são capazes de come-los, desde que caibam em suas
bocas.
Os benefícios do alimento vivo são sem dúvida conhecidos, o problema é como
consegui-los e mantê-los. Por sorte, o verme de grindal é um dos mais fáceis de
conseguir e de cuidar e nos permite oferecer uma dieta variada a nossos peixes.
Vejamos então passo a passo como iniciar um cultivo de vermes de grindal.
1.- Preparação do recipiente de cultivo.
O ideal antes de recebermos nossa primeiramicrovermes
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Este material tem como objetivo incentivar e apresentar aos criadores hobbystas de Bettas splendens a prática de cultivo de alimentos vivos para introdução na dieta do seu plantel, com apresentação de detalhes práticos, pinceladas de informações científicas (o básico) e muito de nossa experimentação. Não temos a pretensão de apresentar aqui um trabalho científico, e nem temos competência técnica para tal. Não somos os donos da receita infalível, tão pouco podemos oferecer garantias ou assumir responsabilidades se sua cultura não vingar.
Estamos compartilhando o pouco que sabemos com você, como leigos e criadores hobbystas da espécie, na expectativa de poder ajudá-lo em sua criação.
Se você pode contribuir apresentando: sugestões, críticas, informações adicionais, correções, dicas úteis, etc; por favor, escreva-nos (falecom@bettabrasil.com.br). Antecipadamente agradecemos e prometemos registrar aqui sua valiosa contribuição.

APRESENTAÇÃO
Os microvermes (Anguilula silusiae) se apresentam geralmente com tamanho variando entre 1 e 3 mm de comprimento, se movimentam continuamente, possuem forma cilíndrica, são translúcidos e não apresentam segmentação.
São muito prolíferos. São excelentes como opção alimentar para os primeiros dias de vida de alevinos pequenos, ricos em gordura e proteína. É possível basear a dieta nos microvermes até que os peixes possam ingerir outra forma de alimento como: náuplios de artêmias, moinas, daphnias, enquitréias, etc.

PARA INICIAR A SUA CULTURA DE MICROVERMES VOCÊ VAI PRECISAR
• Embalagem plástica com tampa (que vede bem) e transparente, de aproximadamente 1 litro
• Saco plástico preto, capaz de envolver o pote escolhido
• Pincel de cerdas macias
• Água descansada, isenta de cloro
• Farinha de aveia
• StartUp de cultura (inóculo)


OBTENDO O “STARTUP” (INÓCULO) DA CULTURA
Sem dúvida a melhor forma de se conseguir o “StartUp” (inóculo) da cultura é com outros criadores que fazem cultivo de microvermes para alimentação do plantel, mas na falta ou impossibilidade de se ter acesso a um, o jeito é cair no mercado, em sua maioria informal (uma grande loteria).
Sugerimos que negocie com o vendedor a remessa sempre pelo meio mais rápido possível, o que pode significar aumento no custo do frete. Entrega rápida, cultura preservada. Pondere e não faça a chamada “economia porca”.

PASSO A PASSO
Coloque no pote um pouco de farinha de aveia, aproximadamente 1 cm de altura (não mais do que 1/3 da altura do pote). Adicione água de forma lenta e vá mexendo, para produzir um “mingau” com consistência parecida com mel (encontrar este ponto é o 1º grande segredo para manter suas culturas de microvermes vivas). Mais para líquida (densa) do que para sólida. Mexa bem e deixe descansando por 24 hs aproximadamente. Decorrido o prazo, se for preciso, adicione mais água, até se obter a consistência de mel novamente.

Adicione o “StartUp” da cultura (inóculo) e mexa suavemente com o pincel. Evite agitar o “mingau” demais, para que ele não suje a parede do pote.
Feche o pote e envolva-o num plástico preto, de forma a isolá-lo da luz e a ajudar a manter a cultura numa temperatura mais estável. Guarde-o em local quente (algo em torno de 26 °C é o ideal) e seco.

Diariamente abra o pote e mexa suavemente a cultura com o pincel, para permitir que os gases da fermentação venham à superfície do “mingau” e se dissipem. Se possível, faça isto 2 ou 3 vezes ao dia (mexer a cultura diariamente, no mínimo 1 vez, é o 2º grande segredo para manter suas culturas de microvermes vivas).

COLETA E OFERECIMENTO AOS PEIXES
Dois dias após o início da cultura, já é possível fazer coletas. Quando você abrir o pote diariamente, antes de mexer a cultura, vai observar os microvermes subindo nas paredes do pote, milhões deles, e depois de alguns instantes, eles se aglomeram formando uma placa visguenta.

Passe o pincel suavemente nesta placa, chacoalhe o pincel num pote com água e jogue esta água no aquário. Ofereça sempre em pequenas quantidades e em pontos diferentes do aquário de engorda. Os microvermes serão vistos descendo para o fundo do aquário e mesmo antes de chegar ao fundo começarão a ser devorados pelos alevinos. Após alguns minutos será possível observar (quem tem bom olho ou com um auxilio de uma lupa) milhares de microvermes que escaparam de ser consumidos de imediato, tremulando no fundo do aquário e levam muito tempo para morrer (12 hs) quando lá estão.
Os alevinos nesse momento estarão próximos ao fundo catando esses microvermes que estão no chão do aquário. Nunca coloque o pincel direto dentro da cultura de microvermes para servi-los, pois isto poluiria a água do aquário com a aveia da cultura, o que pode matar os sempre frágeis alevinos.
Você vai sentir cheiro de fermentação sempre que abrir o pote da cultura. É normal. com o tempo você se acostuma com ele. Não é nada exagerado. Lembre-se, a cultura deve ser mexida com o pincel diariamente, no mínimo uma vez, para permitir que os gases da fermentação se dissipem (2º grande segredo para manter suas culturas de microvermes vivas).

MULTIPLICANDO RENOVANDO A CULTURA
Sempre mantenha 2 ou 3 potes de culturas ativas para servir aos seus peixes e a cada 15 dias renove as culturas. Feita a renovação, espere que comecem a produzir e jogue fora as antigas.
O procedimento da multiplicação e renovação da cultura é o mesmo usado para iniciar uma. Só que agora você não precisa buscar fora o “StartUp” (inóculo), você já tem, só precisa transplantar uma colher de sopa da outra cultura (“mingau”) para o novo pote. De resto, tudo igual.

MÉTODO ALTERNATIVO DE CULTIVO
Uma variação que nos foi passada pelo Sr. Pedro Emídio Leite Moraes Ferreira - Fortaleza/CE (nossos sinceros agradecimentos), que testamos e deu muito certo, precisa ser compartilhada:
Cultura no Pão de Forma Integral de Aveia
1. pegue uma fatia de pão integral e borrife água sobre ela, sem ensopá-la;
2. coloque o inóculo de microvermes sobre a fatia de pão molhada; e
3. acomode esta fatia num pote com tampa e depois recubra-o com um plástico preto.
Em poucos dias sua cultura estará em condições de permitir coletas. Faça uso de um pincel com cerdas macias para promovê-las, seguindo as mesmas orientações apresentadas para o cultivo tradicional. Este método oferece a vantagem de não precisar fazer aerações constantes na cultura, para eliminação dos gases.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esperamos que para você também dê certo e que seus peixes cresçam lindos e acima de tudo, saudáveis!

o alimento "artêmia"

Sumário: 1. Descrição Geral

2. Requisitos para o cultivo

3. Coleta

4. Alimentação

5. Artêmias adultas

6. Manutenção

7. Pequenos problemas

8. Armazenamento de artêmia

9. Descapsulando cistos



1. Descrição Geral
O camarão de água salgada (artêmia), pertence ao filo Arthropoda e à classe dos crustáceos. Artêmias são zooplanctons como Copepoda e Dáfnia, os quais também são usados como alimento vivo em aquários. É um dos melhores alimentos para alevinos, peixes novos e em tratamento, pois é muito rica em proteínas e vitaminas (principalmente a provitamina A e carotenos que estimulam a coloração). Suas qualidades nutritivas são incontestáveis, tanto que artêmia em grego significa “saúde”.
O ciclo da artêmia começa através de cistos hibernantes encubados ("ovos"), que são embriões enclausurados metabolicamente inativos.
Os cistos podem permanecer adormecidos por muitos anos, desde que sejam mantidos secos e livres de oxigênio. A melhor forma de armazenarmos cistos de artêmia é em recipientes hermeticamente selados, em um ambiente frio e seco e se possível no vácuo. O refrigerador é geralmente o melhor lugar.
Quando os cistos são devolvidos à água salgada, eles se reidratam e reassumem o desenvolvimento. Depois de 15 ou 20 horas, a uma temperatura de 25 °C, os cistos se rompem e o embrião abandona a carapaça. Por algumas horas, o embrião fica preso abaixo da casca do cisto ainda envolvido em uma membrana. Durante esse estágio, o náuplio completa seu desenvolvimento e emerge como um livre nadador. Em seu primeiro estágio larval, o náuplio é de cor laranja castanho devido à sua reserva de alimento.
A artêmia recém eclodida não se alimenta, porque sua boca e ânus não estão totalmente desenvolvidos. Aproximadamente 12 horas após a eclosão, eles assumem o segundo estágio larval e começam a se alimentar de partículas de microalgas, bactérias e detritos. Os náuplios irão crescer e passar por 15 mutações antes de atingir a fase adulta em no mínimo 8 dias.
A artêmia adulta mede em média 8 mm de comprimento mas pode atingir 20 mm em condições ideais. É 20 vezes maior e possui 500 vezes mais biomassa do que quando é um náuplio.
Em baixa salinidade e níveis de alimentos favoráveis, as fêmeas fertilizadas normalmente produzem náuplios que já nadam livremente numa taxa de até 75 náuplios por dia. Elas irão produzir em média de 10 a 15 ninhadas durante os seus 50 dias de vida. Em condições propícias, uma artêmia adulta pode viver até 3 meses e produzir até 300 náuplios ou cistos a cada 4 dias.
A produção de cistos é induzida pelas condições de salinidade alta, escassez de alimento e/ou baixa oxigenação (menor que 2 mg/L). Os adultos podem tolerar breve exposição a temperaturas tão extremas quanto 18 °C e 40 ºC, sendo que a temperatura ideal para o cultivo é de 25 °C a 30 °C, mas existem diferenças de uma região para outra.
O camarão de água salgada (como é conhecida em muitas regiões) prefere uma salinidade entre 30-35 ppt (densidade entre 1.020 e 1.025) e pode viver em água doce por aproximadamente 5 horas. Deve-se tomar cuidado para não superalimentar o aquário de água doce, pois após morrer, a artêmia se decompõe muito rapidamente.
Outras variáveis de grande importância são: pH, luz e oxigênio. Um pH por volta de 8,0 é melhor. pH menor que 5,0 e maior que 10,0 matará a cultura. O pH pode ser aumentado com bicarbonato de sódio e diminuído com ácido clorídrico bem diluído. Uma boa iluminação será necessária para a criação, uma lâmpada normal tipo growlight, dessas disponíveis em lojas de aquário é adequada. O mais importante é o nível de oxigênio na água. Com um bom fornecimento de oxigênio, as artêmias assumem uma cor rosa pálido ou amarelo, ou se forem alimentadas intensamente com algas, serão verdes. Nessas condições ideais, o crescimento e a reprodução serão rápidos e será possível um fornecimento auto-suficiente de artêmias. Se houver um nível baixo de oxigênio na água com excesso de matéria orgânica, ou uma salinidade alta devido à evaporação natural, as artêmias irão se alimentar de bactérias, detritos e células fermentadas, mas nenhuma alga. Sob essas condições, elas produzirão hemoglobina e apresentarão uma a cor vermelha ou laranja. Se essa condição persistir, elas começarão a produzir cistos e a colônia poderá falir. É muito importante ter um fornecimento de ar vigoroso no tanque por dois motivos: Primeiro, para manter o alimento disponível em suspensão, onde ele será filtrado pelas artêmias, e segundo, para promover a boa oxigenação do sistema.

2. Requisitos para o cultivo
As condições favoráveis para o cultivo de artêmia são: temperatura de 25 °C, densidade de 1.030, aeração forte e contínua, iluminação constante de 2000 Lúmens e pH 8,0. A boa circulação é essencial para manter os cistos em suspensão. Um recipiente em forma de V seria o ideal mas duas garrafas de 1 litro funcionam muito bem. Cole uma válvula na tampa da garrafa (pode ser registro usado em compressores) e inverta a garrafa.
Dessa forma cistos não eclodidos, carapaças vazias e náuplios poderão ser separados mais facilmente.
Outra idéia que eu recomendaria, é usar garrafas de cerveja. Algumas das quais possuem um ponto cônico na parte inferior. Coloca-se três ou quatro delas em um recipiente de 40 litros e as aquece pelo método de “banho Maria”. Coloca tubos de ar rígidos dentro delas, sem pedra porosa, e os conecta através de mangueiras flexíveis a um distribuidor múltiplo. Temperatura de 27 °C e luz brilhante o tempo todo. Em cada garrafa coloca-se ½ colher de chá de sal, ½ ou ¼ de cistos e deixa borbulhando por 24 horas.
Para colher os náuplios, desconecte a mangueira flexível, deixe o tubo rígido dentro da garrafa e tire a garrafa de dentro do “banho maria”. Deixe a garrafa no escuro por 10 minutos e então sifone as artêmias usando uma mangueira de aquário, para um recipiente contendo água doce, para enxaguar. Usando as garrafas em rotatividade, é possível ter artêmias recém eclodidas a toda hora.
A porcentagem de cistos eclodidos está diretamente ligada à qualidade da água, circulação e origem dos cistos. Recipientes com fundos planos possuem áreas mortas (sem circulação de água) não sendo indicados para se conseguir altas taxas de cistos eclodidos. Existem de 200.000 a 300.000 náuplios por grama de cistos, deste modo, ½ colher de chá em dois litros de água é mais que o suficiente para se manter um aquário tropical. Com a instalação de duas ou mais garrafas, uma começando em um dia e outra noutro, você poderá ter um fornecimento contínuo de náuplios recém eclodidos para aquele aquário de recifes.

3. Coleta
Para colher os náuplios, basta desligar o ar ou retirar a pedra porosa de dentro do recipiente e deixar assentar por 10 minutos.
Os náuplios recém eclodidos vão se concentrar logo acima dos cistos não eclodidos que se encontrarão no fundo do recipiente. Visto que os náuplios recém nascidos são atraídos pela luz, direcionando uma lanterna no centro do recipiente você irá concentra-los onde será mais fácil sifoná-los. Você poderá também drenar os cistos que estão no fundo usando a válvula que você instalou e depois drenar os náuplios para outro recipiente. Os cistos não eclodidos não deverão ser jogados fora, pois poderão ser utilizados em uma próxima cultura, visto que parte deles ainda poderão eclodir.

4. Alimentação
Visto que as artêmias possuem filtros não seletivos (não escolhem o que retiram da água), uma ampla variedade de alimentos têm sido usada com sucesso. O critério para se escolher o tipo de comida é baseado no tamanho da partícula, digestibilidade e solubilidade (leite em pó não funciona).
Os alimentos mais utilizados incluem microalgas, tais comonanochloropsis e uma ampla variedade de alimento inerte, o que é mais prático para nós aquaristas.
Deve-se tomar cuidado para não superalimentar o tanque.
Entre os alimentos inertes usados estão fermentos, tanto ativos como inativos (os fornecedores para cervejarias são a melhor fonte; o fermento de padaria é muito caro!), pó de arroz, farinha de trigo, farinha de soja, farinha de peixe, gema de ovo, fígado homogeneizado e soro de leite. Eu nunca utilizei os últimos quatro. Microalgas secas tal como spirulina também tem sido usadas com sucesso e podem ser encontradas em lojas de produtos naturais, mas são um pouco caras.
Uma maneira simples de se medir a quantidade de comida que colocamos no tanque é observar a transparência da água. Isso é feito com um bastão graduado em centímetros com um disco branco e preto preso em uma das extremidades. Introduza o bastão no tanque com o disco voltado para baixo. A profundidade onde o contraste entre o branco e o preto desaparecem mede a intensidade de luz que penetra dentro do tanque. Quanto mais partículas estiverem em suspensão na água, menor será a transparência ou visibilidade.
Com uma densidade de 5000 náuplios por litro, a transparência deverá ser de 15 a 20 cm na primeira semana e de 20 a 25 cm nas seguintes. Sem dúvida seria melhor se mantivéssemos uma quantidade ideal de alimento o tempo todo, dessa forma uma alimentação freqüente ou um gotejando contínuo seria fundamental para um crescimento ideal.
O alimento não é consumido diretamente, é transferido para a boca em forma de pacotes. O espaço entre as pernas de uma artêmia alarga-se à medida em que as pernas se movem para a frente. A água é sugada para dentro dele e pequenos filtros capilares coletam as partículas, inclusive alimento, do fluxo entrante. Quando retorna, a água é expulsa e a comida é retida na abertura. Essa abertura possui glândulas que secretam material adesivo que aglomera a comida em bolinhas e então os capilares levam essas bolinhas em direção à boca. O tamanho ideal do alimento deve estar entre 50-60 mícrons.

5. Artêmias adultas
Quando alimentamos peixes grandes ou invertebrados, a artêmia adulta é preferida ao invés do náuplio. Por ser 20 vezes mais pesada que o náuplio, a artêmia fornece mais alimento.
Existe um mito de que a artêmia adulta não é tão boa para o peixe quanto o náuplio, mas embora haja um pouquinho de verdade nisso, isso vai depender do que ou de quem você estiver alimentando. As artêmias recém eclodidas são ricas em gordura, cerca de 23% de seu peso seco.
No estágio juvenil este índice cai para aproximadamente 16% e quando são quase adultas, esse índice cai para mais ou menos 7%.
Por outro lado, as proteínas aumentam para substituir a gordura perdida nesta fase, passando de 16%, em uma artêmia recém eclodida, para 63% em uma artêmia adulta.
Baseado nisso você deverá determinar o que é melhor para o seu peixe. Os alevinos precisam de uma taxa alta de gordura para crescerem saudáveis, enquanto que os adultos e os mais velhos necessitam de proteínas para se manter saudáveis e para a reprodução. Além disso, os náuplios são conhecidos por terem deficiência em vários aminoácidos essenciais, enquanto a artêmia adulta é rica em todos os aminoácidos essenciais, portanto, a artêmia adulta provê mais biomassa e é mais completa nutricionalmente do que o náuplio.
Quando se tratar de produção em pequena escala, a filtração não se faz necessária visto que não se tem grandes problemas quanto à qualidade da água.
Caso se sinta tentado a realizar a filtração, isso exigirá que a água transborde através de uma telinha para um reservatório ou para um cartucho de filtragem. A aeração moderada com pedras porosas (que soltam bolhas grossas) ou nenhuma, boa qualidade da água e limpeza são fatores importantíssimos para se obter altas taxas de artêmias adultas. Visto que as artêmias se alimentam constantemente, um crescimento mais rápido e melhor será alcançado se forem alimentadas várias vezes ao dia ou continuamente.
Melhores taxas de crescimento também são alcançadas a uma temperatura de 25-30 ºC, densidade entre 1.025-1.030 e baixa luminosidade. Lembre-se que as artêmias são atraídas pela luz forte, portanto se você instalar aquela lâmpada de halóide de 175 W que você retirou de um aquário de recifes, os pequenos malandrinhos irão aumentar as suas atividades natatórias, desperdiçando energia e diminuindo assim a taxa de crescimento. Em baixa luminosidade as artêmias irão se espalhar por toda a coluna de água, nadando vagarosamente e alcançando uma conservação de alimento mais eficiente.

6. Manutenção
Por se tratar de um volume muito pequeno, a qualidade da água pode deteriorar-se muito rapidamente quanto ao aumento de biomassas. O problema acontece normalmente devido à superalimentação, o que leva a um baixo nível de oxigenação.
Existe uma linha muito fina entre a alimentação ideal e o extermínio do nosso tanque, especialmente quando usamos alimentos inertes.
Para superar este problema você precisa cuidar do seu tanque dando a ele a mesma atenção dada ao seu aquário.
Eis o que você deve fazer: Limpe o fundo a cada 2 dias. Para isso desligue o ar, deixe o tanque repousar e use novamente aquela lanterna (funciona melhor à noite). Agora sabemos o que nossos amiguinhos irão fazer. Enquanto isso sifone a sujeira do fundo do tanque. Lembre-se que eles irão “mudar de roupa” 15 vezes até se tornarem adultos. É aconselhável que se troque 20% de água por semana.

7. Pequenos problemas
“Minhas artêmias eclodem e em seguida morrem”: As causas podem ser várias: A aeração é insuficiente levando-as à asfixia, você não resistiu à tentação e usou aquela pedra porosa de madeira que eu falei para você não usar, ou elas morreram por falta de alimento. O estado de saúde pode ser checado por se observar como elas nadam. Ilumine o tanque com uma lanterna para que elas se concentrem rapidamente no foco de luz, se isso acontecer é um bom sinal. No entanto, natação dispersada e lenta indicam que as coisas estão indo para o brejo. Se você tiver acesso a um microscópio, poderá observar seus aparelhos digestivos, que deverão estar cheios de comida, (supondo que você as tenha alimentado, é claro). Se os apêndices de natação e a boca estiverem limpos é um bom sinal, mas se estiverem cobertos por partículas, isso é ruim. Isso pode ocorrer devido à má procedência da comida ou devido à condição fisiológica das artêmias. Uma outra razão sugerida é que pode ter ocorrido uma infecção por vírus, mas muito pouco se sabe a esse respeito e seria impossível para nós aquaristas confirmar se isso aconteceu.
Crescimento lento: A temperatura está muito baixa, o pH está fora, a salinidade está fora, a comida é inadequada ou perdeu a qualidade.

8. Armazenamento de artêmia
As artêmias podem ser armazenadas de diversas maneiras.
Uma artêmia adulta sobrevive por muitos dias no refrigerador. Caso opte por refrigerá-las, não se esqueça de aquecê-las e dar-lhes a última refeição antes de você alimentar seus peixes. Isso irá restaurar suas qualidades nutricionais, afinal elas estiveram famintas durante alguns dias. Você poderá também congelar os náuplios, mas isso irá matá-los. Uma forminha de gelo funciona perfeitamente. Utilize água salgada (7-8 ppt) para congelá-los e obter melhores resultados.
O congelamento é muito prático, pois tudo o que tem a fazer é jogar um cubinho de artêmias no aquário e você terá um excelente fornecimento de comida que durará um bom tempo. Você deve tomar cuidado para não superalimentar o aquário, pois as artêmias afundam e se decompõem rapidamente comprometendo a qualidade da água.

9. Descapsulando cistos
Este é um processo complicado e poucas pessoas escolherão executá-lo. Separar os náuplios de suas cascas pode ser desejável por muitas razões.
As cascas dos cistos são indigestas e podem se hospedar no intestino de predadores causando obstruções fatais. Especulações apontam as cascas como sendo forte fonte de contaminação bacteriana.
Acredita-se que o conteúdo nutricional do náuplio descapsulado é maior porque ele não precisa gastar energia para quebrar a casca e sair dos cistos. Também a taxa de eclosão aumenta e por fim, os cistos recém descapsulados podem ser servidos a filhotes pequenos demais para se alimentar de náuplios.
Durante tantos anos lidando com esses sujeitinhos, eu nunca ouvi falar em alguém que tivesse tido problemas com qualquer uma das duas primeiras razões. Certamente poucas lojas de aqüicultura se aventuram a enfrentar a dificuldade de descapsular artêmias. A descapsulação se divide em quatro etapas:
• Re-hidratar os cistos;
• Lidar com a solução para descapsulamento;
• Desativar o cloro residual;
• Cultivar os embriões.
Os cistos, quando secos, têm uma pequena cavidade em suas cascas dificultando assim removê-las por completo.
Por essa razão, eles são primeiramente re-hidratados para assumir uma forma esférica. Os cistos devem ser re-hidratados em água doce mole ou destilada a uma temperatura de 25 ºC por 60 a 90 minutos.
Quanto mais baixa a temperatura, maior o tempo para re-hidratá-los. Mas nunca os deixe por mais de 2 horas na água, não importa qual a temperatura, pois após esse período alguns dos cistos terão reiniciado seus metabolismos e não sobreviverão ao processo de descapsulamento.
A re-hidratação deverá ser feita no mesmo recipiente usado para cultivar cistos pelos mesmos motivos de circulação e aeração.
Após a re-hidratação, os cistos deverão ser filtrados com uma telinha de 100-125 mícrons e enxaguados, mas essa etapa poderá estar perdida se você não possuir a telinha!
O melhor é descapsulá-los imediatamente, mas se for necessário os cistos poderão ser refrigerados por várias horas. Durante o processo de re-hidratação, você precisará preparar uma solução de cloro.
Qualquer alvejante doméstico ou cloro em pó para piscina misturado com água salgada serve. Como pré-requisito para descapsulação, os cistos deverão ser colocados em uma solução pré-resfriada a 4 ºC com um pH 10, consistindo em 0,33 ml de Hidróxido de Sódio (NaOH) e 4,67 ml de água do mar por grama de cistos (você provavelmente vai gastar um bom tempo tentando encontrar NaOH puro).
A solução é preparada dissolvendo-se 40 g de NaOH em 60 ml de água doce.
A descapsulação ocorrerá quando você acrescentar 10 ml de alvejante na solução. Você precisará de um termômetro porque a solução irá liberar calor. É importante manter a solução entre 20-30 ºC.
Se começarmos com a solução pré-resfriada, fica muito mais fácil manter a temperatura dentro do limite. Se necessário, um cubo de gelo poderá ser utilizado para ajudar a baixar a temperatura.
Uma segunda forma de descapsulamento é adicionar 0,70 gramas de Cloro em pó seco usado em piscinas por grama de cistos. Nesse caso a solução será de 0,68 gramas de Carbonato de Sódio em 13,5 ml de água.
Fica mais fácil se você dividir a quantidade de água em duas partes, adicionando Carbonato de Sódio na primeira e Cloro na segunda.
Deixe que dissolvam e reajam, o que causará um precipitado.
Refrigere as duas soluções, misture e então adicione os cistos.
Durante a descapsulação, mexa a solução continuamente para minimizar a formação de espuma e para dissipar o calor.
Note que a cor da solução mudará de marrom escuro para cinza, depois branca e então para um laranja claro. Essa reação leva normalmente de 2 a 4 minutos.
Com o Hipoclorito de Cálcio, os cistos mudarão apenas para o cinza e levará cerca de 4 a 7 minutos.
Os cistos deverão ser retirados depressa da solução, logo depois que as membranas dissolverem, conforme indicado pela cor laranja claro ou cinza, caso contrário você simplesmente dissolverá o cisto inteiro em vez de só a casca exterior.
O Cloro deve ser removido em água doce ou salgada até eliminar totalmente o odor de Cloro.
O Cloro residual prende-se nos cistos e precisa ser neutralizado. Isso é feito lavando-se os cistos em Tiossulfato de Sódio a 0,1% (0,1 grama em 99,9 gramas de água) por um minuto.
Como método alternativo usa-se Ácido Acético (1 parte 5% de vinagre para 7 partes de água).
O primeiro método funciona melhor, porém o segundo é mais fácil visto que os materiais podem ser encontrados em qualquer cozinha.
Os cistos são então lavados novamente com água doce ou salgada e colocados no tanque de cultivo e cultivados como artêmia comum.
Os cistos recém-descapsulados poderão ser guardados na geladeira por no máximo 7 dias e então serem cultivados.
Para um armazenamento mais prolongado, os cistos precisarão ser desidratados.
A desidratação de cistos descapsulados é feita transferindo-se um grama de cistos descapsulados para uma solução de sal saturado, de 330 gramas de sal para 1 litro de água. Areje isso usando uma mangueira de ar por 18 horas, trocando a solução a cada 2 horas.
A água contida nos cistos será liberada através de osmose, deste modo é importante manter a concentração de sal bem alta. Após 18 horas, os cistos terão perdido 80% da água de suas células.
Interrompa o fluxo de ar e deixe tudo assentar, depois filtre os cistos.
Estes cistos poderão então ser colocados em um recipiente com água e sal, hermeticamente fechado, e guardado no freezer ou geladeira.
Cistos com 16 a 20% de água nas células poderão ser guardados por alguns meses sem queda na taxa de eclosão. Para um armazenamento mais prolongado, você deverá reduzir essa taxa de água para menos de 10%.
preparação prévia da folha de alface para produção de infusórios
Há alguns anos eu preparo da seguinte maneira a folha de alface para colocá-la junto ao ninho dos filhotes, para produção de infusórios:
1. Acendo o forno de casa e deixo que esquente com a tampa fechada durante uns 10 minutos no calor mais baixo (sem colocar a folha dentro);
2. Pego, então, uma folha de alface (dessas lisas, comuns - as crespas são mais duras e não servem tão bem quanto as lisas e tenras) e dou uma lavada nela;
3. Desligo o forno e só depois é que insiro a folha de alface em um prato e deixo durante uns 15 minutos (+/-), de tal sorte que fique murcha sem ficar torrada. É bom ficar de olho durante essa etapa porque esse tempo pode variar (para mais ou para menos), pois depende do tamanho da folha e do quanto o forno retém a temperatura;
4. Depois que está murcha (sem estar com as bordas torradas), torno a molhá-la para que fique bem compacta (não há a necessidade de comprimir a folha, basta encolhe-la manualmente em baixo da água enquanto esta cai sobre ela);
5. Assim que o macho acabou de desovar a fêmea e a retiramos, de preferência à noite (com a luz desligada, de preferência, para não assustá-lo, pois alguns machos podem abandonar o ninho ou comer os ovos na eminência de uma sensação de perigo), coloco com cuidado essa folha preparada junto ao ninho dele;
6. Quando dali a 1 dia e meio a 2, nascerem os filhotes, a folha de alface, em contato com o material do ninho, começa a produzir infusórios. Se formará uma penugem em torno dela;
7. Como os alevinos só consumirão qualquer alimento externo com mais de 3 dias de vida (eles possuem um alimento próprio durante esse período que está no saco vitelino), até lá, já haverá uma fortíssima colônia de infusórios em torno da folha e do ninho.
O interessante é que a temperatura do aquário esteja entre 28 e 30 graus. Isso facilita o surgimento do infusório, bem como, estimula o macho e os filhotes e os protege de uma das mais avassaladoras doenças dos bettas: o oodinum (ele detesta o calor).A folha preparada dessa maneira não dá qualquer mau cheiro no aquário, mas não deixa de formar essa pequena penugem em torno dela, que pode envolver o filhote caso esse não saiba, ainda, nadar bem e/ou tenha algum problema locomotor. Os filhotes que se embrenham porque ainda não se deslocar bem, o macho os retira de lá - e, às vezes, remove o ninho para mais longe da folha. Porém, a maioria, com o tempo, não mais se embrenhará e acaba se alimentando otimamente bem.
Mantenho a folha no aquário até o 10º dia de vida porque tem sempre um retardatário que não consegue ainda pegar os náuplios de artêmia ou microvermes - alimentos que disponibilizo a partir do 4º dia de vida.
Glossário
Abdome - Zona inferior do corpo dos peixes. Com início logo após a cabeça e estendendo até a cloaca ou ânus. Em seu interior se encontram os órgãos: digestivos, urinários, reprodutores, vesícula gasosa,etc; ventre.
Abertura Branquial - Abertura de comunicação das brânquias com o meio exterior.
Acasalar - Juntar-se (macho e fêmea) para a procriação.
Acidez - Estado de uma solução, líquido ou da água do nosso aquário que se encontra com pH inferior a 7.0 (neutro).
Ácido - Um composto que contém hidrogênio e reage com uma base ( pH < 7.0).
Acidificante - Material ou substância que tem como característica principal baixar o pH de uma solução. Ex.: Tronco de Aroeira, Xaxim e Turfa.
Aclimatação - Processo a que submetemos o peixe, para que este ajuste suas condições internas às condições do novo ambiente em que esta sendo introduzido. Essa adaptação equipara parâmetros como pH, temperatura, dureza, salinidade e etc. Da qualidade desse processo depende em muitos casos a saúde ou a sobrevivência do animal.
Actinopterygii - Os Actinopterygii são os peixes com nadadeiras suportadas por "raios" ou lepidotríquias, esqueleto interno tipicamente calcificado e aberturas branquiais protegidas por um opérculo ósseo.
Adaptação - Capacidade que alguns seres vivos têm de se modificar para sobreviver, quando as condições do ambiente em que vivem se altera.
Adsorção - É a adesão de moléculas de um fluído (o adsorvido), a uma superfície sólida (o adsorvente).
Aeração - O processo através do qual ar e água são misturados. Isso pode ser através de bolhas de ar na água, ou deixar a água cair através do ar. É normalmente utilizado para aumentar a concentração de oxigênio na água.
Aeróbio - Organismo que consome oxigênio durante o processo respiratório.
Água Destilada - A água destilada é obtida através da destilação, ou processo no qual a água é aquecida, torna-se vapor e em seguida é condensada. Esta água apresenta um grau de pureza mais elevado e baixa condutividade.
Água Dura - É a água que contem, principalmente, sais de cálcio e magnésio. A dureza é temporária quando os sais são bicarbonatos e permanente quando o cálcio e o magnésio apresentam-se na forma de outros sais.
Água Mole - É a água que não contem nenhum mineral ou Desmineralizada.
Água Salobra - Água que contem uma quantidade de sais dissolvidos, que está entre a água doce e a água salgada. É normalmente encontrada nos estuários e foz de rios.
Água Verde - Água com grande concentração de algas unicelulares. Pode ser usada para a alimentação de alevinos ou Rotíferos. Também chamada de Fitoplâncton.
Albino - Anomalia congênita em que o animal se caracteriza pela ausência total ou parcial do pigmento da pele, dos pêlos e dos olhos. Pode ocorrer também em plantas, em que se caracteriza pela ausência ou diminuição total da Clorofila.
Alcalino - Refere-se à solução que se encontra com um pH alto, acima de 7.0 (neutro).
Alcalinizante - Material ou substância que tem como característica principal, elevar o pH de uma solução, eventualmente pode também alterar sua dureza. Exemplo: Dolomita, Calcita, Rocha Viva.
Alelo - Outra palavra para gene. Cada cromossomo tem uma cópia deste alelo, assim um gene-par.
Alevino - Forma embrionária, inicial dos peixes, com bolsa vitelínica volumosa. Pode ser de postura e fecundação externa (Ovíparo) ou de fecundação interna (Ovovivíparo).
Algas - Importante grupo de vegetais talófitos que vivem no fundo ou na superfície de águas salgadas e doces; entre eles se encontram desde organismos mais simples e microscópicos, até os que medem muitos metros. Certas espécies são usadas como alimento, outras como fertilizante, ou fornecem fibras. Estes são os principais seres que realizam fotossíntese nos ambientes aquáticos.
Algas Azuis - Classe de algas unicelulares ou filamentosas de estrutura simples, cujos pigmentos verde-azulados decorrem da ausência de cloroplastos; cianobactérias.
Algas Filamentosas - Variedade das algas, inclui: Bryopsis, Derbesia, Cladophora e Enteromorpha.
Algas Verdes - Grupo de organismos unicelulares, ou de células congregadas em talo. As células, por conterem clorofila, levam um ou vários núcleos e cromatófaros verdes. Têm membrana celulótica e propagam-se em zoósporos, etc.
Alho - Planta hortense da família das liliáceas, cujo bulbo se emprega como condimento. É usado na preparação de alimentos para peixes. Segundo pesquisas ainda não conclusivas, atua como estimuladora do sistema imunológico, tem efeitos bactericidas e auxilia na eliminação de parasitas. Algumas pessoas moem pedaços de alho e adicionam na Artêmia antes de alimentar os peixes.
Alimentador Automático - Equipamento utilizado para alimentar automaticamente e regularmente os peixes do seu aquário. É provido de um recipiente para armazenar o alimento e de um relógio, onde será registrado o horário de acionamento.
Alimento liofilizado - Alimento seco, de onde foram eliminadas as substâncias voláteis em temperatura baixa e sob pressão reduzida.
Amônia - Pode ter origem orgânica ou inorgânica. No aquário, a maioria da amônia é produzida organicamente. Sub-produto da decomposição de material orgânico, sobra de alimentos, dejetos dos peixes (ou diluído na água por difusão pelas brânquias dos peixes). A amônia só é encontrada em ambientes com pH 7.0 ou acima. Seu acumulo no aquário é mortal para os peixes.
Ampulárias - São moluscos gastrópodes da família dos Ampularídeos, gênero Pomacea. As ampulárias ou caramujos de água doce são ainda conhecidas como curbículas.
Anabólico - Síntese de proteínas no organismo.
Anaeróbio - Organismo que não consome oxigênio durante o processo respiratório.
Anelídeos - Vermes segmentados, com o corpo formado por "anéis" , como a minhoca e a sanguessuga. Existem mais de 15.000 espécies destes animais em praticamente todos os ecossistemas, terrestres, marinhos e de água doce. Encontram-se anelídeos com tamanhos desde menos de um milímetro até mais de 3 metros.
Animal Filtrador - Organismo que retira da água os nutrientes necessários a sua sobrevivência. Capturando plâncton, bactérias e nutrientes dissolvidos.
Animais Venenosos - São aqueles que produzem uma substância tóxica ou veneno.
Animalia - O reino Animalia, Reino Animal ou Reino Metazoa é composto por seres vivos multicelulares cujas células formem tecidos biológicos, com capacidade de responder ao ambiente que os envolve ou, por outras palavras, pelos animais.
Aqua-Paisagismo - Neologismo, para caracterizar a variante do aquarismo doce em que a manutenção de plantas e a formação de jardins submersos é levada a extremos. Nestes aquários os peixes são detalhes.
Aquário Comunitário - Aquário em que diversas espécies de peixes invertebrados e/ou plantas e/ou corais, são colocados juntos de acordo com sua compatibilidade. A chave para o sucesso neste aquário é agrupar seres com as mesmas necessidades como parâmetros de água, alimentação, temperatura e etc. Muito embora as necessidades devam ser as mesmas, não necessariamente os comunitários devem ter origem comum.
Aquário de biótipo - Aquário em que o objetivo é reproduzir com a maior fidelidade possível um determinado ambiente natural.
Aquário-Hospital - Utilizado para quarentenar um peixe recém-chegado ou um peixe doente. Normalmente é um aquário simples com um aquecedor, um aerador e um sistema de filtragem simples, sem substrato de fundo e com um aparato que permita o peixe se esconder e se acalmar. Em nossa opinião, um aquário em excelentes condições é o melhor local para a recuperação de um peixe.
Aquário Plantado - Variante do aquarismo doce, em que o foco está direcionado mais para a manutenção das plantas do que dos peixes.
Aquecedor - Aparelho destinado a aquecer a água do aquário. Recomenda-se a utilização de 1 w por litro.
Areia Fina - Substrato utilizado na montagem de aquários doces, plantados ou paludários. Muito fina simula o fundo de rios e lagos.
Aroeira - A raiz desta árvore é muito utilizada como elemento decorativo em aquários doces, plantados e paludários. Libera muita tinta quando nova. Atua também na acidificação da água.
Artêmia (Artemia sp.) - Também chamada de "camarão-de-salina", é um pequeno crustáceo que vive em lagos ou lagoas cuja água contenha alguma salinidade (água salobra) ou em salinas (com níveis elevados de salinidade), e encontram-se em todos os continentes do planeta. Utilizada na alimentação de peixes e/ou corais, também consumidos na forma de ovos (cistos) ou náuplios. De alto valor nutritivo, os indivíduos adultos possuem mais de 62% de proteínas e 6,5% de gordura.
Astrea (Astrea sp) - Molusco herbívoro, excelente no controle de algas. Deve sempre estar presente nas equipes de limpeza.
Bactérias - Microorganismo unicelular, desprovido de núcleo individualizado do reino monera.
Bactérias Anaeróbias - Bactérias que não consomem oxigênio durante o processo de desnitrificação, podem viver privado do contato do ar ou do oxigênio livre (podem ser facultativas).
Bactérias Nitrificantes - Bactérias envolvidas no ciclo da nitrificação, transformam o amoníaco ou os sais amoniacais em nitritos e depois em nitratos. Ex.: Nitrosomonas e Nitrobacter.
Barbatana - Dobra da pele dos peixes, sustida por esqueleto ósseo ou cartilaginoso. Mesmo que nadadeira, usadas indistintivamente.
Betta - Betta Splendens. É um peixe originário do Sudeste Asiático,também conhecido como Peixe de Briga (Brasil), Combatente(Portugal) ou Siamese Fighting Fish (EUA), devido à sua agressividade contra peixes da mesma espécie.
Betteira - Pequeno aquário de vidro ou policarbonato (plástico) para alojamento de Bettas splendens, geralmente com tampas gradeadas. Podem ter formatos variados, mas os mais comuns são: os cilindricos, os sextavados e os retangulares.
Blood-worms (Chironomus sp) - Os blood-worms são larvas do mosquito Chironomus sp, é um alimento muito usado por aquaristas. Apresentam aproximadamente 62% de proteína bruta em sua composição, sendo um ótimo alimento para a fase de crescimento do Betta. Pela dificuldade de sua criação, os criadores de peixes preferem adquirir essas larvas congeladas ou liofilizadas, o que facilita muito a sua administração
Bomba de Água - Bombas utilizadas para movimentar a água. Normalmente através de um sistema de pás que empurram a água.
Bomba de Retorno - Bomba utilizada para fazer a água que foi processada na caixa de tratamento (sump) retornar ao aquário. Pode ser interna (submersa) ou externa (emersa).
Bomba Emersa - Bomba posicionada fora da água. Normalmente utilizada em conjunto com outros equipamentos ou para movimentar grandes volumes de água.
Bomba Submersa - Bomba posicionada sob a água. Utilizada para movimentar a água na superfície ou retorná-la ao aquário. Com raras exceções, normalmente as bombas submersas não podem ser utilizadas emersas ou fora da água.
Branchoneta (Dendrocephalus brasiliensis) - uma espécie de crustáceo de água doce, também conhecida como artêmia de água doce. Está sendo inserida na aquariofilia como alimento vivo.
Brânquia - Órgão respiratório de animais aquáticos que nos peixes atinge seu desenvolvimento máximo.
Buffer - Composto utilizado para estabilizar e manter o pH, também chamado de tamponador.
Byssus (Bisso) - Estrutura muscular, fibrosa produzida por moluscos bivalves como as tridacnas para fixação no substrato ou rochas.
Caixa de Tratamento - Aquário auxiliar, pode estar localizado abaixo, atrás ou ao lado do aquário principal. Seu objetivo é reunir todos os equipamentos (bombas, filtros, aquecedor e etc), deixando o aquário principal somente como display. Alem disso aumenta o volume de água trazendo mais estabilidade ao sistema. Também conhecido como sump.
Calcário - Que contem predominantemente carbonato de cálcio em sua formação.
Calha - Equipamento muito simples utilizado no aquarismo doce que consiste em um suporte para a iluminação que pode ser incandescente ou fluorescente.
Camada Fértil - Normalmente a camada de substrato mais baixa ou próxima do vidro do fundo, que consiste em material rico em nutrientes para a manutenção de plantas aquáticas. Nessa camada podem ser encontrados: Laterita , Húmus de minhoca (tratado), Terra Preta ou Terra Vermelha. Acima dela é colocada a camada isolante ou de fixação das raízes.
Camada Isolante - Normalmente a camada superior ou a mais afastada do vidro do fundo. Pode ser constituída de vários tipos de grãos de cascalho. Seu objetivo principal é fornecer suporte para as raízes e isolar a camada fértil da água.
Canister - Termo que se tornou genérico para descrever um filtro externo, baseado no conceito de câmara fechada ou estanque. A água por meio de mangueiras é normalmente recebida por gravidade e devolvida ao aquário por meio de uma bomba. Em seu interior, recipientes mais ou menos sofisticados, armazenam mídias filtrantes, mídia química e biológica.
Cardume - Coletivo de peixes normalmente da mesma espécie.
Carnívoro - Animais que se caracterizam principalmente por só se alimentarem de outros animais.
Carvão Ativado - Utilizado para absorver componentes orgânicos como fenóis. Seu tempo de utilização é limitado. Para se obter o carvão ativado, o carvão comum (hoje em dia é muito utilizada a casca de coco) é submetido a altas temperaturas, neste processo fica extremamente poroso e de maneira ativa atrai e retém as partículas.
Cascalho - Termo genérico para descrever o substrato utilizado na montagem de aquários doces. Possui diversas granulometrias, cada uma adequada a uma finalidade.
Catabólico - Quebra de proteínas pelo organismo.
Celsius - Escala de temperatura que tem como símbolo "°C". O 0 °C (zero grau Celsius) equivale a temperatura de congelamento da água e 100 °C (cem graus Celsius) equivale a temperatura de ebulição da água ao nível do mar.
Cerâmica - Peças de formato cilíndrico, utilizadas na montagem de filtros biológicos. Sua grande área porosa, facilita a fixação de bactérias, multiplicando a área disponível. Muito mais eficiente que bio-balls.
Charco - Água estagnada e imunda, de pouca profundidade.
Chordata - Os cordados (latim científico: Chordata) constituem um filo animal que compreende os anfioxos, os tunicados e os vertebrados, que são dotados, ao menos durante uma das fases de suas vidas, de uma notocorda, fendas branquiais na faringe e de um cordão nervoso completo, e uma cauda muscular que se estende para atrás do ânus.
Cloro - Elemento de número atômico 17, do grupo dos halogênios, gasoso, verde-amarelado, venenoso; utilizado no tratamento de água e em várias indústrias. Gás extremamente tóxico e de odor irritante. É extremamente perigoso para muitos peixes, sua presença pode levar a morte em poucos minutos.
Clorofila - Pigmento de estrutura química algo semelhante à da hemoglobina do sangue dos mamíferos, solúvel nos solventes orgânicos, que realiza a fotossíntese em presença da luz solar, libertando oxigênio no ar e deste retirando o gás carbônico.
Closed Loop - Movimentação. Sistema em que a partir de um ponto de coleta de água, a mesma não é enviada ao sump para tratamento, mas retorna imediatamente ao aquário principal. A principal vantagem é que obtêm-se maior movimentação de água, sem a adição de bombas internas.
Cobre (Cu) - Como sulfato de cobre, o cobre é usado para tratamento de doenças e parasitas em aquários doces e marinhos. É importante frisar que o cobre é altamente tóxico para invertebrados marinhos e JAMAIS deve ser usado em aquários com corais e invertebrados.
Compatibilidade - Característica que se busca entre animais para que possam ser colocados juntos em um determinado aquário. São os animais que podem coexistir sem perigos ou riscos para ambos.
Compressor de ar - Equipamento que bombeia ar através de uma mangueira para o aquário. Normalmente construído com um imã, um oscilador, um diafragma e uma saída. As bolhas de ar são utilizadas para aumentar a oxigenação e/ou movimentar enfeites.
Condução - Transmissão de calor, diretamente de molécula para molécula, através de uma substância ou materiais que estão diretamente em contato.
Condicionamento - Processo de preparação de peixes para cruzamento. Usualmente consiste em manter poucos exemplares por litragem, fornecer alimentos bem nutritivos, possivelmente vivos, normalmente durante uma quinzena ou mais.
Controle de Algas - Algas são vegetais e portanto necessitam de nutrientes e de luz para prosperarem. A limitação ou controle na quantidade de nutrientes dissolvidos na água e de luz, é a melhor ferramenta para o controle e erradicação das algas.
Criadeira - Aquário em que são colocados os alevinos ou peixes muito jovens. Seu objetivo é proporcionar um local protegido, em que os animais possam crescer e se desenvolver sem a presença de predadores.
Cromossomo - Uma associação de genes enfileirada no núcleo de todas as células eucarióticas que é visível durante meiose e mitose. Um cromossomo consiste de DNA e proteínas. Um organismo sempre tem pares de cromossomos, emparelhados. Cada espécie vegetal ou animal possui um número constante de cromossomos.
Cultor - Cultivador.
Daphnia (Daphnia pulex) - As dáphnias são um dos mais tradicionais alimentos vivos utilizados em aquariofilia. O seu pequeno tamanho (2 a 4 mm), é particularmente adaptado às diminutas bocas da maioria dos peixes de aquário de dimensões tratáveis, e os seus hábitos filtradores permitem-nos utilizá-las como veículo para o fornecimento de vitaminas ou aditivos alimentares aos nossos peixes. Rica em cálcio, Iodo e Fósforo tem também alto teor de Vitamina A. Também conhecida como Pulga d'agua.
Decloração - Remoção do cloro da água. O cloro é normalmente adicionado à água doméstica para assepsia. A remoção pode ser obtida, mais freqüentemente, por três métodos: aeração, adição de tiosulfato de sódio ou filtragem através de carvão ativado.
Deionizador - Processo de "filtragem" da água por troca iônica. Nesse filtragem é realizada a troca de íons em que se absorve os aniontes e cationtes. Essa troca é realizada para se obter uma água de alta resistividade.
Densidade - Razão entre a massa e o volume de uma substância.
Desnitrificação - Processo do sistema de filtragem em que os nitratos são convertidos por bactérias anaeróbias.
Destilação - Processo de purificação da água através da mudança de estados físicos. De liquido para gasoso e novamente para liquido.
Detritos - Qualquer material, orgânico ou não que sedimenta no aquário e deve ser removido imediatamente.
DH (Deutsh Hardness) - Escala de origem alemã para o nível de dureza da água.
Diatomáceas - Algas marron-dourado que formam camadas ou finas coberturas sobre as rochas, substrato, vidros ou equipamentos. São indivíduos microscópicos que necessitam de sílica para a formação de sua carapaça.
Difusão - Mistura espontânea de uma substância com outra quando entram em contato ou estão separadas por uma membrana permeável ou uma barreira micro-porosa. A velocidade de difusão é proporcional à concentração das substâncias e diretamente proporcional a temperatura.
Dimorfismo sexual - Fenômeno comum em insetos e aves (mais raro em peixes) em que, na mesma espécie, a fêmea difere do macho em tamanho, cor, forma do corpo ou padrão.
Dióxido de carbono (CO2) - É um gás relativamente tóxico, inodoro, incolor e de sabor ácido. É 1.4 vezes mais pesado que o ar. É utilizado pelas plantas para a fotossíntese. Poderoso acidificante da água, é usado para baixar o ph da água.
DNA - Ácido Desoxirribonucléico, o material herdado de um organismo.
Dosing pump - Equipamento que lentamente (praticamente gota a gota) adiciona uma determinada substância ao volume total de água do aquário. É utilizada para repor água, kalkwasser ou outros suplementos.
Drosófila (Drosophila melanogaster) - Pequena espécie de mosca, utilizada largamente como alimento vivo e como modelo para experimentos em genética. São também conhecidas como moscas de frutas.
Dureza - Medida de químicos variados e outros compostos dissolvidos em uma solução de água. Quanto mais carbonatos na água, mais dura ela é considerada. Há dois tipos de dureza: dureza de carbonatos se refere à quantidade de carbonatos na solução. Dureza não carbonatada se refere aos demais compostos. As duas adicionadas fornecem o que se denomina Dureza Total, GH.
Durso - Sistema que através de um sifão auto-sustentável elimina ou reduz drásticamente a formação de bolhas no sump e o ruído característico da Queda da água .
D.S.B. (Deep Sand Bed) - Camada profunda de substrato.
Endoparasita - Parasita que se aloja na parte interna do corpo do hospedeiro.
Enquitréia (Enchytraeus albidus) - Anelídeo com aproximadamente 2 cm, largamente utilizado como alimento vivo. Reproduz-se com facilidade já que possui ambos os sexos. São ricos em gordura. Como as minhocas, preferem locais sombreados, úmidos e com muita matéria orgânica.
Enzimas - Proteína que promove e acelera reações químicas em organismos vivos.
Equalizar - Uniformizar, igualar.
Escama - Cada uma das pequenas lâminas que revestem o corpo de alguns peixes e reptis. As escamas são formadas por tecido ósseo, e tem origem na derme, a parte mais profunda da pele. É item importante na classificação zoológica.
Esferovite - Poliestireno expandido. Mesmo que isopor.
Esperma - Líquido fecundante, constituído por espermatozóides e por plasma seminal, e produzido pelos órgãos genitais dos animais machos. Gameta masculino.
Esponja - Elemento filtrante, utilizado em diversos tipos de filtros internos e externos. Material plástico de baixa densidade, flexível e poroso.
Esterilização por UV - A oxidação por Ultra Violeta, resulta da passagem da água sob luz Ultra-violeta, que resulta na absorção de luz a 185nn, resultando na oxidação de materiais orgânicos ionizáveis. A esterilização é realizada pela absorção da luz a 254nn que destrói o DNA e RNA dos microorganismos resultando na morte da célula.
Estresse - Conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras, capazes de perturbar-lhe a homeostase; estricção.
Fenótipo - As características físicas e fisiológicas de um organismo. Estas são influenciadas pela constituição genética (genes) e pelo meio circundante.
Ferro (Fe) - Micronutriente utilizado em aquários plantados e paludários. Faz parte da cadeia respiratória e fotossíntese. É essencial para a formação de açúcares e amidos. Também ativa outras enzimas.
Fertilização - Ato ou efeito de fertilizar.
Filtração da Água - Processo em que são retidas partículas. Sua efetividade está diretamente relacionada com o diâmetro dos poros.
Filtragem - Sistema que remove partículas dissolvidas ou em suspensão na água.
Filtro Biológico de Fundo - Um dos mais antigos, simples e baratos sistemas de filtragem para aquários. Consiste em um conjunto de placas perfuradas colocadas sobre o fundo do aquário e acima delas uma camada de cascalho. Possui ao menos uma placa na qual são acoplados tubos e um Compressor de Ar ou Bomba Submersa. O compressor de ar ou a bomba submersa lançam a água para fora dos tubos o que gera uma pressão negativa em seu interior e assim, a água é forçada a passar pelo cascalho e pelas placas perfuradas. A medida que a água é movimentada, partículas suspensas ou diluídas são carregadas e aprisionadas no cascalho ou nas placas. O cascalho oferece então um ambiente adequado para a fixação de bactérias que irão metabolizar os compostos orgânicos.
Fisiologia - Parte da biologia que investiga as funções orgânicas, processos ou atividades vitais, como o crescimento, a nutrição, a respiração, etc.
Fitoplancton - Vegetais planctônicos, geralmente unicelulares (algas).
Flocado - Feito ou disposto em flocos.
Flotador - Veja mais em Skimmer.
Foam Fractionation - Fracionador por espuma. Veja mais emSkimmer.
Fosfato - Nutriente essencial a sobrevivência de todos os seres vivos, mas deve ser mantido controlado e limitado em aquários, caso contrário pode fomentar uma explosão no crescimento de algas indesejáveis.
Fosfato Inorgânico - A principal forma e fonte de fósforo usado pelas algas.
Fotoautotrófico - Organismo vegetal capaz de sintetizar matéria orgânica diretamente de materiais abióticos e energia luminosa.
Foto-período - É a relação entre a duração do período de claridade ou luz e o de escuro ou noit,e durante as 24 horas de um dia. Todo animal necessita de um foto-período regular.
Fotossíntese - É a construção de compostos químicos a partir de energia luminosa, água e gás carbônico.
Fracionador - Veja mais em Skimmer.
Fluval - Modelo de filtro externo do tipo Canister produzido pela Hagen.
Galão - Um galão é igual a 3,7854 litros (para fazer a operação inversa, basta multiplicar os litros por 0,26417).
Gameta - Célula sexual que contem 50% do número de cromossomos de um organismo. Ex.: Ovo, espermatozóide.
Gastrópode - Grupo de animais pertencentes a uma das classes dos moluscos. Possuem cabeça com olhos e tentáculos, um pé musculoso chato, e concha espiralada.
Gene - As unidades de herança que transmitem as informações dos pais para a descendência.
Gene Dominante - Em um heterozigoto, este alelo (gene) é manifestado completamente no fenótipo. Em esquemas genéticos, estes genes são descritos sempre com uma letra maiúscula.
Gene Intermediário - Isto é quando em um heterozigoto, um alelo (gene) não é mascarado completamente no fenótipo. Você já pode ver algumas das características do gene.
Gene Recessivo - Em um heterozigoto, este alelo (gene) é completamente mascarado no fenótipo. Em esquemas genéticos, estes genes são descritos sempre com uma letra minúscula.
Genótipo - Esta é a constituição genética de um organismo - os genes.
Gonopodium - Barbatana anal modificada dos Poecilídeos machos, utilizado para transferir esperma para as fêmeas.
G.P.H - Abreviação, Galões por hora, unidade de medida para volume de água. Usado normalmente em bombas e filtros.
Granular - Semelhante, na forma, ao grão.
Guelras - Membranas através das quais os peixes excretam gás carbônico (e amônia) e absorvem oxigênio da água.
Herbívoro - Animais que se alimentam exclusivamente de plantas ou vegetais.
Heteropolaria (Heteropolaria colisarum) - Protozoário, parasita unicelular. Fixam-se sobre lesões na pele, alimentando-se não do peixe, mas de bactérias secundárias.
Heterozigoto - Este termo indica que um organismo tem duas cópias diferentes de genes em cada cromossomo.
Híbrido - Animal ou vegetal que resulta do cruzamento de espécies diferentes.
Hidrogênio - Elemento de número atômico 1, gasoso, incolor, participante de uma série extensa de compostos.
Hidróxido de Cálcio - Solução saturada de hidróxido ou óxido de cálcio. Dissolvido em água deionizada ou de osmose-reversa, é adicionado lentamente na água do aquário para repor a evaporação e manter os altos níveis de cálcio, pH e alcalinidade. Mesmo que Kalkwasser.
Hobbysta - aquele que se dedica ao passatempo predileto (vem do termo inglês "hobby").
Homozigoto - Este termo indica que um organismo tem dois alelos idênticos em um único lugar em um cromossomo. Isto resulta em um organismo que gera somente uma única característica.
Húmus - Matéria escura e fértil composta da decomposição de plantas e ou animais. O húmus forma a porção orgânica do solo. É utilizado em aquários plantados após lento processo de limpeza, fervura e secagem.
Ichthyophthirius multifiliis - Protozoário ciliado. Parasita. Organismo unicelular de água doce que pode medir até 1,5 mm, causa da doença conhecida como Íctio.
Íctio - Patogenia desenvolvida da infestação de um protozoário. Nos peixes de água doce, o protozoário é o Ichthyophthirius multifiliis,em água marinha é o Cryptocario irritans.
Íctiologia - É a área da Biologia que estuda a morfologia, fisiologia e taxonomia dos Peixes. Aristóteles é considerado o primeiro Ictiologista da estória.
Incandescente - Lâmpada que possui no interior um filamento metálico que emite luz. Além da luz, emite também muito calor.
Inbreeding - Programa sistemático de criação de animais de relacionamentos próximos. Isto geralmente se refere para acasalamentos entre pai e filha, mãe e filho e irmão e irmã.
Infauna - Animais que habitam o substrato.
Infusório - Os infusórios são obtidos por meio da infusão de vegetais secos em água. Consistem de bactérias, protozoários, algas e outros microorganismos que servem de alimentos para os alevinos. Podem ser rotíferos, briozoários, nematóides entre outros.
Impeler - Peça que realmente impulsiona a água. Bombas de água normalmente possuem um eixo, um rotor e fixado ao rotor uma série de pás que ao girar empurram a água.
Invertebrados - Grupo de animais que não possuem vértebras ou coluna vertebral.
Íon - Átomo ou grupamento de átomos com excesso ou com falta de carga elétrica negativa; iônio, ionte, ião.
K - Símbolo de Kelvin. Veja mais em Kelvin.
Kalkwasser - Palavra de origem alemã. Veja mais em Hidróxido de Cálcio.
Kelvin - Unidade de medida para a escala absoluta de temperatura, usada para quantificar a temperatura de cor.
KH - Dureza Carbonatada, ou Dureza dos Carbonatos. Determina a concentração dos íons de HCO3- e CO32- encontrados na água.
Labirinto - Sistema de cavidades ou canais intercomunicantes.
Lacustre - Relativo a lago. Que está ou vive nas margens ou nas águas de um lago.
Lâmpada Actínica - Lâmpada de tonalidade azulada, muito usada em aquários. Sua utilização é adequada para vegetais ou algas que realizam fotossíntese.
Larva - O primeiro estado dos insetos, depois de saírem do ovo. Embrião que se torna auto-suficiente e independente, antes mesmo de assumir a forma e característica dos pais. Podem ser peixes, invertebrados ou corais.
Linebreeding - Termo usado para descrever um programa deinbreeding menos intenso. Isto geralmente se refere a acasalamentos entre parentes próximos como tio com sobrinha e meio irmão com meia irmã.
Lobo - Porção de um órgão demarcada com maior ou menor nitidez, podendo a demarcação ser estabelecida por fissuras, sulcos, tecido conjuntivo, ou, então, pela forma.
Lúmen- Unidade de medida de iluminação. Um lúmen equivale à quantidade de luz emitida por 1 vela em um pé quadrado de superfície, localizado a um pé de distância de uma vela. Equivale a 10.76 lux.
Lux - Unidade de padrão internacional para a medida da intensidade da luz. Equivale a 0.0929 lumens.
Macronutrientes - Os macronutrientes são os elementos básicos necessários em maior volume pelas plantas: Carbono, Oxigênio, Hidrogênio, Nitrogênio, Fósforo , Potássio, Cálcio, Magnésio e Enxofre.
Macroplâncton - Organismo planctônico com tamanho entre 0,2 a 2 milímetros.
Megaplâncton - Organismo planctônico de tamanho maior que 2 milímetros.
Micro-Algas - Tipos microscópicos de algas normalmente verde ou filamentosa.
Micro Organismos - Seres microscópicos. Ex.: Bactérias, protozoários, vírus e etc.
Microfex ou Microtubifex - São anelídeos parecidos com o Tubifex, são menores, geralmente mais claros. Aparecem em culturas adubadas com matéria orgânica.
Microplâncton - Organismo planctônico com tamanho entre 20 micrometros a 0,2 milímetros.
Microverme (Anguilula silusiae) - Pequeno verme branco, de forma cilíndrica, que alcança no máximo 3 mm de comprimento.
Millenium - Modelo de filtro externo do tipo Hang-on (pendurado) produzido pela Aquarium Systems (USA).
Moinas (Moina sp.) - Excepcional alimento vivo, quer pelo seu diminuto tamanho ¼ ou menos que as Daphnias, ou pela sua alta resistência à falta de oxigênio, ou pela altíssima prolificidade, e ainda o fato de serem criadas em água doce, e por isso ficam vivas e se reproduzindo caso não sejam ingeridas. Produz 4 vezes mais que as Daphnias, em pêso.
Mosquito - Designação comum a todos os insetos dípteros, culicídeos, de porte pequeno, pernas muito longas, corpo e asas revestidos de escamas, antenas longas e finas, com 16 artículos. O ciclo evolutivo efetua-se em duas fases distintas: a primeira, na água, onde são depositados os ovos e se desenvolvem as larvas e pupas; a segunda é alada e terrestre.
Mucosa - É a camada proteínica que os peixes excretam sobre suas escamas, para criar uma verdadeira barreira entre eles e o ambiente externo.
Nadadeiras - Ou Barbatanas, membro dos peixes utilizado no deslocamento e/ou direcionamento.
Nadadeira Anal - Nadadeira normalmente singular, localizada na parte inferior do peixe, anterior ao anus e próxima da nadadeira ou barbatana caudal.
Nadadeira Caudal - Nadadeira ou barbatana caudal, na maioria das vezes é singular. Normalmente a mais importante para o deslocamento dos peixes. Podem ser: Arredondada, truncada, emarginada, furcada ou lunada.
Nadadeira dorsal - Nadadeira normalmente singular localizada na parte superior do peixe. Alguns peixes podem apresentar duas nadadeiras, posicionadas uma na frente da outra.
Nadadeira Peitoral - Par de nadadeiras localizadas imediatamente atrás das guelras.
Nadadeira Pélvica - Par de nadadeiras localizadas logo abaixo das guelras.
Nanoplâncton - Organismo planctônico com tamanho entre 2 a 20 micrometros.
Náuplio - Forma larvar comum a todos os crustáceos, com um ocelo mediano e três pares de apêndices.
NH3 - Amônia. Veja Amônia.
Ninho de Bolhas - Massa de bolhas, parecida com uma espuma, feita pelos machos Betta para manter os ovos.
Nitrato (NO3) - Terceira e última etapa de transformação no processo de nitrificação. O nitrito é transformado através da oxidação do nitrito por bactérias conhecidas como Nitrobacter.
Nitrificação - Processo no qual os compostos orgânicos (dejetos dos animais, restos de alimentos ou mesmo animais mortos) são decompostos. A nitrificação é realizada por bactérias especializadas. Resume-se na transformação de compostos orgânicos para amônia, desta para nitrito e depois para nitrato.
Nitrito (NO2) - Segunda etapa da transformação no processo de nitrificação. A amônia é transformada pelas bactérias nitrificantes conhecidas como Nitrosomonas, em nitrito.
Nitrogênio - Elemento gasoso, sem cheiro (inodoro), invisível, quimicamente inativo, que forma a maior parte da atmosfera terrestre.
Nome científico - Nomeclatura que identifica uma espécie. É único e normalmente em latim. Veja também Nomenclatura Binomial.
Nomenclatura Binomial: A nomeclatura binomial desenvolvida por Carl Von Linné, atribui 2 nomes a cada espécie. O primeiro nome (iniciado em maiúsculas) refere-se ao gênero, e é único para cada gênero. O segundo nome (iniciado em minúsculas) refere-se a cada espécie e sua combinação é única. Entretanto um nome de espécie pode ser atribuído a uma espécie de outro gênero. Normalmente os nomes são gravados em itálico ou sublinhados ou ambos.
NO2 - Nitrito. Veja mais em Nitrito.
NO3 - Nitrato. Veja mais em Nitrato.
Oodinium - Parasita unicelular Dinoflagelado. Oodinium ocellatum(marinho), Oodinium pillularis (doce). Parasita direto, fixa-se na pele do peixe que apresenta pequenos pontos branco amarelados. Também conhecida como a "Doença do Veludo".
Opérculo (Operculum) - Órgão que tapa ou encobre uma abertura natural, peça óssea dupla que protege as Guelras de certos peixes, peça córnea ou calcária, que tapa a abertura das conchas dos moluscos Gastrópodes.
Osmose-Reversa - Processo no qual a água sob pressão é forçada a passar por uma membrana semi-permeável que retém uma alta porcentagem de substâncias orgânicas e inorgânicas dissolvidas. Produz uma água com altíssimo grau de pureza.
Osphronemidae - É uma família de peixes da subordemAnabantoidei. O grupo inclui algumas espécies muito populares em aquarismo.
Outcrossing - Refere-se ao acasalamento de dois peixes de linhagens sem conexão.
Overflow - Veja mais em Queda de Água.
Oviduto - Canal que nos animais ovíparos se estende do ovário até a cloaca e serve para dar passagem aos ovos.
Ovíparo - Animais cujo embrião se desenvolve dentro de um ovo sem ligação com o corpo da fêmea (mãe). Veja também Vivíparo eOvovivíparo.
Ovo - Gameta feminino.
Ovovivíparo - Animais cujo embrião se desenvolve dentro de um ovo, alojado dentro do corpo da fêmea (mãe). Veja também Ovíparo eVivíparo.
Oxidação - Processo químico em que uma substância perde elétrons, partículas de sinal elétrico negativo.
Óxido-Redução - Capacidade do sistema de oxidação de materiais orgânicos. Veja mais em Oxidação.
Oxigênio - Elemento de número atômico 8, gasoso na temperatura ambiente, incolor, inodoro, insípido, com atividade química bastante grande, indispensável à vida.
Ozônio - Forma instável que contem 3 átomos de oxigênio, e possui enorme capacidade de esterilização. Elevados níveis de ozônio podem ser fatais. É formado a partir de descargas elétricas na natureza ou artificialmente em Ozonizadores.
Ozonizador - Equipamento que através de uma descarga elétrica, toma 3 moléculas de oxigênio (O2) e transforma em 2 moléculas de ozônio.
Paludário - Uma variante das montagens de aquários plantados. O objetivo é ter num mesmo sistema, uma área imersa e outra emersa, onde animais e plantas representativos destas duas situações são mantidos. São também conhecidos como Aqua-Terrários embora não concordemos com esta classificação. O termo "paludário" esta relacionado a palustre, ou uma região onde a água é salobra, a confluência de um rio com o mar é o melhor exemplo.
Paramécio (Paramecium) - Protozoário ciliado (pelos curtos) que vive na água doce. Tem formato de sola de sapato, corpo translúcido, mede aproximadamente 2/10 de milímetro.
Parasita - Organismo que, pelo menos em uma fase de seu desenvolvimento, se encontra ligado à superfície ou ao interior de outro organismo, dito hospedeiro, do qual obtém a totalidade ou parte de seus nutrientes.
Parasitismo - Divisão da simbiose em que um dos organismos simbiontes obtém vantagens ou benefícios em detrimento do outro.
Patógeno - Qualquer organismo vivo capaz de produzir doença.
Peagâmetro - Instrumento digital utilizado para medir o nível do pH em uma solução, líquido ou água do seu aquário.
Pecilotérmico - Diz-se de animal cujo organismo sofre variações de temperatura de acordo com a que se observa no meio ambiente.
Pedúnculo Caudal - Parte anatômica do peixe que fica entre o corpo e a nadadeira caudal.
Perciformes - Os perciformes, também denominados Percomorphi ouAcanthopteri, incluem cerca de 40% de todos os peixes e constituem a maior ordem de vertebrados.
Perlon - Espécie de manta de tecido, normalmente branca, utilizado normalmente para forros e enchimentos. Muito utilizada como elemento filtrante.
pH - Peso do Hidrogênio ou pondus Hidrogenii. A escala varia de 0 a 14, a leitura 7,0 é considerada neutra, acima de 7,0 alcalina e abaixo de 7,0 ácida. Símbolo que expressa a escala logarítmica do inverso da concentração de Cationtes hidrogênio.
Picoplâncton - Ultraplâncton. Organismo planctônico com tamanho inferior a 2 micrometros.
Plâncton - Organismos (animal ou vegetal) que flutuam passivamente no ambiente aquático.
Poecilídeos - Grupo de peixes de água doce que englobam os: Lebistes (Poecilia reticulata), Plati (Xiphophorus maculatus), Espadas (Xiphophorus hellerii) e Molinésia (Poecilia sp) entre outros.
Power-Filter - Termo genérico para descrever um filtro impulsionado por uma bomba elétrica.
Power Head - Bomba submersa, normalmente do tipo utilizado em filtros biológicos de fundo.
Pré Filtro - Estrutura mecânica que trabalha como uma armadilha, retendo material particulado, impedindo que avance para o filtro biológico ou bomba.
Proteínas - Classe de compostos orgânicos de carbono, nitrogênio, oxigênio e hidrogênio, que constituem o principal componente dos organismos vivos.
Protozoários - Filo de microrganismos eucariotos, unicelulares, que apresentam grande variedade de formas; abrange todos aqueles que integram o reino Protista.
Puçá - Pequena rede de pesca, em forma de cone curto, presa a um aro circular de madeira munido de cabo, utilizada pelos índios brasileiros para pegar peixes miúdos.
Pulga D'agua: Veja Daphnia.
Queda de água - Estrutura do aquário que permite captar água da superfície e levar para tratamento, normalmente em um recipiente (sump) localizado abaixo, atrás ou ao lado do aquário. Veja mais emCaixa de Tratamento.
Quimiorrecepção - Receptores olfativos, pelos quais os organismos Nectônicos percebem substâncias dissolvidas na água.
Quimiossíntese - Produção de alimentos através da fermentação de substâncias químicas.
Reator de CO2 - Conjunto de equipamentos (Cilindro de CO2, Válvula Reguladora e reator de CO2), cujo objetivo é adicionar CO2 nos aquários plantados e paludários, permitindo que haja uma oferta de CO2 para ser consumida pelas plantas na fotossíntese.
Recirculação - O processo de colher água de um reservatório, que seria normalmente descartada, e reintroduzir essa água no mesmo sistema. Antes de ser retornada, a água é normalmente tratada para remover algumas dos detritos produzidos pelos peixes, de forma que a qualidade seja mantida em um nível relativamente elevado, para que seja adequada aos peixes.
Reprodução Assexuada - Forma de reprodução em que não ocorre a união de gametas. Não são necessários macho e fêmea para que ocorra a reprodução.
Reprodução Sexuada - Forma de reprodução em que ocorre a união de gametas. São necessários macho e fêmea.
Resfriador - Equipamento utilizado para a manutenção da temperatura do aquário. Atua como uma mini-geladeira ou ar-condicionado, em que a água é forçada a passar por uma serpentina, normalmente de titânio, através da qual por condução, o calor é retirado da água.
Respiração - Processo que ocorre nas células onde oxigênio e glicose são usados para gerar energia e tem como resíduo gás carbônico.
Rotíferos - Classe de animais asquelmintos, cujo corpo é dotado de um disco anterior com cílios para locomoção e alimentação, e tem extremidade posterior afilada, com glândulas adesivas para fixação permanente ou temporária, aparelho digestivo completo, com órgão faringiano mastigador. São de tamanho microscópico, geralmente inferior a 1mm.
Saco vitelino - Vesícula formada pelo endoderma, e que tem como função o armazenamento de substâncias nutritivas para o embrião em desenvolvimento.
Sal Sintético - Sal preparado com os elementos naturais de modo que ao ser dissolvido na quantidade correta de água (deionizada ou de osmose-reversa), prepara um volume de água salgada em que os parâmetros estão muito próximo da água natural do mar. Normalmente 1 Kg de Sal prepara 30 Litros.
Salinidade - Quantidade de sal dissolvida na água. A água salgada natural normalmente tem 33ppt (parts per thousand).
Sedimento Biogênico - Sedimento formado pelos restos de animais e vegetais.
Sensor de nível - Equipamento composto por uma bóia eletrônica que aciona uma bomba elétrica para reposição automática da água evaporada.
Sensor de temperatura - Equipamento utilizado para monitorar a temperatura do aquário, regulado para acionar ou desligar um equipamento de ventilação ou aquecimento, conforme programado.
Sifão - Tubo curvo que utiliza a força da gravidade para transportar líquidos de um recipiente mais alto para um mais baixo, sem alterar a posição dos recipientes.
Silicone - Adesivo preparado a base de Polidimetilsiloxano e sílica. Utilizado para colar e vedar aquários. Atenção o silicone usado não deve conter qualquer tipo de bactericida.
Simbiose - Designação de relacionamento entre duas ou mais espécies de indivíduos de espécies diferentes, e que vivem sob intensa e íntima relação de dependência.
Skimmer - Equipamento utilizado para remover (filtrar) partículas de origem orgânica dissolvidas na água. Um determinado volume de água é enviado continuamente para um cilindro, onde é injetado um enorme volume de ar fracionado em minúsculas bolhas. As bolhas formam um espuma densa, escura e de odor forte, que se concentra e é coletada num copo e removida da água.
Snail (Gastrópode) - Molusco herbívoro, excelente no controle de algas. Deve sempre estar presente das equipes de limpeza.
Substrato - Meio utilizado para recobrir o fundo do aquário, que serve de base para o desenvolvimento de um organismo. Pode ser a areia ou cascalho no fundo de um aquário doce.
Sump - Veja mais em Caixa de tratamento.
Sump-Biológico - Variante da integração Sump e Refúgio. Uma divisão intermediária no sump é preparada e uma grossa camada de substrato é adicionada. A água após passar pelo skimmer flui a uma velocidade menor sobre esta área, e é devolvida ao aquário principal. É usada como forma de correção para aumentar a área deDesnitrificação ou como parte integrante do projeto.
Surfactante - São substâncias de origem orgânica que se concentram na superfície da água e que apresentam aspecto gorduroso, prejudicando inclusive a oxigenação da água. O acúmulo de substâncias surfactantes denotam incorreta ou insuficiente circulação de água na superfície.
Tamponador - Carbonatos ou bicarbonatos, normalmente de sódio utilizados para manter uma reserva de carbonatos para estabilizar o pH.
Temperatura - Medida do calor. Como os peixes são de "sangue frio", seu metabolismo é dependente da temperatura. O metabolismo aumenta com a temperatura. Todos os peixes têm uma temperatura ideal para crescimento e conversão alimentar. Ela pode variar entre espécies e, até, entre variedades da mesma espécie. Eles vão se tornar tremendamente estressados fora de sua faixa ideal de temperatura e podem parar de se alimentar. Taxas de crescimento e de reprodução são governadas pela temperatura.
Termômetro - Instrumento de medição de temperatura, cujo funcionamento se baseia no estabelecimento de equilíbrio térmico entre ele e o sistema cuja temperatura se quer determinar.
Termostato - Equipamento com sensor de temperatura, utilizado para ligar e desligar o aquecedor, mantendo a temperatura do aquário estável.
Tetrahymena - Tetrahymena sp. Protozoário ciliado unicelular de água doce. Parasita indireto, não se alimenta diretamente dos peixes, mas de bactérias e fragmentos de pele destruída.
Timer - Equipamento utilizado para ligar/desligar um determinado equipamento elétrico, normalmente utilizado para ascender e apagar as luzes do aquário.
TPA - Veja Troca Parcial de Água.
Trichodina - Trichodina sp. Protozoário ciliado unicelular de água doce. Parasita indireto, não se alimenta do peixe diretamente mas de bactérias e pedaços de celulas.
Tridacnas - Animais da classe dos Moluscos, são bivalves ou seja, possuem duas valvas laterais (conchas) e um pé muscular, fibroso utilizado para fixação (Byssus). São extremamente apreciados pelo manto colorido.
Troca Parcial de Água - Metodologia de manutenção de aquários em que regularmente uma porcentagem da água (normalmente entre 10 e 25%) são retirados e substituídos por "água nova". Com isso matéria orgânica e poluentes são retirados do aquário, o restante é diluído com a água nova.
Tubifex (Tubifex sp.) - Anelídeo oligoqueta da família Tubificidae, de água doce, amplamente utilizado no hobby aquarista como alimento vivo. São encontrados em estuários, lagunas, rios, riachos e esgotos, preferindo ambientes de fundo lodoso e poluído, onde poucas espécies oferecem risco de predação. Por suportar ambientes poluídos e com baixo nível de oxigenação, encontram nos desaguadouros de abatedouros, frigoríficos e granjas o habitat natural, com água corrente e matéria orgânica abundante, constituída de sangue e restos de animais abatidos despejados.
Turbo Snail - Molusco herbívoro, excelente no controle de algas.
Turfa - Matéria esponjosa, mais ou menos escura, constituída de restos vegetais em variados graus de decomposição, e que se forma dentro da água, em lugares pantanosos, onde é escasso o oxigênio. Comumente é usada como substrato nas culturas de Enquitréias eVermes de Grindall.
Ultravioleta - Luz que se estende na região de 8 x 1014 Hz até cerca de 3,4 x 1016 Hz. Com comprimentos de onda desde 3,75x10-7 m até cerca de 8x10-9 m. Veja mais em Esterilização por UV.
Unicelular - Organismo formado por uma única célula.
UV - Veja mais em Ultravioleta.
Vascularizada - Região, orgão ou área do corpo que contem grande quantidade de vasos sangüíneos.
Ventoinha - Micro-ventilador utilizado para ventilar e baixar a temperatura do ar e da água.
Ventral: Veja Ventre.
Ventre - Região inferior do corpo (dos peixes) que abrange do final da cabeça até a região anal. Nessa região estão acomodados os orgãos internos como estômago, intestino e etc.
Venturi - Dispositivo que na forma de um cone (>) acelera a velocidade de passagem da água, logo após esse estreitamento, é colocada uma abertura que por diferença de pressão, suga o ar atmosférico que é misturado a água.
Verme - Qualquer dos invertebrados de corpo alongado, mole, glabro, seja dos platelmintos, ou dos anelídeos, ou dos acantocéfalos, ou dos asquelmintos.
Verme de Grindall (Enchytraeus buchholzi) - Pequeno vermebranco de aproximadamente 1 cm na fase adulta. Alimento extremamente rico em proteínas e gorduras. São ideais para o crescimento dos alevinos de muitas espécies, e também para despertar o apetite de peixes enfermos, debilitados ou que não aceitam alimento seco comercial.
Verme-do-vinagre (Anguillula aceti) - Minúsculos vermes (1 a 2 mm) que se mantêm vivos em água doce por bastante tempo, mas não se reproduzem neste meio.
Vertebrado - Grupo de animais que possuem coluna vertebral ou vértebras.
Vesícula Gasosa - Bolsa derivada do intestino que preenchida por gases é utilizado no equilíbrio dinâmico e flutuabilidade dos peixes ósseos. Anteriormente conhecida como Bexiga natatória.
Vivíparo - São animais que se desenvolvem dentro do corpo da fêmea (mãe), envoltos por uma placenta ligados ao corpo da fêmea por um cordão umbilical que fornece nutrientes e retira produtos de excreção. Veja também Ovíparo e Ovovivíparo.
Volume - Cálculo da capacidade do aquário. Em um aquário "retangular", você calcula o volume multiplicando, em centímetros, o comprimento pela largura e pela altura e dividindo o total por 1.000 (C x L x A /1000). Lembre-se de utilizar a altura útil, ou seja, o nível da linha d'água. Subtraia, também, o volume de substrato e eventuais enfeites ou outros equipamentos internos.
Wave Maker - Equipamento utilizado para controlar o funcionamento das bombas submersas. Sua função é ligar e desligar de maneira controlada um certo número de bombas com o objetivo de alternar o fluxo e direção da água.
ista de criadores
Pressione CTRL+F para usar a ferramenta de pesquisa do seu navegador nesta página.
Entendemos que uma das dificuldades dos hobbystas é a de encontrar quem crie a linhagem que está buscando, para troca/compra de exemplares, objetivando iniciar sua criação ou injetar "sangue novo" no seu plantel; resolvemos listar aqui alguns criadores conhecidos. Esta lista está longe de ser oficial ou completa.
Esta lista também irá permitir que criadores "vizinhos" estreitem relacionamentos, visitando estufas, trocando experiências sobre manejo e genética. Talvez, no futuro, possa também gerar a criação de associações regionais, exposições, torneios, etc.
Participe da lista de criadores, ajude a divulgá-la e incentive quem dela deve fazer parte. O hobby ganhará muito com isto.
Não podemos e não garantimos que as informações estejam absolutamnte atualizadas, tão pouco fiar eventuais negociações realizadas entre as partes.
Os criadores estão listados abaixo por Região Geográfica, dentro de cada região, em ordem de Estado, dentro de cada Estado, pela ordem de Município e dentro de cada Município, pela ordem alfabética do nome do criador.
• Centro-Oeste
o Distrito Federal
 Samambaia
 SÉRGIO ESTEFANE
CEP Origem: 72302-217
Escala: Hobbysta
Linhagens: Melano, White Opaque, Dragons e Orange.
o Goiás
 Goiânia
 THALES RODRIGUES DA SILVA
CEP Origem: 74683-360
Escala: Hobbysta
Linhagens: Cruzamentos diversos (VTs)
o Mato Grosso
o Mato Grosso do Sul
 Corumbá
 WILSON VICTÓRIO GARCIA
CEP Origem: 79331-110
Escala: Hobbysta
Linhagens: Red Dragon, Red Orange Dragon, Copper, Dark Blue e White Platinum.
WebSite: [ clique aqui ]
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
________________________________________
• Nordeste
o Alagoas
o Bahia
 Salvador
 IGOR PIRES SOARES
CEP Origem: 40285-010
Escala: Hobbysta
Linhagens: Snake, White Platinum, Black Copper, Blue Royal, Chocolate, Red Gold e Yellow.
WebSite: [ clique aqui ]
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
o Ceará
 Fortaleza
 FARLEY VASCONCELOS DE SOUSA
CEP Origem: 60520-350
Escala: Hobbysta
Linhagens: Snake, Copper, Black Copper, Turquesa, Green, Red Dragon Platinum, Yellow Gold Dragon, White Pastel, Yellow Intense, Super Red.
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
 FRANCENIR REBOUÇAS RODRIGUES
CEP Origem: 60730-640
Escala: Hobbysta
Linhagens: Super Red, Red Geno Dragon, Yellow Gold Dragon, Royal, Black Cooper, Red Platinum, Red Gold.
 LUIZ ROBERTO CORREIA LIMA ROSA
(FORT'BETTA)
CEP Origem: 60743-015
Escala: Hobbysta
Linhagens: Super Red, Red Dragon, Dark Blue, Black Orchid, Dark Red, Orange, Black Copper, Royal, Stell, Orange Gold Dragon.
WebSite: [ clique aqui ]
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
 MARIJESO SILVEIRA
CEP Origem: 60720-040
Escala: Comercial
Linhagens: Cruzamentos diversos (HMs)
 NALDO ALBUQUERQUE
CEP Origem: 60851-180
Escala: Hobbysta
Linhagens: Super Red Dragon Platinum, Yellow Gold Dragon, Orange Gold Dragon, White Dragon, Red Dark Dragon, Red Dragon, Yellow Dragon, Orange Dragon, Black Copper, Red Copper ,Copper, Azul Royal, Turquesa, Snake, White Platinum, White Opaque, Mustard Gas, Orange, Yellow Intensse, Super Red, Golden Red, Dark Blue , Black Yellow, Black Melano, Crow Tail Royal.
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
 PEDRO EMÍDIO L. MORAES FERREIRA
CEP Origem: 60050-140
Escala: Hobbysta
Linhagens: Melanos/Geno Melanos, Red/Orange/Yellow Dragons, Azuis Royal/Steel Metálicos com Máscara e Black Copper.
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
 Maranguape
 STÊNIO GASPAR CAVALCANTI FILHO
CEP Origem: 61941-002
Escala: Comercial
Linhagens: Red Dragon, Yellow Dragon, Red Platinum Dragon, Yellow Platinum Dragon,Yellow Gold Dragon, Red Dark Dragon, White Platinum, White Opaque, Melano, Turquesa, Pink Purple, Salamander, Royal, Super Red, Oranges, Mustard Gas, Yellow Intense, Yellow Purple, Red Copper, Copper, Black Copper, Dark Blue, Snake, Golden Red.
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
o Maranhão
o Paraíba
o Piauí
o Pernambuco
 Caruaru
 ANTONIO CARLOS SILVA ARAUJO
(CARLOS BETTAS)
CEP Origem: 55006-030
Escala: Hobbysta
Linhagens: Orange Gold Dragon, Orange Platinun Dragon, Red Dragon, Steel Lace, Snake Face, Mustard Gas, Super Red, Yellow Intense, Green, Cooper, Black Cooper, Red Cooper, Red Black Cooper, Royal, Dark Blue.
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
 Paulista
 ROBINSON LIMA
CEP Origem: 53421-030
Escala: Hobbysta
Linhagens: White Opaque, Yellow Gold, Yellow Gold Dragon, Orange, Orange Dragon, Red Dragon, Red Dragon Platinum, Black Copper, Copper, Snake Face, Dark Blue, Black Steel.
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
 Recife
 BRUNO ALEXANDRE SANTOS
CEP Origem: 50940-185
Escala: Comercial
Linhagens: Cruzamentos Diversos (SDs e HMs)
 EMMANUEL ARAUJO CALAÇA
(RECIFE BETTAS)
CEP Origem: 52060-100
Escala: Hobbysta
Linhagens: Dark Blue, Royal Blue Mask, Steel Blue Mask, Green Mask, Turquesa Mask, Black Orchid, Black Copper, Copper, Red Dragon , Yellow Dragon e Green Lace Snake Face.
WebSite: [ clique aqui ]
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
o Rio Grande do Norte
o Sergipe
 Santo Amaro
 ENDEL SANTOS
CEP Origem: 49180-000
Escala: Hobbysta
Linhagens: Yellow Gold, White Opaque, Yellow Dragon, Copper, Snake Face, Red Gold e Yellow.
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
________________________________________
• Norte
o Acre
o Amapá
o Amazonas
o Pará
 Belém
 JOÃO AFONSO MACIEIRA
CEP Origem: 66075-345
Escala: Hobbysta
Linhagens: Super Red, Orange, Yellow Intense, Yellow Dragon, Turquesa, White Opaque.
o Rondônia
o Roraima
o Tocantins
________________________________________
• Sudeste
o Espírito Santo
o Minas Gerais
 Cássia
 RODRIGO GONÇALVES FERREIRA
CEP Origem: 37980-000
Escala: Hobbysta
Linhagens: Cruzamentos diversos
 Varginha
 ALEXANDRE RODRIGUES DA SILVA
CEP Origem: 37002-010
Escala: Hobbysta
Linhagens: Cruazamentos diversos (SDs, HMs, CTs e DTs)
 Viçosa
 MARCIO A. C. NICÁCIO
CEP Origem: 36570-000
Escala: Hobbysta
Linhagens: Copper, Black Copper, Platinum Black Silver Dragon e Platinum Super Red Dragon.
Álbum digital de fotos: [ clique aqui ]
 Vieiras
 WELLINGTON MARTINS
CEP Origem: 36895-000
Escala: Comercial
Linhagens: Cruzamentos diversos
o Rio de Janeiro
 Petrópolis
 VITOR CALIL CHEVITARESE
CEP Origem: 25650-110
Escala: Hobbysta
Linhagens: Black Copper, Azul Royal, White Opaque, Melanos oriundos do Black Copper.
 Rio de Janeiro
 AGOSTINHO MONTEIRO
CEP Origem: 20541-180
Escala: Hobbysta
Linhagens: VT (cores sólidas), HM Blue BF, Red, Green e Black Copper.
WebSite: [ clique aqui ]
 ROBERTO DE SOUZA JÚNIOR (TOBÉ)
CEP Origem: 20241-180
Escala: Hobbysta
Linhagens: Orange, Yellow, Salamander, White Opaque, Black Melano PK, Salamander PK e White PlatinuM PK.
WebSite: [ clique aqui ]
o São Paulo
 Bragança Paulista
 FERNANDO HENRIQUE DOS S. TOLOTO
CEP Origem: 12908-510
Escala: Hobbysta
Linhagens: Super Red Dragon, Yellow Gold Dragon, Black Copper, Black Dragon, Orange Dragon, Yellow Dragon.
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
 Campinas
 DENNYS TAYROVITCH
CEP Origem: 13050-470
Escala: Hobbysta
Linhagens: Platinum Black Dragon, Platinum Black Silver Dragon, Yellow Gold Dragon, Red Dark Dragon, Platinum Super Red Dragon, White Opaque, White Platinum, Silver, Melano, Orange, Orange Dragon, Yellow, White (CT), Red Green Dragon, Yellow Dragon, Platinum Yellow Dragon e Super Black.
Álbum de fotos virtual: [ clique aqui ]
 HOMERO MARTINS MENDES FERREIRA
CEP Origem: 13091-020
Escala: Hobbysta
Linhagens: Red Dragon, Super Red e Black Copper.
 MARCIO LUIZ DE ARAUJO
CEP Origem: 13091-150
Escala: Hobbysta
Linhagens: Red Dragon, Yellow Gold Dragon, Yellow Dragon, Orange Dragon, White Platinum, White Opaque, Orange e Yellow Intense.
WebSite: [ clique aqui ]
 MARCOS PERRI SATORRES
CEP Origem: 13070-277
Escala: Hobbysta
Linhagens: Steel Blue
 RAFAEL GUEDES
CEP Origem: 13030-480
Escala: Hobbysta
Linhagens: Orange e Yellow
 Guarulhos
 JOÃO HENRIQUE CARUSO GOMES
CEP Origem: 07121-320
Escala: Hobbysta
Linhagens: Cruzamentos diversos
 Hortolândia
 APARECIDO CRISTIANO DA COSTA
CEP Origem: 13184-777
Escala: Hobbysta
Linhagens: Cruzamentos diversos
 Marília
 MAX WAGNER SANCHES LUCAS
CEP Origem: 17500-970
Escala: Comercial
Linhagens: Cruzamentos diversos
WebSite: [ clique aqui ]
 São Vicente
 ALBERTO CZURMAN MORGADO
CEP Origem: 11365-250
Escala: Comercial
Linhagens: Cruzamentos diversos (SDs e HMs)
________________________________________
• Sul
o Paraná
 Bandeirantes
 DIEGO ANDRÉ VASCONCELOS
CEP Origem: 86360-000
Escala: Hobbysta
Linhagens: Black Copper, Gold Cooper e White Platinum
o Rio Grande do Sul
 Nova Santa Rita
 MAURICIO CARREÑO CYSNEIROS
CEP Origem: 92480-000
Escala: Hobbysta
Linhagens: Cruzamentos diversos
 Porto Alegre
 JOQUIAS DA SILVA AZEVEDO FILHO
CEP Origem: 90035-090
Escala: Hobbysta
Linhagens: Cruzamentos diversos (VTs)
 Santa Maria
 CLAUDIO UGLIONE
CEP Origem: 97060-030
Escala: Hobbysta
Linhagens: Butterfly, Mármores, Platinum, Pink; todos padrão HM e SD